sábado, 13 de junho de 2015

LEVITAÇÃO E MAGNETISMO

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2015/325/levitacao-e-magnetismo/view
ACESSO: 13/06/2015 as 23:18h
 
O projeto brasileiro do MagLev, trem de passageiros que funciona por meio da tecnologia de levitação magnética, envolve importantes conceitos de física. Professor explica na revista Ciência Hoje (CH) os fenômenos que permitem a esse veículo se mover sem tocar nos trilhos. 
Wingardium leviosa”, o encanto da levitação, é uma das primeiras magias que os alunos de Hogwarts aprendem a conjurar na famosa série de livros que narra as aventuras do aprendiz de bruxo Harry Potter. Mas, no mundo dos ‘trouxas’ (o mundo real), levitar requer um pouco mais de engenho: é preciso exercer alguma força de baixo para cima naquilo que se quer fazer levitar, compensando a força da gravidade.Um livro pousado sobre uma mesa está levitando: como ele não a atravessa nem sobe em direção ao teto, seu peso, então, está sendo compensado por outra força, para cima, de mesma intensidade, a qual denominamos ‘normal’.
Porém, a real natureza da força ‘normal’ é a repulsão entre cargas elétricas de mesmo sinal. Quando a atração gravitacional puxa o livro em direção à mesa, os elétrons das camadas externas dos átomos da superfície do livro repelem e são repelidos pelos elétrons das camadas mais superficiais da mesa. E é essa repulsão simultânea de ‘zilhões’ de elétrons que constitui a força normal. Assim, o livro efetivamente flutua sobre um ‘colchão’ de elétrons. A força elétrica cai com o quadrado da distância; por isso, tanto a repulsão entre os prótons (positivos) do livro e aqueles da mesa quanto a atração entre os prótons de um corpo e os elétrons do outro são insignificantes para compor a força ‘normal’, pois essas cargas estão separadas por ‘grandes’ distâncias: em média, um núcleo é 100 mil vezes menor que o átomo.
Além da repulsão eletrostática entre os elétrons, entra em cena também o princípio de exclusão de Pauli – homenagem ao físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958). Esse princípio da mecânica quântica (teoria que lida com os fenômenos atômicos e subatômicos) proíbe que os elétrons do livro e os da mesa ocupem o mesmo estado – dito de forma simples, impede que ocupem ‘o mesmo lugar no espaço’ –, dando origem a outra força repulsiva de curto alcance entre os elétrons.
Mas o livro não levita ‘de verdade’, certo? De fato, não. Se assim fosse, nosso cotidiano estaria repleto de levitação, até ao caminharmos pela rua! Trata-se apenas do que chamamos forças ‘de contato’. Algo semelhante dá origem ao atrito. Ao empurrarmos o livro para um lado, percebemos que é preciso fazer uma força para vencer o atrito com que os elétrons da superfície microscopicamente irregular da mesa tentam empurrá-lo de volta à posição original.

Levitação... de verdade

Então, para fazer um corpo levitar de verdade (sem aspas), precisaríamos elevá-lo a uma distância considerável – pelo menos, alguns milímetros –, para ficarmos livres do atrito com a superfície. Aí, sim, ao aplicarmos nele uma pequena força, ele se movimentaria sem atrito – e a única limitação seria a resistência do ar, relevante só para grandes velocidades.
Mas como obter aquela elevação? Poderíamos, por exemplo, amplificar a repulsão eletrostática: se a carga elétrica (de mesmo sinal) de dois corpos for suficientemente grande, a força de repulsão entre eles faria um deles levitar sobre o outro. Porém, qualquer contato acidental poderia descarregar um dos corpos, diminuindo ou eliminando a força e, assim, interrompendo a levitação. Além disso, para valores muito altos de carga, o próprio ar passaria a conduzir eletricidade, e surgiriam pequenas (ou grandes!) centelhas, que drenariam a carga dos corpos eletrizados, cessando o efeito.
Um modo mais seguro de obter o mesmo resultado seria usar, em vez da força elétrica, a força magnética. Nos ímãs, polos de mesma natureza se repelem, e polos opostos se atraem. E, se a intensidade dessa repulsão for grande, um ímã pode fazer o outro levitar.
Há, claro, um problema de estabilidade: qualquer pequeno desvio do alinhamento entre os dois ímãs destruiria o equilíbrio. Mas isso pode ser resolvido com arranjos estáveis de vários ímãs, como comprovam os vários trens de levitação magnética atualmente em operação no mundo, inclusive no Brasil.
De fato, nem seria necessário usar dois ímãs. Bastaria um ímã e, por exemplo, um bloco de material ferromagnético, pois o campo magnético do ímã magnetizaria o material, transformando-o em um segundo ímã (figura 1). O problema, nesse caso, é que a força entre ambos seria atrativa. Portanto, para que houvesse levitação, o material ferromagnético teria que estar por baixo do ímã, em vez de por cima.
Material ferromagnético
Um material ferromagnético, na presença de um campo magnético (no caso, induzido por um eletroímã), transforma-se em um ímã temporário. (ilustração: Luiz Baltar)
Materiais diamagnéticos – que são repelidos por campos magnéticos – também poderiam ser alinhados para produzir a levitação, pois a magnetização os transformaria em um ‘ímã invertido’, levando à repulsão magnética. Porém, em geral, isso requer campos magnéticos muito intensos.

Eletroímãs e supercondutores

Os chamados eletroímãs também permitem gerar levitação. Quando um fio condutor é percorrido por uma corrente elétrica, ele cria em torno de si um campo magnético. Se o fio for enrolado, formando uma ou mais espiras, as linhas do campo magnético se assemelham às de um ímã permanente – daí, o termo eletroímã. Dependendo do sentido em que a corrente percorre a espiral, o polo norte é produzido em um ou em outro lado da espiral (figura 2).
Espirais
Dependendo do sentido da corrente elétrica, o polo norte é produzido num ou noutro lado da espiral. (ilustração: Luiz Baltar)
Usando esse efeito, cientistas holandeses já fizeram levitar um sapo e outros bichos pequenos, pois a água do corpo dos animais é formada por moléculas polares, que apresentam comportamento diamagnético. Mas, para isso, é preciso campos magnéticos imensos, ou seja, correntes elétricas muito altas percorrendo as espirais.
O uso de materiais supercondutores – que se comportam como diamagnéticos ideais – possibilita a levitação com campos magnéticos comparativamente baixos. O problema, no entanto, é manter o supercondutor a temperaturas muitíssimo baixas (cerca de -200°C!).
Uma coisa é fazer levitar. Outra, porém, é mover o trem. A solução engenhosa para o problema é o motor de indução linear. A ideia básica consiste em manipular o sentido da corrente elétrica dos eletroímãs colocados ao longo dos trilhos. Cada um desses eletroímãs ora atrai um ímã preso ao trem – quando o ímã se aproxima dele –, ora o repele – quando o ímã acaba de passar por ele. Desse modo, o trem é continuamente impelido para a frente. É, sem dúvida, uma sincronia complexa, mas é só uma questão de manipular convenientemente as correntes nos eletroímãs. Esse tipo de arranjo – usado, por exemplo, para puxar para cima os carrinhos de montanhas-russas modernas – permite controlar a corrente nos eletroímãs, para atingir não só forças de tração intensas, mas também grandes acelerações. A Nasa (agência espacial dos EUA) já está testando um foguete cujo primeiro estágio seria substituído por um sistema semelhante, barateando o lançamento de grandes cargas para o espaço.


Beto Pimentel
Colégio de Aplicação
Universidade Federal do Rio de Janeiro
 

terça-feira, 9 de junho de 2015

CARBONO NA AMAZÔNIA.....

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/campeas-amazonicas/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:26h

 
 Armazenadoras: árvores de grande porte incorporam mais carbono


Nenhum ecossistema da Terra estoca tanto carbono como a Amazônia. Contendo de duas a quatro centenas de bilhões de árvores, a maior floresta tropical do mundo armazena 17% de todo o carbono retido pela vegetação terrestre do planeta. Uma equipe internacional de pesquisadores verificou, porém, que apenas 1% das espécies de árvores da Amazônia responde por metade do armazenamento e da produção desse carbono (Nature Communications, 28 de abril). O estudo foi liderado por Sophie Fauset, bióloga da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que atualmente realiza um estágio de pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas, e envolveu a participação de colaboradores de 64 instituições europeias, norte-americanas e sul-americanas (11 delas, brasileiras). Já se sabia que, apesar da grande diversidade de árvores amazônicas, poucas das 16 mil espécies dominam a floresta: metade das árvores da região pertence a apenas 227 espécies. Agora os pesquisadores analisaram dados sobre 200 mil árvores de 3.458 espécies, coletados em 530 locais espalhados pela Amazônia, e concluíram que a capacidade da floresta de produzir e armazenar carbono é ainda mais concentrada. Apenas 147 espécies de árvores, a maioria delas de grande porte, concentram metade da biomassa da floresta. Sophie e seus colegas alertam, entretanto, que essa conclusão não significa que a diversidade amazônica não seja importante para garantir a sobrevivência da floresta no longo prazo. Alterações no clima do planeta podem levar outras espécies a se tornarem dominantes.

DIPLOMATAS NO LABORATÓRIO

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/diplomatas-no-laboratorio/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:24h



Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, a cidade alemã recebeu mais do que delegações de atletas e turistas. Desembarcaram também na “nova” Alemanha os primeiros estudantes latino-americanos atraídos por cursos, congressos e visitas a instituições médicas do país. As excursões cresceram nos anos seguintes, tornando-se itinerantes. Do Brasil, jovens graduandos, principalmente da Escola Paulista de Medicina, visitaram hospitais, laboratórios e órgãos oficiais, em missões médico-diplomáticas manejadas por ministérios à época dominados pelo Partido Nazista. Algumas eram promovidas pela Academia Médica Germano-ibero-americana, fundada em 1935. O objetivo era fomentar as relações médicas entre Alemanha e países da América Latina.
“A medicina teve papel importante nessas relações diplomáticas porque gozava de grande prestígio internacional, embora não fosse uma ferramenta tão visível de propaganda cultural”, diz o historiador André Felipe Cândido da Silva, da Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). “Durante o nacional-socialismo, a corporação médica alemã foi um dos segmentos que se alinhou mais estreitamente ao novo regime. Os médicos, como representantes da arena acadêmica, eram porta-vozes convictos do intenso nacionalismo vigente. E havia a dinâmica indústria farmacêutica, com interesse em consolidar seus laços com clientes estrangeiros.” Silva explorou o papel da ciência na diplomacia cultural alemã entre 1919 e 1950, com ênfase na década de 1930, durante pós-doutorado realizado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Por diplomacia cultural entenda-se o esforço germânico que congregou diplomatas e cientistas, universidades, empresas e companhias de navegação, entre outros atores.
Além das expedições científicas de estudantes, enfermeiros, docentes, pesquisadores e até pacientes, algumas estratégias articulavam médicos e diplomatas entre Brasil e Alemanha. Havia periódicos especializados, como a Revista Médica de Hamburgo, fundada por Ludolph Brauer, organização de encontros científicos internacionais, campanhas sanitárias, consolidação de produtos da indústria farmacêutica alemã e construções de hospitais por vezes voltados à assistência de imigrantes.
Enquanto no Brasil – especialmente no circuito Rio-São Paulo – as faculdades de medicina ganhavam corpo, com maior especialização e interesse tecnológico, sofisticação das técnicas de intervenção cirúrgica e avanços em procedimentos de diagnóstico e profilaxia, a Alemanha já era ponta de lança do desenvolvimento científico. Ali foi elaborado o modelo médico que alicerçou a formação contemporânea com o tripé ensino, assistência clínica e pesquisa universitária em Berlim, Göttingen, Heidelberg e Munique. Descobertas clínicas e inovações cirúrgicas vinham de laboratórios de universidades, indústrias e institutos alemães, que contavam com expoentes como Robert Koch, Rudolf Virchow, Paul Ehrlich, Emil Kraepelin, Emil von Behring, August von Wassermann, entre outros.
© ARQUIVO POLÍTICO DO MINISTÉRIO DAS RELA ÇÕES EXTERIORES EM BERLIM
Estado da Bahia noticia a visita de Ludolph Brauer, da Universidade de Hamburgo, a Salvador em 1935
Estado da Bahia noticia a visita de Ludolph Brauer, da Universidade de Hamburgo, a Salvador em 1935
As ciências tiveram impacto no contexto político, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. “Tornaram-se ingredientes importantes do prestígio nacional, ainda mais no ambiente de intenso nacionalismo”, diz Silva. Na análise do historiador, a experiência da Primeira Guerra já tinha demonstrado a importância de estruturar complexos nacionais de pesquisa científica, aliando instituições acadêmicas, indústrias, militares e Estado. “Além disso, o discurso científico contribuiu para legitimar ambições territoriais e pretensões de superioridade nacional e racial importantes para conquistar a adesão interna e a externa, de aliados”, observa.
Superioridade cultural
De acordo com Silva, médicos alemães se envolveram na propaganda cultural, persuadidos pela superioridade de sua cultura. Entretanto, após a Primeira Guerra, a ciência alemã ficou relativamente isolada quando parte dos cientistas se manifestou a favor do militarismo germânico. Ademais, físicos, médicos e químicos participaram de estudos como o desenvolvimento de gases letais. A instrumentalização do conhecimento para fins bélicos levou vários países a boicotar a ciência alemã até meados da década de 1920. “É importante, no entanto, distinguir os diferentes níveis da cooperação científica transnacional para ter clareza de que muitos pesquisadores continuaram mantendo contato informal com seus pares de países outrora inimigos. Embora repercutisse internacionalmente, para os latino-americanos não teve praticamente nenhum efeito uma política de boicote levada a cabo por organizações das quais muitos deles não faziam parte”, pondera.
O patologista e microbiologista carioca Henrique da Rocha Lima, por exemplo, se tornou um dos principais colaboradores da diplomacia alemã nas décadas de 1920 e 1930. Rocha Lima descobriu a origem do tifo exantemático em 1916, no Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Na volta definitiva ao Brasil, em 1928, foi uma liderança marcante do Instituto Biológico de São Paulo. O patologista Walter Büngeler, alemão de Danzig (atual cidade polonesa de Gdansk), escolhido para a cátedra da Escola Paulista de Medicina, pretendia ali iniciar um núcleo alinhado à ciência alemã – e correspondeu às expectativas dos oficiais da chancelaria e do Partido Nazista, transformando a escola num celeiro científico para as iniciativas da Academia Médica Germano-ibero-americana, especialmente com as excursões de estudantes.
O intercâmbio expressivo incluiu nomes como o oftalmologista Antônio de Abreu Fialho, o psiquiatra Antônio Pacheco e Silva, o dermatologista Adolfo Lindenberg, que foram convidados a visitar a Alemanha. Do outro lado, vieram ao Brasil médicos como Franz Volhard, Helmut Ulrici e Walter Unverricht, Heinrich Huebschmann e Karl Fahremkamp, entre outros. Diretor do Hospital Eppendorf, Ludolph Brauer visitou o Rio, Salvador e São Paulo – ali ainda passou pela distante colônia de Presidente Epitácio, onde existia uma ativa célula do Partido Nazista. A deflagração da Segunda Guerra Mundial, em 1939, abalou o intercâmbio científico, que acabou a partir da entrada do Brasil no conflito, ao lado dos Aliados, em 1942.
 

Projeto
As relações científicas germano-brasileiras no contexto da medicina paulista (1919-1950)
(nº 2011/51984-5); Modalidade Bolsa de Pós-doutorado; Pesquisadora responsável Maria Amélia Mascarenhas Dantes (FFLCH-USP); Bolsista André Felipe Cândido da Silva; Financiamento R$ 227.531,91 (FAPESP).

ACORDAR E DORMIR COMO ANTIGAMENTE

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/04/10/acordar-e-dormir-como-antigamente/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:21h

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Apesar de ter acesso à eletricidade como os vizinhos da cidade, moradores da área rural de Baependi, município com quase 20 mil habitantes no sudeste de Minas Gerais, preferem manter o ritmo de sono natural, perdido com a possibilidade de iluminação artificial nas casas depois da Revolução Industrial, e acordar cedo e dormir cedo (Scientific Reports, março). Em um estudo comparativo, pesquisadores da Universidade de Surrey, Inglaterra, e da Universidade de São Paulo perguntaram a 729 moradores da cidade e outros 96 da zona rural a que horas costumavam acordar e dormir. Os moradores da zona rural preferiam pular da cama em média às 6h30 e deitar-se às 21h20, indicando um estilo de vida conservador, enquanto os da cidade acordavam às 7h15 e dormiam às 22h30. Em Londres, os horários médios de acordar e dormir eram 8h30 e 23h15. Os pesquisadores acreditam que os moradores da cidade seguem menos o ciclo natural do sono, que implicaria acordar e dormir mais cedo, e dormem menos que os vizinhos do campo, por causa da influência da iluminação artificial.

BORRACHA DE DENTE-DE-LEÃO


DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/borracha-de-dente-de-leao/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:20h

O dente-de-leão russo (Taraxacum kok-saghyz), planta rústica comum em regiões de clima temperado e subtropical, produz um complexo de proteínas que desempenha um papel-chave na produção da borracha natural. Pesquisadores da Universidade de Münster, do Instituto Fraunhofer de Biologia Molecular e Ecologia Aplicada (IME) e da Universidade Técnica de Munique, todos na Alemanha, em colaboração com a empresa TRM, de York, no Reino Unido, descobriram dois componentes para o processo de biossíntese da borracha de dente-de- -leão, o que poderá levar ao desenvolvimento biotecnológico do produto com diversas aplicações médicas e industriais. Uma das proteínas identificadas funciona como ativador do processo de produção da borracha. Os resultados do estudo foram publicados na edição on-line de 27 de abril da revista Nature Plants. Outra proteína identificada é responsável pela formação de cadeias longas de um polímero que confere à borracha as propriedades de elasticidade e resistência.

BIODIESEL DE MORINGA

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/biodiesel-de-moringa/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:17h

 Extrato das folhas da Moringa oleifera serve como aditivo antioxidante

O óleo das sementes da Moringa oleifera, árvore originária da Índia e comum no Nordeste do Brasil, pode ser usado na produção de biodiesel, e o extrato de suas folhas, na produção de aditivos antioxidantes que retardam a degradação química do combustível. A conclusão é de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Minas Gerais. Em um estudo publicado na revista Fuel de 15 de abril, eles produziram biodiesel de moringa com propriedades físico-químicas dentro das especificações dos órgãos regulatórios. O biodiesel de moringa apresentou uma estabilidade oxidativa superior à da maioria dos combustíveis produzidos no país. A estabilidade oxidativa refere-se ao período em que ele consegue manter certas propriedades antes de se degradar. Essa reação química, chamada de oxidação, leva à produção de compostos que podem corroer as peças do motor e obstruir o sistema de injeção. Assim, quanto mais um combustível demora para oxidar, melhor a sua qualidade e eficiência. No estudo, os pesquisadores adicionaram um extrato da folha da árvore a amostras de biodiesel feitas de soja, milho, canola e girassol. Com isso aumentou a estabilidade oxidativa desses combustíveis. “Nossos resultados evidenciam o potencial antioxidante do extrato das folhas da M. oleifera como aditivo para biodiesel”, diz o químico Rodrigo Muñoz, autor principal do estudo.

CICATRIZAÇÃO CONTROLADA

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/cicatrizacao-controlada/
ACESSO: 09/06/2015 as 15:16h
Circuito eletrônico impresso aplicado em sensor flexível e transparente que avalia estado de saúde da pele


Uma placa com circuito eletrônico impresso permite analisar o processo de cicatrização da pele e avaliar a necessidade de prescrição ou não de medicamentos e o seu efeito. O dispositivo é flexível e transparente, o que facilita a sua aplicação no local do ferimento. O principal uso deverá ser no atendimento a pacientes que ficam acamados por longos períodos e desenvolvem úlceras de pressão. “O dispositivo permite detectar feridas antes mesmo de aparecerem na pele”, diz Felippe Pavinatto, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo, que participou do projeto desenvolvido na Universidade da Califórnia em Berkeley e São Francisco durante o seu pós-doutorado com bolsa da FAPESP. O equipamento consegue captar a mudança no perfil elétrico da pele degradada (medida por uma técnica chamada impedância) e faz um mapeamento do seu estado de saúde. A pesquisa tinha como objetivo inicial desenvolver um sensor para monitorar a cicatrização de feridas crônicas e o efeito do uso de medicamentos.“No decorrer do trabalho encontramos outro uso para o sensor”, relata Pavinatto, um dos autores do artigo científico que descreve o dispositivo, publicado em 17 de março na Nature Communications.

segunda-feira, 16 de março de 2015

DESCOZINHAR O OVO....isso é possível?

Novo método “descozinha” a clara do ovo em minutos
Novo método “descozinha” a clara do ovo em minutos
© EDUARDO CESAR
DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/02/18/como-descozinhar-o-ovo/
ACESSO: 16/06/2015 as 13:58h

Um processo químico permite “descozinhar” de forma mais rápida e barata a clara do ovo e restabelecer a estrutura inicial de uma de suas proteínas mais abundantes, a lisozima (ChemBioChem, 23 de janeiro). Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine e da Universidade Flinders da Austrália acrescentam à clara cozida uma substância que desmancha a parte branca e liquefaz o material. Depois disso os
trechos da proteína continuam enroscados, até que um aparelho aplica pressão e estica as moléculas de lisozima. Além do preço reduzido, o processo consome apenas alguns minutos e é 100 vezes mais rápido do que as técnicas atuais para atingir o mesmo objetivo. O objetivo final da pesquisa não é produzir um malabarismo químico para a gastronomia molecular (ver Pesquisa FAPESP nº 142), mas gerar um recurso para devolver a configuração original a moléculas grandes. Esse tipo de técnica é importante para as indústrias farmacêutica e alimentícia, que lidam com proteínas que tendem a se dobrar de maneira a impedir o seu uso.
 

Sistema de aproveitamento da água do ar condicionado


E A ÁGUA DO AR CONDICIONADO......

DISPONÍVEL:http://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/37339-agua-que-escorre-do-ar-condicionado-e-boa-para-beber-.htm
ACESSO: 16/03/2015as 13:27h.
 
 
Nos dias quentes, de vez em quando levamos um baita de um pingo-d’água na cabeça vindo de aparelhos de ar-condicionado nos prédios. E são milhares desses equipamentos produzindo certa quantidade de água que tem como destinos as calçadas das cidades ou as cabeças dos cidadãos.
Nos atuais modelos split, o gotejamento é menor, mas existe em um compartimento para drenagem. Será que essa água poderia ser aproveitada para outros fins mais úteis, por exemplo, para o consumo humano? O pessoal do site Slate reuniu alguns testes e pesquisas sobre esse líquido que pinga dos aparelhos.

Limpa até certo ponto

Segundo eles, de forma geral, a maior parte do gotejamento do ar-condicionado é apenas de vapor de água condensada que vem do ar do interior dos edifícios. Os aparelhos são projetados para drenar essa água na parte de trás, fazendo com que ela escorra para fora.
Na maioria dos aspectos, essa água é como a da chuva (que também se forma pelo vapor de água condensado) ou da umidade que se acumula por fora da lata de refrigerante gelado, não representando grandes riscos. No entanto, em casos raros, pequenas quantidades de água podem ficar estagnadas no interior do ar condicionador, tornando-se um meio fértil para as bactérias.

Bactérias

Em um dia quente e úmido, um aparelho pode gotejar até dois litros de água, que se acumula em sua bobina de evaporação enquanto ele esfria e desumidifica o ar. Esta bobina, como muitas canalizações utilizadas para a água potável, é feita de cobre, sendo muito mais limpa do que você poderia esperar ao olhar para um filtro de ar empoeirado.
Fonte da imagem: Shutterstock
No entanto, basta uma estagnação ou falha na drenagem para as bactérias se aproveitarem da situação, especialmente uma batizada de Legionella sp., famosa devido a um caso famoso de contaminação de ar-condicionado em um prédio durante uma convenção da Legião Americana em 1976, na Filadélfia.
Apesar disso, as bactérias mais nocivas parecem não atacar os aparelhos menores e, para os especialistas, essa água até pode ser potável e nem tão suja quanto pensamos, mas é mais seguro deixá-la apenas para regar as plantas.