sexta-feira, 31 de julho de 2020

Livro: Substâncias Químicas a história de um devir

Essa semana passamos para sugerir a leitura do livro: Substâncias Químicas a história de um devir, sob a autoria de João Roberto Ratis Tenório da Silva, pela Editora Appris, no ano de 2017.
Na obra o autor relata que mesmo o assunto tendo sido trabalhado por ele há algum tempo, nessa obra houve "mergulho em algumas fontes historiográficas, além de uma análise sobre as implicações sobre as concepções encontradas na aprendizagem".
Ainda segundo o autor, no livro há a proposição de "apresentação e discussão sobre os diversos modos de pensar o conceito de substância, identificados ao longo da história da Química, levantando alguns pontos de cunho historiográfico".
João Roberto afirma que "o objetivo central do livro é traçar um percurso histórico do conceito de substância, mostrando sua polissemia em um domínio sóciocultural, desde sua gênese na Filosofia Clássica, até os dias atuais, na forma como ele é trabalhado nas salas de aula de Química". Entretanto alerta para o fato de que a obra não se aprofunda "em discussões filosóficas ou epistemológicas", muito embora faça indicações de referências para essa finalidade.
A obra está dividida em 6 capítulos e conta no total de 95 páginas, das quais 75 estão distribuídas com a temática. O capítulo 1, intitulado PRICÍPIO, trata sobre a composição do Universo, a matéria, os planetas, as primeiras substâncias químicas que foram identificadas, abordadas num contexto histórico que nos proporciona verdadeira viagem nas civilizações antigas, de modo mais aproximado do Egito à Grécia. O capítulo 2, de nome OUSIA, que tem como tradução ser um substantivo da lígua grega, formado a partir do feminino do particípio presente do verbo "ser" e é traduzido para o potuguês como substância ou essência. A partir desse capítulo o autor inicia a sua discussão sobre o tema. No capítulo 3 a abordagem segue o caminho DA ALQUIMIA À QUÍMICA, e tem esse título. É nesse capítulo que o autor cita e nos convida a conhecer a obra de Goldfarb, sob o mesmo título. No capítulo 4, DO ELEMENTAR À DECOMPOSIÇÃO, o autor dá sequência a ideia iniciada no capítulo 3 e nos conduz a conhecer as contribuições "de vários estudiosos que, empiricamente, foram refutando algumas ideias que perduraram toda a Alquimia". Em sequência, o capítulo 5, trata sobre SUBSTÂNCIA COMO DEVIR, fazendo uma abordagem das contribuições científicas do casal Curie, Einstein, Lavoisier, dentre tantos outros nomes e suas considerações sobre o assunto. No último capítulo, CONCEITO DE SUBSTÂNCIAS E CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES, o autor finaliza sua obra apresentando suas concepções sobre o assunto transpondo para os tempos atuais.
Essa foi a nossa interpretação do livro sugerido e considerando que a escrita é linear, a leitura torna-se agradável e envolvente, e por isso está como nossa indicação de leitura. Quem sabe se vocês não aproveitam o final de semana para lê e passam depois para dividir conosco.
Abraços a todos e se possível, FIQUEM EM CASA"

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Livro: A história das coisas - da natureza ao lixo. O que acontece com tudo o que consumimos


No ano de 2007, a cientista ambiental, Annie Leonard, sob a direção de Louis Fox, produção de Erica Priggen e edição de Braelan Murray, lançou o documentário/curta-metragem (segue link no final da postagem) de 21 minutos, intitulado "A HISTÓRIA DAS COISAS". Nele foi apresentada a trajetória da nossa construção social, com os devidos abusos, exageros, desperdícios e saturação dos modos de produção e consumo. Ainda mostra desde a extração da matéria prima ao momento da venda e como essas ações alteram o ambiente.
Em 2018 a editora ZAHAR lança no Brasil, o livro com o mesmo título e de mesma autoria, onde há retomada do tema com a explicação de onde vem as matérias-primas de tudo aquilo que tanto almejamos, como carros, roupas, joias, computadores, iPods... De modo que são delineadas os cinco estágios da economia- extração, produção, distribuição, consumo e descarte- e seu  impacto sobre o planeta Terra e os seres vivos. Certamente a leitura desse título transforma o modo como pensamos ou devíamos pensar sobre nossas ações no cotidiano, como por exemplo, por que sai mais barato substituir um celular com defeito do que consertá-lo? Por que grande parte dos cosméticos contém substâncias tóxicas? Ou por que ainda se fabricam brinquedos com o pernicioso chumbo?
Desafiador e otimista, nossa sugestão de leitura, mostra que está ao nosso alcance redirecionar os rumos de um sistema econômico que esbanja e polui. E mostra como fazer isso propondo mudanças no extrair-fazer-descartar e outras pequenas, mas decisivas ações que podem ser incorporadas ao nosso cotidiano.

BOA LEITURA, e se possível, FIQUEM EM CASA!!!!



sexta-feira, 17 de julho de 2020

Livro: Mulheres que mudaram o mundo



A partir de hoje, em parceria com o IG @edquimicaedbem semanalmente iremos indicar títulos de livros que tem como intenção maior incentivar o hábito da leitura. Abaixo seguem as informações sobre a primeira obra e sua resenha.

Livro: Mulheres que mudaram o mundo

Autor: Gabriel Chalita

Gênero: História

Número de páginas: 294

Local e ano de publicação: São Paulo, 2005.

Editora: Companhia Editora Nacional

“Este é um livro dedicado às precursoras, às mulheres que, em todas as épocas da civilização, mostraram-se como exemplos, como luzes inspiradoras de novas conquistas. Num mundo dominado por costumes conservadores, elas abriram caminho munidas de talento, intuição e carisma, vencendo pela capacidade e não pela força; pela sensibilidade e não pela imposição. De dentro de seus lares ou nos postos de trabalho, direta ou indiretamente, elas continuam participando das mudanças do planeta. Mães, tias, avós, professoras, chefes, amigas, namoradas, companheiras. Quem não tem em sua vida um momento inesquecível marcado por uma mulher?”

 

RESENHA

Disponível em: <http://loucura-por-leituras.blogspot.com/2015/10/resenha-mulheres-que-mudaram-o-mundo.html>.

Acesso em: 11 jul. 2020.

Por Lethycia Dias, postado em 07 de Outubro de 2015 no Blog Loucura por leituras, onde o amor pelos livros é a regra!

 

Fazendo seu mestrado em Sociologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Gabriel Chalita interessou-se por estudar questões de gênero. Tinha questionamentos sobre qual seria o porquê de não estarmos à beira do século XXI e não termos ainda atingido a igualdade entre homens e mulheres. Embora o mundo tivesse alcançado um desenvolvimento surpreendente da ciência e da tecnologia, ainda não estávamos (digo, não estamos) libertos de preconceitos e discriminações. Sendo assim, Chalita pesquisou biografias de personalidades femininas que haviam conseguido vencer as barreiras impostas por suas condições. Cada vez mais fascinado, começou a falar sobre elas em palestras, aulas e conversas do cotidiano. Percebendo que a maioria das pessoas apenas havia ouvido falar se que foram e do que fizeram, mas nada sabiam de forma profunda sobre suas vidas, seus pensamentos e ideais, sentiu-se motivado a escrever sobre elas. Escolheu algumas delas, e começou a escrever este livro.

Dividido em um capítulo para cada uma delas (exceto no caso de Hellen Keller e Anne Sullivan, cujas histórias não podiam ser contadas separadamente), Mulheres que mudaram o mundo consiste em biografias resumidas de 10 mulheres que Chalita considerou importantes por seus ideais, por suas realizações ou por suas histórias de vida. Em narrativas de terceira pessoa, ele nos apresenta cronologicamente ao mundo de cada uma delas, e nos leva até o seu íntimo. Conhecemos suas dificuldades, seus medos, seus sonhos, suas ideias mais maravilhosas que as transformaram nas pessoas que foram. Paralelamente, conhecemos também o mundo que as condenava, fosse dizendo que eram incapazes, fosse considerando suas atitudes erradas.

"Nos intervalos das leituras dos clássicos da Sociologia resolvi estudar a vida de algumas mulheres. Estudar biografias de personagens que conseguiram vencer as carrancas do preconceito e mergulhar em um horizonte novo. Aquele que só se alcança quando se tem coragem de caminhar com os próprios pés." Apresentação. Página 10.

Apesar de o livro de Gabriel Chalita ser mais voltado para a área da História, é organizado em forma de biografias, e a leitura foi uma experiência impressionante para mim. Eu me deparei com as histórias incríveis de dez mulheres que fizeram coisas maravilhosas com muita luta e perseverança, e passei a admirá-las. Se antes era uma pessoa como aquelas que Chalita cita na apresentação do livro - conhecia os nomes de algumas delas, mas sabia pouco sobre suas histórias - agora posso dizer que conheço pelo menos um pouco dos trabalhos e vidas de cada uma delas, e compreendo o motivo para que seus nomes sejam tão conhecidos.

Penélope, Joana d'Arc, Marrie Currie, Isadora Duncan, Hellen Keller, Anne Sullivan, Gabriela Mistral, Madre Teresa de Calcutá, Golda Meir, Simone de Beauvoir. Em épocas diferentes, cada uma buscou cumprir seus objetivos e defendeu seus princípios. Fosse lutando contra os ingleses no exército francês, fosse criando um estilo inovador de dança; lutando pela dignidade de seu povo ou se esforçando pelo bem de pessoas necessitadas; buscando a própria educação incessantemente, ou fazendo descobertas científicas de grande importância; sendo reconhecida internacionalmente por sua poesia, ou resistindo às dificuldades com paciência; lutando por direitos iguais, ou educando uma criança que todos acreditavam não ter futuro.

Eu gostaria de fazer uma resenha individual para cada capítulo, mas então creio que acabaria com a surpresa do leitor, revelando tudo o que se conta sobre cada uma delas. Sendo assim, creio que o resumo do parágrafo anterior seja o suficiente para instigar qualquer um a ler Mulheres que mudaram o mundo e talvez, mais tarde, ler também biografias individuais de cada uma delas.

Aspecto positivo: linguagem simples e de fácil compreensão; organização em ordem cronológica de nascimento; boas referências e citações de pensamentos ou escritos das mulheres citadas ou sobre elas.

Aspecto negativo: relatos não muito parciais.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Filme "A grande ideia de Einstein", uma excelente forma de se apropriar do conhecimento


Passando hoje para indicar o filme "E=MC2 , A grande ideia de Einstein", disponível no Canal do You Tube Savio Souza (link no filme da postagem), baseado no livro E=MC2 do autor DAVID BODANIS, editora EDIOURO do Ano de 2001. O livro traz a biografia de Albert Einst e uma das maiores descobertas científicas da história, o significado de 'E=mc2', a equação que transcende a importância do universo matemático e penetra na condição humana. A obra possui uma abordagem diferente - não se restringe ao conceito da relatividade nem APENAS à biografia de Einstein, mas sim à vida da equação, sua infância, adolescência e maturidade. Nesta narrativa o autor esclarece o significado de cada parte da equação, expondo ainda as circunstâncias que a viram nascer, seus antecedentes e consequências, segundo as informações do produto disponíveis no sitio da Livraria Cultura (https://www3.livrariacultura.com.br/emc2-3060206/p, acesso 16/07/20202 as 11:41h).

Certamente por isso, o filme é repleto de informações científicas e históricas que vão além de Einstein, passando por Faraday e sua obsessão por compreender como a eletricidade podia movimentar os ponteiros de uma bússola, Emily de Chatelier, que fora considerada deslocada de seu tempo, pois era filosofa, linguista, cientista, matemática, especialista e crítica de Newton..., funções que às mulheres só poderiam ser delegadas 150 anos depois. 

Nossa sugestão se fundamenta em alguns pontos: -o primeiro porque nos faz compreender historicamente como alguns experimentos que na atualidade podem parecer simplórios são enriquecidos de conhecimento e foram regados de curiosidade, elemento que é diferencial na Ciência; -o segundo em função da importância de se trabalhar com a História da Ciência num contexto amplo, para que se possa ter o entendimento de como uma ação influencia diretamente ou não, descobertas e comportamentos de uma dada sociedade e vice-versa; -terceiro, recebemos um vídeo curto com um experimento que ao ser reproduzido nos dá a oportunidade de explorar diversos aspectos que vão além da Física e Química; -quarto, no momento estamos nos dedicando ao estudo da AEP (ver publicação anterior), de modo que estamos em algumas leitura e uma delas nos apresentou ao filme que corroborou com o recebimento do vídeo, tudo em sequência, até chegarmos aqui.

Assim, encerramos mais uma publicação. Estamos disponibilizando o link do vídeo, enviado pelo Prof. Leonardo Rodrigues, que atualmente se dedica ao estudo e ensino de Física em escolas da rede particular e em cursinhos renomados na capital Alencarina (Fortaleza), no Estado do Ceará.

Vídeo

A todos, os nossos votos de saúde e se possível, FIQUEM EM CASA!

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Atividade Experimental Problematizadora (AEP), você sabe o que é?

Olá, todos bem?
Mês de Julho, outrora era sinônimo de férias. Atualmente esse entendimento mudou. Férias como sinônimo de descanso, lazer e diversão também passou a ser vista de forma diferenciada. Principalmente para os profissionais da Educação, de modo mais específico, o professor.
Em se tratando de aulas remotas, estamos com o desafio de apresentar conteúdos de forma dinâmica e adequada ao nível de cognição dos estudantes.
Afunilando as situações educacionais, se imaginarmos aulas remotas de Ciências da Natureza, os desafios vão se aprimorando. Se continuarmos descendo esse funil e pensarmos a disciplina de Química no que se refere a Experimentação, talvez consigamos chegar ao nível que a dificuldade é maior que o diâmetro que possibilita a descida da situação inicialmente posta.
No entanto, sem nos concentrarmos em todos esses desafios, e na tentativa de nos aprimorarmos no suposto  período de férias, decretado pela maior parte dos Governos e denominado como recesso, que tal nos apropriarmos do entendimento sobre a AEP?
Confesso que me interessei pela temática por conta de dificuldades em trabalhar a EXPERIMENTAÇÃO demonstrativa, aquela que convencionalmente se trabalha na graduação e quando vamos à pesquisa nos é exigida de outra forma. Outra dificuldade foi o fato de enquanto professora, perceber nos estudantes pouco envolvimento com os fenômenos que estavam sendo abordados. Ao pensar que toda e qualquer aula deve ser planejada e que de modo específico, as aulas experimentais além disso ainda devem ser testadas, o desânimo era ainda maior.
Por vezes penso que a maior parte das nossas pesquisas são em função de nossas dificuldades e que a partir disso, alcançamos algum sucesso, ou ao menos minimizamos nossas angústias sobre dado assunto. E assim aconteceu.
Iniciei na busca pelo entendimento dos tipos de experimentação, suas características quanto ao papel do professor e estudante, bem como as vantagens e desvantagens do uso de cada um dos tipos.
Com base em um artigo "Experimentação Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências" disponível em   http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc30/07-PEQ-4708.pdf com autoria de Wilmo E. Francisco Jr., Luiz Henrique Ferreira e Dácio Rodney Hartwig, trabalhei inicialmente essa proposta em uma disciplina da Pós graduação. De modo que nosso entendimento sobre a AEP é que a partir da Experimentação Investigativa, é possível trabalhar a abordagem problematizadora. Com a finalidade de ampliarmos as discussões nos apropriamos dos conceitos tratados no livro "Ensino experimental de Ciências-uma proposta: Atividade Experimental Problematizadora (AEP)" de André Silva da Silva e Paulo Rogèrio Garcez de Moura. Nesse livro, os autores tratam da importância da experimentação no Ensino de Ciências, a relaciona com a aprendizagem significativa de Ausubel (TAS) e com a epistemologia de Thomas Kuhn (ETK), como estruturas de base da AEP.
Além dessa publicação, recorremos ao livro "Atividade Experimental Problematizadora (AEP)" de André Luis Silva da Silva e Pablo Andrei Nogara, onde são dispostos 60 propostas de experimentações com essência no Ensino de Química. Essas leituras em muito contribuiram para o entendimento da proposta do livro " Lavoisier na sala de aula" do professor Lucas Peres Guimarães. Nele o autor faz uso do termo atividade experimental investigativa problematizadora, que é outra denominação de AEP.
Abaixo segue o link de um pequeno resumo do que trabalhamos na disciplina da Pós graduação.