terça-feira, 18 de agosto de 2015

O ENSINO DE QUÍMICA EM DIÁLOGO




DISPONÍVEL: http://ensquimica.blogspot.com.br/2015/08/o-ensino-de-quimica-em-dialogo.htmlACESSO: 18/08/2015 as 9:31h




Autores: Thiago Henrique Barnabé Correia, Gabriel Augusto Matharan, Leonardo Fabio Martínez Pérez (Orgs)

Editora: CRV

InformaçõesFruto de um trabalho coletivo, este livro é a primeira produção da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Educação Química (ReLAPEQ). Criada em 2014, a Rede é uma parceria entre pesquisadores de universidades brasileiras, colombianas e argentinas, a qual visa promover o contato destes, além do intercambio e divulgação de suas produções que, na maior parte das vezes, ficam restritas em discussões pontuais. Nessa direção, julgamos ser fundamental este movimento de reflexão coletiva, além de acreditar que é a partir de parcerias colaborativas que se torna possível a proposição de inovações didático-pedagógicas no âmbito do ensino e aprendizagem da Química. Estabelecer “conversas reflexivas”, preferencialmente, num coletivo de professores, certamente promoverá a produção de conhecimentos mais úteis e substanciais para a tão pretendida melhoria educativa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

OS 10 ALIMENTOS MAIS RADIOATIVOS


Neste artigo publicado originalmente no About.com Chemistry pela PhD Anne Marie Helmenstine, lista-se os 10 alimentos mais radioativos e suas respectivas medições. Lembramos que a unidade de medida em radioatividade é o Curie (Ci) que mede 3,7X1010 dps (desintegrações por segundo)
Tecnicamente, todos os alimentos são ligeiramente radioativos. Isto porque todos os alimentos e moléculas orgânicas contêm carbono, que existe naturalmente como uma mistura de isótopos radioativos, incluindo o carbono-14.
Essa é a base para a datação por carbono, usado para identificar a idade dos fósseis. Contudo, alguns alimentos emitem mais radiações do que outros. Aqui está uma lista de 10 alimentos naturalmente radioativos e o quanto de radiação que você é submetido a partir deles.
1. CASTANHA DO PARÁ
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Se houvesse um prêmio de “Alimento mais Radioativo”, este iria para a Castanha do Pará. A Castanha do Pará contêm altos níveis de dois elementos radioativos: o rádio e o potássio. O potássio é bom e usado em muitas reações bioquímica sendo uma das razões pelas quais o corpo humano é em si radioativo.
O Radium (Rádio) está no solo, onde as árvores crescem e é absorvida pelo sistema radicular da planta. A Castanha do Pará emitem mais de6.600 pCi/kg de radioatividade. A maior parte dessa radioatividade passa através do corpo sem causar danos, portanto coma com moderação.
2. FEIJÃO DE LIMA
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Os feijões são ricos em potássio-40 (radioativo) e também radônio-226. Obtém-se cerca de 2 a 5 pCi/kg de radônio-226 e 4640 pCi/kgde potássio-40.
 
 
3. BANANAS
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As bananas são tão radioativas que podem disparar alarmes de radiação em portos e aeroportos. Elas oferecem cerca de 1pCi/kgde radônio-226 e 3520 pCi/kg de potássio-40.
 
 
 
 
4. CENOURAS
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As Cenouras podem ter cerca de 1 ou 2pCi/Kg de radônio-226 e cerca de 3.400 pCi/kgdo potássio-40.
 
 
 
 
 
5. BATATAS
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Tal como acontece com as cenouras, as batatas possuem entre 1 a 2,5 pCi/kg de radônio-226 e 3400 pCi/kgde potássio-40.
 
 
 
6. SAL LIGHT
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O Sal light contém cloreto de potássio, KCl. E tem cerca de3.000 pCi/kg de potássio-40.
 
 
 
 
 
7. CARNE VERMELHA
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A carne vermelha contém potássio-40.
Seu bife ou hambúrguer tem cerca de 3.000 pCi/kg. A carne também é rica em proteínas e ferro. A elevada quantidade de gordura saturada em carne vermelha apresenta mais risco para a saúde do que a radiação.
 
 
8. CERVEJA
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A cerveja fica com a radioatividade do potássio-40. E tem cerca de 390 pCi/kg. Isso é apenas um décimo da radioatividade que você teria a partir da mesma quantidade de suco de cenoura, por isso a partir do ponto de vista de radioativo, o que seria mais saudável?
9. ÁGUA POTÁVEL
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A água não é totalmente pura como em sua fórmula H2O. A sua dose de radiação varia de acordo com a fonte de água, em média, tem cerca de0,17pCi/g de rádio-226.
 
 
 
 
10. MANTEIGA DE AMENDOIN
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A Manteiga de amendoim libera 0,12 pCi/g de radioatividade do potássio-40, rádio-226 e rádio-228.
 
 
 
 
As radiações emitidas pela desintegração de alguns elementos sempre estiveram presentes em nosso meio ambiente, constituindo-se o background radioativo. Nosso organismo esteve, está e sempre estará submetido a fontes externas de radiação.
Anne Marie Helmenstine, Ph.D.
(Bacharel em Física e Matemática, com especialização em Química de Hastings College, em Nebraska e um PhD em Ciências Biomédicas da Universidade do Tennessee, em Knoxville)





quinta-feira, 2 de julho de 2015

SABÃO x DETERGENTE



SABÃO X DETERGENTE

Qual apresenta mais vantagens: o sabão ou o detergente?

Representação da estrutura química dos sabões.Os sabões e os detergentes são usados para remover sujeiras e, principalmente, gorduras dos materiais. Mas qual é a diferença entre os dois? Há mais vantagem em se usar o sabão ou o detergente? E com relação ao meio ambiente? Qual polui menos?

Vejamos a estrutura de cada um, para chegarmos a uma resposta satisfatória.
Os sabões possuem a seguinte estrutura típica:
Estrutura típica dos sabões.
Estrutura típica dos sabões.
Observe que ele possui uma parte apolar, representada pela cor azul, que interage com a gordura e com o óleo, que também são apolares; e apresenta uma parte polar (em amarelo), que interage com a água.
A estrutura dos detergentes também possui uma parte polar e uma apolar, conforme pode ser visto a seguir:
Estrutura típica dos detergentes.
Estrutura típica dos detergentes.
O ponto ao qual queremos chamar a atenção, e que pode ser observado pela comparação entre as duas estruturas, é que os detergentes mais comuns são sais derivados do ácido sulfúrico (H2SO4), que é um ácido forte e traz mais danos ao meio ambiente. Por isso, há a presença do enxofre (S) na estrutura do detergente. A matéria-prima básica dos detergentes é o petróleo, que é um recurso energético fóssil não renovável.
Além disso, o caso mostrado acima é de um detergente biodegradável, porém existem alguns detergentes, que são aqueles que apresentam ramificações na sua estrutura, que não são biodegradáveis, ou seja, não são degradados pelos microrganismos e se forem despejados em rios e lagos podem causar graves efeitos ambientais com consequente morte de diversos peixes, algas, insetos e aves aquáticas.
Já os sabões são feitos de óleos ou gorduras que reagem com uma base forte, como o hidróxido de sódio (NaOH). Assim, os sabões são sais de ácidos carboxílicos, que são ácidos fracos. Na estrutura desses sabões, o hidrogênio do grupo carboxílico (─COOH) é substituído por íons sódio (Na+), potássio (K+) ou amônio (NH4+), como mostrado a seguir. O resultado é que todos os sabões são biodegradáveis.
Os sabões são sais de ácidos carboxílicos em que o hidrogênio do ácido é substituído por um cátion.
Os sabões são sais de ácidos carboxílicos em que o hidrogênio do ácido é substituído por um cátion.
Outro ponto negativo em relação aos detergentes é que muitos deles contêm íons fosfato em sua estrutura. Esses íons são utilizados pelas algas como nutrientes, assim, com esses detergentes sendo despejados nos rios, seus íons fosfato vêm aumentando drasticamente e essas algas se multiplicam em larga escala. Esse processo é denominado eutrofização e provoca a morte de peixes e outros seres vivos aquáticos, pois as algas vão cobrir as superfícies dos lagos, impedindo a entrada de luz e oxigênio na água.
Dessa forma, se olharmos a questão ambiental, o sabão em barra é a melhor opção.
A proliferação excessiva de algas é denominada eutrofização.
A proliferação excessiva de algas é denominada eutrofização.
Mas e quanto à eficiência?
Bom, os sabões apresentam uma desvantagem quando a limpeza é feita com água que contenha cátions de cálcio, magnésio e ferro, pois os ânions dos sabões podem reagir com esses cátions, originando compostos insolúveis, que se precipitam e formam a chamada água dura. Dessa forma, os sabões não conseguem remover a sujeira e a gordura.
Já os detergentes têm a vantagem sobre os sabões de que eles nunca reagem com os cátions da água dura e, portanto, realizam a limpeza independentemente da água usada.


Mas o que faz com que os detergentes tenham a capacidade de remover a gordura de objetos sujos enquanto que a água sozinha não tem essa capacidade?

Bom, a água é uma substância polar e as gorduras são apolares. Assim, a água não consegue interagir com as gorduras, pois não tem afinidade com elas. Além disso, a água possui uma tensão superficial que a impede de penetrar em certos tipos de tecidos e outros materiais. Porém, aí surge outra pergunta: o que é essa tensão superficial?

As moléculas de água se atraem mutuamente e, como existem moléculas para todos os lados, essa atração, denominada força de coesão, ocorre em todas as direções; exceto no que tange às moléculas da superfície. Visto que essas moléculas não têm outras moléculas de água acima delas, as suas forças de coesão para os lados e para baixo se intensificam, criando, assim, uma espécie de película na superfície da água, que é a tensão superficial.

Essa tensão superficial é a responsável por mosquitos conseguirem se deslocar por cima da água. É responsável também por materiais leves, como agulhas e moedas, flutuarem na água e, além disso, a tensão superficial constitui um dos fatores que dificultam a limpeza somente com o uso da água.

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Tensão superficial da água.

E como os detergentes e os sabões resolvem essa questão da tensão superficial e da polaridade?

Conforme dito, eles possuem duas partes distintas em sua estrutura, sendo que a parte polar é tambémhidrofílica, ou seja, possui afinidade com a molécula de água, porém não interage com as moléculas da gordura. Já na parte apolar ocorre exatamente o contrário, pois é uma parte hidrofóbica – não interage com a água, mas tem afinidade com as moléculas de gordura.

Assim, o que acontece é que quando adicionadas na água, as moléculas dos detergentes se distribuem ao redor das moléculas de gordura, formando pequenos glóbulos, denominadosmicelas. A parte apolar das moléculas do detergente fica voltada para o interior do glóbulo, em contato com a gordura; enquanto que a parte hidrofílica ou polar fica voltada para o exterior, em contato com a água. Dessa forma, quando se “arrastam” as micelas de detergente, removem-se também a gordura junto, pois ela estará aprisionada na parte hidrofóbica, isto é, na região central da micela.

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Micela formada por moléculas de detergente dispersas em água.
No que diz respeito à tensão superficial da água, os detergentes têm a capacidade de diminuir essa tensão, facilitando, assim, com que a água penetre em vários materiais para remover a sujeira. É por isso que o sabões e os detergentes são chamados de agentes tensoativos ou surfactantes, sendo que essa última palavra vem do inglês surface active agents = surfactants.

Esse é um dos fatores que ameaçam o meio ambiente, pois quando os detergentes são despejados em rios e lagos, o deslocamento dos insetos sobre a água é dificultado, o que pode diminuir a população de insetos e causar um desequilíbrio no ecossistema