domingo, 26 de maio de 2013

RESENHA CRÍTICA SOBRE O TEXTO: A QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DA PRINCESA ISABEL



: Edneide Maria Ferreira da Silva


FILGUEIRAS, C. A. L., A Química na educação da Princesa Isabel. Química Nova, Vol.27, No. 2, 349-355, 2004.

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1967), doutorado em Química pela Universidade de Maryland (1972) e pós-doutorado pela Universidade de Cambridge (1980-1981), além de estágios curtos em várias universidades do Brasil e do exterior. Foi por muitos anos professor da Universidade Federal de Minas Gerais (1968-1997) e depois professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (de 1997 a 2010). No início de 2010 tornou-se pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais. Ensina e pesquisa na área de Química Inorgânica, com ênfase em Compostos de Coordenação e Organometálicos, atuando principalmente nos seguintes temas: organoestânicos, complexos de estanho, compostos de metais de transição, ligantes ambidentados e polibásicos e complexos bi- e trimetálicos homo- e heterometálicos. Orienta estudantes nessas áreas em todos os níveis, incluindo-se aí alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, além de estagiários de pós-doutorado. Também trabalha em atividades de ensino e divulgação da Química e participa ativamente de atividades de extensão. Outra vertente de seu trabalho de ensino e pesquisa que muito se ampliou nos últimos anos é no campo da História da Ciência, em que também tem pesquisado, publicado, lecionado e orientado estudantes em todos os níveis.


O ensino da Química como ciência estabelecida, regularmente ensinada e praticada no Brasil, inicia-se em verdade, com a vinda do príncipe regente D. João VI para o Brasil, acompanhado é claro, de grande parte da família real portuguesa, além de numerosa comitiva (cerca de 10.000 pessoas), em 1808. Tal mudança deu-se em função da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A Academia Real Militar, fundada no Rio de Janeiro em 1810, seria a primeira instituição no Brasil onde o ensino de Química foi regularmente ministrado, tendo em vista que a Química fazia parte do currículo a ser seguido na formação dos futuros militares. Enfatizando o caráter utilitarista da Química, o que significa dizer que se procurariam transmitir e utilizar conhecimentos prévios, sem a realização de qualquer atividade que remetesse a pesquisa em Química. Assim, podemos dizer que o Ensino de Química chegou em nosso país com muito atraso, pois enquanto na Europa havia um fervilhão de ideias e atividades científicas o Brasil limita-se a introduzir a Química ainda fazendo uso de métodos retrógrados, livresco em detrimento as aulas práticas. Somente com a chegada de D. Pedro II é que as ciências, de modo geral, começaram a ser disseminadas. Talvez pelo grande interesse do Imperador em continuar tendo acesso aos avanços científicos ou porque ele tinha interesse em proporcionar as suas duas filhas uma formação bastante ampla, principalmente a Isabel, filha mais velha e herdeira oficial d trono. Ao longo da História, é possível observar que tanto Isabel como Leopoldina foram submetidas a um severo regime de estudos, chegando a ter inicio as 7h da manhã e terminando as 21h 30min, com pouquíssimos intervalos para recreação, durante 6 dias semanais. Isso era justificado por D. Pedro II que mesmo sendo suas duas filhas mulheres, estas deveriam estar bem preparadas para que se necessário, tivessem condições de vir a dirigir o governo constitucional de um Império como o Brasil. Mesmo sendo um admirador da Química – tendo investido na compra de um laboratório para estudo pessoal e das filhas – pode-se afirmar que no tocante a prática, a ciência Química, em solo brasileiro foi praticamente nula. Daí, poder se constatar que o simples fato de ter-se um amante das ciências no poder não se constitui fator decisivo para garantir-se o apoio estatal à prática da ciência.

Certamente o artigo sugerido é bastante rico em informações históricas, o que certamente proporciona ao aluno maior interesse por sua leitura. Além de situar os aspectos históricos, mostra também a importância da História da Química e como essa Ciência contribuiu e até hoje contribui no desenvolvimento social, econômico e até mesmo político do mundo.

SILVA, D. D. NEVES, L. S., FARIAS, R. F. História da Química no Brasil. 3ª edição, 2010. Ed. Átomo.

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