domingo, 1 de abril de 2018

Curso de Química Online

A PUC disponibiliza curso online de Química.
Que tal participar?!

Disponivel:http://www.cursosedu.com/2018/02/puc-esta-oferecendo-cursos-online-e-gratuitos.html?m=1
Acesso: 01/04/2018 as 13:20h.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Descobrindo a Química no smartfone

Disponivel: https://olhardigital.com.br/video/descubra-a-quimica-que-existe-dentro-do-seu-smartphone/59463
Acesso: 14/03/2018 as 16:30

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Indicação de leitura.....O MUNDO DE MENDELEIEV de Paul Strathern

 

 

 

 

 

 

Descrição:

Em 17 de fevereiro de 1869, o cientista russo Dmitri Mendeleiev debatia-se com um problema: como colocar ordem na então recente ciência da química? Exausto, caiu adormecido sobre sua mesa de trabalho e teve um sonho que lhe anunciava a chave para montar a Tabela Periódica dos elementos. Um sonho que iria mudar fundamentalmente o modo como vemos o mundo.
Em O sonho de Mendeleiev, Paul Strathern decanta a sensacional história da busca dos elementos químicos, desde os físicos gregos, passando pela química medieval, até chegar à fissão do átomo. Com texto fluente e bem-humorado, o autor explica as sucessivas descobertas no campo da química, além de traçar as biografias de seus protagonistas: Hermes Trismegisto, Paracelso, Avicena, Giordano Bruno, Nicolau de Cusa, Galileu Galilei, Johann Becher, Robert Boyle, Henry Cavendish e Antoine Lavoisier, entre outros.
Mestre dos textos introdutórios, Strathern usa seu talento para recriar e alinhavar a instigante história da pergunta: de que matéria o mundo é feito?
"Uma história maravilhosa que mostra os esforços da humanidade para compreender do que é feita a matéria." The observatur
"Muito bem escrito, competente e repleto de episódios deliciosos (...) Paul Strathern realizou a notável proeza de tornar interessantíssima a história da química." The Herald Tribune.

DISP http://zahar.com.br/livro/o-sonho-de-mendeleiev
ONÍVEL:

Indicação de leitura...... OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a História

 

 Descrição:

Será que podemos explicar o fracasso da campanha de Napoleão na Rússia, em 1812, por algo tão insignificante quanto um botão? Quando exposto a temperaturas baixas, o estanho se esfarela, e todas as fardas dos regimentos de Napoleão eram fechadas com botões feitos desse material.
Com estilo cativante, temperado com diversas histórias curiosas, a professora de química Penny Le Couteur e o químico industrial Jay Burreson fazem uma fascinante análise de 17 grupos de moléculas que, como o estanho daqueles botões, influenciaram o curso da história. Essas moléculas produziram grandes feitos na engenharia e provocaram importantes avanços na medicina e no direito. Além disso, determinaram o que hoje comemos, bebemos e vestimos.
Ao revelar as espantosas conexões químicas que unem eventos aparentemente não relacionados, os autores esclarecem que:
- Por causa da química, a colônia Nova Amsterdã tornou-se Nova York.
- Um contratempo na limpeza da cozinha com um avental de algodão resultou no desenvolvimento dos explosivos modernos e da indústria cinematográfica.
- A ânsia dos europeus pela cafeína - um alcalóide que vicia - levou à Revolução Chinesa.
- Foi um laboratório químico que, em busca de um analgésico potente, criou a heroína.
'Em geral não paramos para pensar na história ou na composição química de especiarias, borracha, nicotina, penicilina ou um sem-número de produtos que mudaram o mundo. Isso é belamente realizado em Os botões de Napoleão, com sua brilhante mescla de química e cultura. O livro é estimulante e de leitura extremamente agradável.' 
Tem 344 páginas e custa em torno de R$ 38,90.

DISPONÍVEL: https://www.saraiva.com.br/os-botoes-de-napoleao-as-17-moleculas-que-mudaram-a-historia-1392851.html
ACESSO: 05/02/2018 as 15:22.



















Qual o papel da química na história? É o que se propõem a responder os químicos Penny Le Couteur e Jay Burreson em "Os Botões de Napoleão - As 17 Moléculas que Mudaram a História". Suas respostas são surpreendentes e capazes de se... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/resenhas/botoes-de-napoleao.htm?cmpid=copiaecola
Qual o papel da química na história? É o que se propõem a responder os químicos Penny Le Couteur e Jay Burreson em "Os Botões de Napoleão - As 17 Moléculas que Mudaram a História". Suas respostas são surpreendentes e capazes de se... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/resenhas/botoes-de-napoleao.htm?cmpid=copiaecola

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Indicação de leitura..... A COLHER QUE DESAPARECE, de Sam Kean










Descrição

Um passeio pelas mais surpreendentes histórias envolvendo a descoberta, o uso e a criação dos 118 elementos químicos da tabela periódica. Uma colher que desaparece quando colocada no chá quente, uma bizarra corrida pelo ouro causada por um elemento (telúrio) que tem cheiro de alho, um poeta que enlouqueceu ao ingerir lítio para se tratar de uma doença. Esses são alguns dos misteriosos casos que Sam Kean conta para explicar com clareza os conceitos científicos e narrar de maneira saborosa casos engraçados e aterradores sobre os átomos que nos cercam. Pelo caminho, o autor aborda a história dos avanços científicos, desde a descoberta do átomo até a criação de elementos artificiais, passando pela invenção da tabela periódica e pelo estudo da radioatividade. Mostra também como a vida humana se modificou devido ao cobre (usado em moedas por ser “autoestéril”), ao silício (utilizado na revolução da informática) e ao urânio (um dos grandes responsáveis pela bomba atômica). Uma narrativa envolvente que nos guia através dos segredos dos elementos químicos. A propósito: a colher que desaparece é feita de gálio, elemento 31 da tabela periódica, metal com a estranha propriedade de ficar no estado líquido acima de 29ºC, temperatura inferior à de qualquer cafezinho. 
O livro custa em torno de R$ 48,90 e tem 276 encantadoras páginas. Boa leitura.

DISPONÍVEL: https://www.saraiva.com.br/a-colher-que-desaparece-loucura-amor-morte-e-a-historia-do-mundo-a-partir-da-tabela-periodica-3534951.html
 

Indicação de leitura.... O POLEGAR DO VIOLINISTA, de Sam Kean



 

 

 

 

Descrição  

O renomado jornalista Sam Kean conta a história da genética, de Mendel e suas ervilhas até os dias de hoje, em que exames de ponta são capazes de detectar doenças que poderemos desenvolver. Ele mostra como, em algum ponto no emaranhado de fitas do DNA, se encontra a solução de muitos mistérios da espécie humana. Dentre eles, a grande saga sobre o lugar de onde viemos e como evoluímos a ponto de dominar o planeta como nenhuma outra espécie havia conseguido antes. Tudo isso entremeado a fantásticas narrativas protagonizadas pelo DNA: as mulheres grávidas que transmitiam câncer aos filhos ainda não nascidos; os sobreviventes de bombas nucleares; a morte precoce dos primeiros exploradores do ártico; o cientista russo que teria criado um híbrido de homem e chimpanzé; e até mesmo casos em que, como o do violinista virtuose Paganini, a ciência esclarece a arte. 
O livro tem 337 páginas e custa em torno de R$ 42,90. É uma excelente forma de aprender sobre genética de forma prazerosa e certamente mais agradável do que as formas convencionais.
Boa leitura.

DISPONÍVEL: https://www.saraiva.com.br/o-polegar-do-violinista-e-outras-historias-da-genetica-sobre-amor-guerra-e-genialidade-5186918.html

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Processo químico da bioluminescência de fungos é reciclável e flexível

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/04/26/iluminacao-natural/
ACESSO: 30/01/2018 as 12:02

POR: MARIA GUIMARÃES | Edição Online 15:00 26 de abril de 2017.

Uma rua iluminada por árvores brilhantes, em vez de postes e lâmpadas. A imagem parece um sonho, mas não chega a ser impossível para o químico Cassius Stevani, professor no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP). “Mas é preciso tomar cuidado, não queremos que a floresta natural emita luz à noite”, alerta. Mesmo fora do horizonte da realidade, o cenário de ficção científica está enraizado na pesquisa de Stevani com fungos bioluminescentes, principalmente da espécie Neonothopanus gardneri, da Mata dos Cocais, no Piauí. Ele e uma série de colaboradores, sobretudo russos e brasileiros, acabam de desvendar uma parte importante das reações químicas que iluminam cogumelos de verde, conforme mostra artigo publicado no dia 26 de abril no site da revista Science Advances.
Um ponto importante do estudo foi descobrir que a hispidina, uma molécula com propriedades farmacológicas presente em boa parte das plantas, é precursora da luciferina, substrato essencial à produção de luz nos fungos. A hispidina também está em cogumelos não luminescentes, nos quais é responsável por uma cor alaranjada e por protegê-los contra os danos causados pela luz solar.
De acordo com a sequência de reações químicas revelada pelo grupo de pesquisadores, a luciferina reage com oxigênio por ação da enzima luciferase e dá origem à oxiluciferina excitada, que, ao decair para o estado fundamental, emite um fóton – e, portanto, luz. Depois disso, a oxiluciferina sofre ação de outra enzima e dá origem ao ácido cafeico. Essa é outra descoberta importante porque o ácido cafeico já era conhecido como precursor da hispidina. Assim, Stevani explica que o ciclo se fecha. “Há uma reciclagem das moléculas envolvidas na bioluminescência, o que explica a pequena quantidade de hispidina existente nos fungos: ela é constantemente formada, em seguida reage e o ciclo da bioluminescência continua.” Como esse processo consome oxigênio, pode ser uma maneira de o organismo combater danos por estresse oxidativo.
Árvores e outras plantas também produzem ácido cafeico, e vem daí a brincadeira de sugerir a manipulação genética de modo que produzam as enzimas necessárias para completar a reação e brilhem. “Também seria possível produzir orquídeas luminescentes para o comércio de plantas ornamentais”, imagina o químico. O bioquímico norte-americano Hans Waldenmaier, que no ano passado terminou o doutorado sob orientação de Stevani, está justamente com planos de montar uma empresa para produzir plantas bioluminescentes em seu país natal. O intuito não é apenas decorativo. “Talvez um dia seja possível usar esse sistema como repórter para seguir processos biológicos de plantas e aplicar a problemas de saúde humana”, diz o professor do IQ-USP. Proteínas fluorescentes usadas como marcador genético luminoso, ou repórter, renderam a Osamu Shimomura, Roger Tsien e Martin Chalfie o prêmio Nobel de Química em 2008 exatamente pela importância na visualização de processos bioquímicos. Naquele caso se tratava de uma proteína fluorescente produzida por medusas, amplamente usada em laboratórios do mundo todo.
Química produtiva
Os resultados obtidos no artigo da Science Advances nasceram da colaboração entre Stevani e o químico russo Ilia Yampolsky, do Instituto de Química Bio-orgânica, em Moscou, uma parceria que surgiu de maneira inusitada. Quando soube, por relato de alunos que voltavam de um congresso internacional, que Yampolsky buscava caracterizar moléculas responsáveis pela bioluminescência de fungos, o brasileiro entrou em contato para propor unir esforços. Mas chegou tarde demais: os resultados já estavam submetidos para publicação, a partir de culturas de um fungo muito semelhante ao brasileiro: era Neonothopanus nambi, originário do Vietnã. Na disputada corrida acadêmica, a derrota para um pesquisador com um histórico mais recente de pesquisa nesse tema poderia ser motivo para despeito e inimizade. Aconteceu o contrário. Para chegar aos resultados apresentados na Science Advances, cada um contribuiu com sua especialidade – o russo em síntese de compostos orgânicos e o brasileiro em mecanismos químicos. Em São Paulo, também participaram os químicos Erick Bastos e Paolo di Mascio, do IQ, e Anderson Oliveira, do Instituto Oceanográfico, além dos farmacêuticos Felipe Dörr e Ernani Pinto, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, todos da USP.
Além de elucidarem as moléculas presentes na reação de bioluminescência, eles viram que a luciferase é versátil. Yampolski sintetizou variações da luciferina, que, ao reagir com a luciferase, também gera luz. Como essas moléculas não são produzidas pelos fungos, a reação foi produzida dentro de um aparelho, o luminômetro, que acusou a presença de luz. A diferença é que ela teria um comprimento de onda distinto do verde observado na natureza e, caso a reação acontecesse na natureza, seria possível ver cogumelos brilhando em outras cores, como as imagens alteradas que ilustram esta reportagem: uma “licença poética”, nas palavras do químico brasileiro.
Entre a química pura, a ficção e aplicações tecnológicas, Stevani ainda passeia pela biologia ao investigar o significado ecológico da luminescência dos cogumelos. Os resultados obtidos por Waldenmaier em sua pesquisa de doutorado ainda estão sendo preparados para publicação, mas já dá para dizer que filmagens e experimentos em campo sugerem que o brilho atrai insetos e cria um verdadeiro ecossistema em miniatura. Os cogumelos parecem ser um ponto de encontro para vagalumes, que os visitam aos pares. Baratinhas douradas comem o fungo e são caçadas por aranhas. Todos, Stevani sugere, atraídos pela luz que se propaga bem mais do que o cheiro no ambiente da floresta. Enquanto isso tudo acontece, os animais se recobrem de esporos e ajudam a disseminá-los. Afinal, crescendo perto do chão onde há mais umidade, falta vento para soprar as partículas reprodutivas. Na colaboração, todos parecem sair ganhando.

Projeto
Bioluminescência em fungos: levantamento de espécies, estudo mecanístico & ensaios toxicológicos (nº 13/16885-1); Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular; Pesquisador responsável Cassius Vinicius Stevani (USP); Investimento R$ 183.183,40 + US$ 58.141,94.

Artigo científico
KASKOVA, Z. M. et al. Mechanism and color modulation of fungal bioluminescence. Science Advances. 26 abr. 2017.

Como fungos usam química para brilhar no escuro da mata

DISPONÍVEL: https://www.youtube.com/watch?v=Ril7v3BP1dM#action=share
ACESSO: 30/01/2018 as 12h.





Há 15 anos, Cassius Stevani, do Instituto de Química da USP, busca desvendar reações químicas que iluminam cogumelos de verde. Ele destaca a importância de entender o processo da bioluminescência dos fungos, principalmente da espécie Neonothopanus gardneri.

Enzima transforma planta em abajur

DISPONÍVEL:
ACESSO: 30/01/2018 as 11:54

Um maço de agrião que emite luz por até quatro horas, de forma fraca, mas capaz de iluminar as páginas de um livro, foi concebido nos laboratórios do Departamento de Engenharia Química do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Usando clones das enzimas luciferase e luciferina de vagalume, os pesquisadores do MIT e da Universidade da Califórnia conseguiram fazer pés de agrião, rúcula, couve e espinafre emitirem luz. Para transportar a luciferase ao interior das folhas, eles utilizaram nanopartículas de sílica. A luciferina foi envolta em um polímero biodegradável de dimensões nanométricas. A incorporação das enzimas nas folhas ocorreu em duas etapas. Na primeira, as plantas foram mergulhadas em uma solução com as nanopartículas em suspensão. Depois, solução e plantas foram submetidas a alta pressão para as nanopartículas penetrarem nos poros (estômatos) das folhas. A luciferase se instala nas camadas mais superficiais das folhas e a luciferina é liberada gradualmente pelo polímero. A reação química entre elas gera luz. O grupo, liderado por Michael Strano, do MIT, pretende usar as plantas para iluminação.

EM: Revista PESQUISA/FAPESP ED. 263 | JANEIRO 2018.

O jambu, além da culinária, é utilizado em cosméticos e poderá ter uso na odontologia e como acaricida

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/01/16/planta-ecletica/
ACESSO: 30/01/2018 as 11:42

Originário da região amazônica, o jambu (Acmella oleracea) é uma hortaliça muito utilizada na culinária do norte do Brasil, principalmente no Pará, em pratos famosos como o tacacá e o pato no tucupi. Além da alimentação, a planta é usada pelos povos indígenas e ribeirinhos como analgésico e anestésico para tratar aftas, herpes, dores de dente e garganta. Duas outras propriedades conhecidas dessa planta, a de fungicida e de combate a ácaros, despertaram o interesse de alguns pesquisadores com o objetivo de desenvolver medicamentos.
A analgesia é a característica do jambu que atrai maior atenção, tanto nos apreciadores das iguarias, que sentem a dormência na boca durante a refeição, como nos pesquisadores. Já se sabe, desde os anos 1950, que os efeitos anestésicos e analgésicos são provocados pela substância espilantol, embora não existam medicamentos comerciais com essa base. São informações que fizeram o farmacêutico industrial Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues, professor do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) e da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), ambos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolver um filme (película fina) odontológico em colaboração com a mestranda Verônica Santana de Freitas-Blanco.
“Nosso objetivo foi produzir um pré-anestésico de uso oral para o paciente suportar a dor da agulha na anestesia”, explica Rodrigues. “Purificamos o extrato da planta e produzimos um filme para incorporar o produto. Hoje, o extrato também está em testes em nosso laboratório para o uso no combate à mucosite – inflamação nas partes internas da boca e da garganta, que é um efeito colateral em pacientes de quimioterapia.”
Rodrigues conta que seu grupo desenvolveu um processo para a obtenção do extrato de jambu com melhor aproveitamento do espilantol. De acordo com ele, o método, já com pedido de patente depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), é mais simples e rápido do que os tradicionais, porque possui poucas etapas e utiliza reagentes atóxicos e mais baratos. “Outra vantagem é que nosso processo de purificação elimina pigmentos verdes da clorofila, que dão uma cor indesejada ao extrato, principalmente para uso cosmético”, explica Rodrigues. “Essa coloração não é bem-aceita pelo mercado.”
A Unicamp licenciou a patente do processo de extração do extrato de jambu para a empresa Brasil Aromáticos, de São Paulo, que pretende usá-lo em um futuro próximo. Hoje, a empresa compra no mercado, para uso em cosméticos, o quilo do extrato comum, sem purificação, por R$ 10 mil. “Licenciamos a patente e agora estamos verificando a possibilidade de fazer uma fábrica de extratos e incentivar a plantação de jambu aqui na região Sudeste”, conta Raquel da Cruz, sócia-fundadora da Brasil Aromáticos. “Nossa estimativa é de que o preço do quilo fique em torno de R$ 3 mil.” A empresa, que fatura R$ 2,5 milhões por ano e exporta seus produtos para vários países, utiliza o extrato de jambu em um lubrificante sexual.

Contra carrapatos
O processo de produção do extrato de jambu desenvolvido na Unicamp também está sendo usado para a elaboração de produtos acaricidas, capazes de controlar os carrapatos do boi, o Rhipicephalus microplus, e do cavalo, o Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato-estrela. O estudo, iniciado em 2015, é do doutorando em ciências biológicas Luís Adriano Anholeto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, sob a orientação das professoras Maria Izabel Camargo-Matias e Patrícia Rosa de Oliveira.
Os resultados até agora obtidos por Anholeto demonstram que o extrato do jambu afeta as células germinativas dos carrapatos (tanto dos machos como das fêmeas), comprometendo a reprodução desses âcaros. Segundo ele, a partir da obtenção desse novo conhecimento, abre-se a possibilidade de futuramente ser criado um acaricida de origem vegetal. “A ideia é desenvolver um produto que cause menos danos aos animais e ao ambiente do que os disponíveis no mercado”, explica Anholeto.
A pesquisadora da área de sanidade animal Karina Neoob de Carvalho Castro, da Embrapa Meio-Norte, uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizada em Parnaíba (PI), também trabalha em conjunto com o grupo da Unesp e pretende desenvolver um repelente natural com jambu. Os estudos começaram em 2012 e são realizados em parceria com outras unidades da Embrapa e universidades. “Foi produzido um extrato com ação acaricida sobre fêmeas e larvas de carrapato em testes em laboratório”, conta Karina. “Em 2014, mostramos que o extrato prejudica a reprodução de fêmeas de carrapato ingurgitadas – que estão prontas para fazer a postura de 3 mil ovos, em média – com uma eficácia de até 98,2%.” Com isso, a Embrapa pretende desenvolver um repelente com jambu que possa ser utilizado em animais jovens, que são aqueles mais sensíveis aos produtos convencionais.
Sob a liderança da bióloga Ana Carolina Chagas, os pesquisadores vão avaliar a estabilidade de uma formulação nos animais, em análises toxicológicas e testes pré-clínicos. Karina ressalta que muitos produtos vindos da natureza, não sintéticos, necessitam de desenvolvimento de formulações que possam manter a vida útil do repelente em atividade nos animais. A parceria entre a Embrapa e universidades poderá render um repelente inédito produzido com recursos da biodiversidade da Amazônia.

Projetos
1. Desenvolvimento e avaliação de formulações tópicas contendo espilantol para uso no tratamento da mucosite oral (nº 14/16186-9); Modalidade Auxílio à pesquisa – Regular; Pesquisador Responsável Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues (Unicamp); Investimento R$ 89.983,26.
2. O jambu (Acmella oleracea) e sua ação acaricida: I. Estudo dos efeitos sobre a morfofisiologia dos sistemas reprodutores masculino e feminino de Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae) (nº 15/01496-5); Modalidade Bolsa de Doutorado; Pesquisadora Responsável Maria Izabel Souza Camargo (Unesp); Bolsista Luís Adriano Anholeto; Investimento R$ 125.702,46.

Artigos científicos
CASTRO, K. N. C.; ANHOLETO, L. A. et al. Cytotoxic effects of extract of acmella oleraceae (Jambu) in rhipicephalus microplus females ticks. Microscopy research and technique. On-line. ago. 2016. 


EM: Pesquisa/FAPESP ED. 263 | JANEIRO 2018