segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

NA PRÁTICA, É QUÍMICA!

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2015/02/quimica-na-pratica
ACESSO: 23/02/2015 AS 9h56min

Aluno do ensino médio desenvolve jogo digital que permite ao estudante manusear átomos, cadeias e ligações químicas em 3D para auxiliar no aprendizado de conceitos científicos.
Por: Isabelle Carvalho
Publicado em 18/02/2015 | Atualizado em 18/02/2015
 
Química na prática
No jogo Ligatom, é possível montar cadeias atômicas, escolhendo átomos e estabelecendo ligações entre eles de forma mais intuitiva e lúdica. (imagem: reprodução) 
                  
Visualizar e entender o funcionamento de cadeias atômicas pode ser um desafio. Uma maneira alternativa de abordar o tema em sala de aula é tentar aproximá-lo dos estudantes por meio de trabalhos práticos. Foi justamente isso que fez um aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Maria de Fátima de Santana, em Goiânia, Goiás. Ele desenvolveu o Ligatom, um jogo digital que ensina conceitos de química de forma fácil e divertida. “Cabe ao professor dizer se a cadeia criada está certa e, se estiver errada, ensinar como se monta de maneira correta. É uma forma alternativa de passar esses conceitos químicos.”
Tudo começou com um simples trabalho de química. Lucas dos Santos Oliveira, de 18 anos, teve a ideia de criar um software em que seria possível montar cadeias atômicas, escolhendo átomos e estabelecendo ligações entre eles – simples, duplas ou triplas – de forma mais intuitiva e lúdica. “Eu sou programador de jogos e decidi fazer um jogo que ajudasse a entender o que são cadeias atômicas”, conta. “No jogo, podem ser abordados temas como isometria espacial, geometria molecular e ângulos das ligações”, exemplifica.
No menu do jogo, o usuário pode escolher quais átomos quer usar em sua cadeia, seja enxofre, carbono, cloro ou diversos outros. Esse é o que Oliveira chama de ‘modo livre’ do jogo, em que não há vencedores ou perdedores e o jogador pode criar praticamente qualquer cadeia que desejar. “Escolhidos os átomos, o jogador vai montando sua cadeia, colocando as ligações”, explica. “Nesse modo, cabe ao professor dizer se a cadeia criada está certa e, se estiver errada, ensinar como se monta de maneira correta. É uma forma alternativa de passar esses conceitos químicos.”

Jogadas futuras

Oliveira explica que pretende aprimorar o Ligatom criando um ‘modo carreira’, uma opção de jogo um pouco mais desafiadora do que o formato atual, já que será preciso cumprir certos objetivos. “Nesse modo, será possível ganhar ou perder, pois o jogador terá que obedecer algumas regras, como que tipo de cadeia montar, quantas e quais tipos de ligações ela deve possuir e quais átomos devem estar presentes”, esclarece. “Pretendo acrescentar alguns tutoriais para ajudar nesse desafio, e os jogadores avançarão de fase se conseguirem construir as cadeias corretas sem extrapolar o limite de tempo.”
Apesar de seu potencial educacional, o Ligatom ainda não está disponível on-line ou para download. O desenvolvedor conta que tentou contato com diversas instituições para encontrar formas de disponibilizar o game, sem sucesso, e continua em busca de apoiadores e parcerias. “Fiz alguns contatos com o governo estadual de Goiás e com o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas] do estado, mas as conversas não progrediram”, lamenta. “Embora eu queira muito dar continuidade a esse projeto, confesso que não sei se será possível, já que na minha região o ramo de jogos é muito escasso.”
Além do game de química, o estudante trabalha em novos projetos educativos e já desenvolveu outros jogos digitais relacionados a matemática, empreendedorismo, religião, história e geografia.
Jogo efeito estufa
O estudante já desenvolveu outros jogos digitais, como um que trata dos gases do efeito estufa.
                                                           (imagem: reprodução)
 
“Quando tinha 15 anos, fiz um jogo de perguntas de matemática e depois criei um tipo de ‘Show do Milhão’ com perguntas bíblicas”, diz, explicando que usa um sistema chamado Unity 3D, uma associação de ferramentas e serviços que permite criar jogos. “Também fiz um em que o jogador tem que administrar uma empresa de sorvete, outro abordando como funcionavam as capitanias hereditárias do Brasil Colonial e um sobre os gases do efeito estufa.”
Sem dúvida, um bom exemplo de iniciativa criativa que pode ajudar muito o ensino brasileiro.

Isabelle Carvalho
Especial para CH On-line

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