segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MERCÚRIO....UM ELEMENTO POLÊMICO!

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/terra-em-transe/um-elemento-polemico
ACESSO: 22/09/2014 às 15:46h

Publicado em 19/09/2014 | Atualizado em 19/09/2014
Um elemento polêmico
Mercúrio encerrado em recipiente de vidro. Entre suas muitas propriedades, o mercúrio metálico pode dissolver outros metais à temperatura ambiente, formando amálgamas. (foto: Wikimedia Commons/ Dnn87 – CC BY 3.0)       
           
O que é, o que é: é metálico, líquido, volátil e tóxico, está em todo lugar e é impossível livrar-se dele, já que ele só muda de forma e de lugar. Pensou mercado financeiro? Acertou. Mas estou falando do mercúrio – o elemento –, único metal líquido à temperatura ambiente. Por isso mesmo, os romanos o chamavam de hydrargirum, a prata líquida.
O primeiro uso do mercúrio pelos humanos foi talvez o mais nobre: pequenas porções de sulfeto de mercúrio, um mineral insolúvel e de bela cor vermelha, misturadas a um pouco de água, produziram um dos pigmentos usados nas muitas pinturas rupestres que nos legaram os primeiros hominídeos.
Bem mais tarde, os humanos descobriram que o mercúrio era volátil e podia ser extraído dos minérios em que se encontrava. Para isso, bastava aquecer o minério e condensar os vapores resultantes, produzindo mercúrio metálico. Uma mineração exaustiva e perigosa já era levada a cabo bem antes da era cristã para ajudar no beneficiamento dos produtos de outras minerações exaustivas e perigosas, como a de ouro e prata. Na mesma época, descobriram que o vapor de mercúrio era tóxico. Por isso, os romanos usavam apenas mão de obra escrava para extrair mercúrio na mina de Almadén, na atual Espanha. Devido aos vapores tóxicos, a expectativa de vida dos trabalhadores dessas minas era menor que a dos remadores acorrentados às galeras romanas.
Mas por que dedicar-se a uma mineração tão exaustiva e perigosa? Porque o mercúrio metálico (outra descoberta precoce) tem entre suas muitas e surpreendentes propriedades a de dissolver outros metais à temperatura ambiente, formando amálgamas.
Portanto, uma mineração exaustiva e perigosa já era levada a cabo bem antes da era cristã para ajudar no beneficiamento dos produtos de outras minerações exaustivas e perigosas, como a de ouro e prata, com os quais o mercúrio forma amálgamas.
Pensou nos garimpos de ouro da Amazônia? Eu também. Eles usam o mesmo princípio, conhecido há alguns milhares de anos. Simples, barato e rápido, é um sucesso global. Nos anos 1980, os garimpos de ouro da Amazônia brasileira chegaram a produzir 100 toneladas anuais de ouro.
Garimpo de ouro em Serra Pelada
Garimpo de ouro em Serra Pelada, no Pará, na década de 1980. Bem antes da era cristã, já se usava mercúrio para beneficiar produtos de outras minerações, como as de ouro e prata. (foto: Rudi Böhm/ Flickr – CC BY-NC-SA 2.0)
Hoje a maior parte da produção nacional é oriunda de minas industriais e não mais artesanais. Os garimpos chineses produzem cerca de 20 vezes mais ouro que os do Brasil, todas as fontes somadas.

No reino das futilidades
Os impactos ambientais da mineração de mercúrio, ouro e prata são inúmeros. Entre eles, desmatamento, consumo abundante de água e produção de montanhas de rejeitos, assoreamento e contaminação de corpos d’agua, bioacumulação e biomagnificacão de mercúrio em cadeias alimentares. Tudo isso para obter ouro e prata, que não se comem e só têm valor monetário devido a seu baixo teor na crosta terrestre – e simbólico, pela associação com o Sol e a Lua, respectivamente.
Isso me remete às circum-navegações do século 16, em que expedições arriscadas eram enviadas a mares nunca antes navegados para trazer corantes como o pau-brasil, temperos, sedas... Enfim, coisas que também não são essenciais. Isso se admitirmos que o luxo não é essencial, certo? Parece haver controvérsias...
Mas como alguns leitores desta coluna sabem, a mesma é avessa a controvérsias. Falemos, pois, de usos mais práticos e menos questionáveis do mercúrio. Sim, sim, em termômetros e barômetros, em lâmpadas e baterias, como fungicida em tintas e como catalisador em várias reações químicas, entre tantos outros. Mas nenhuma aplicação industrial do mercúrio teve efeitos ambientais tão devastadores e duráveis quanto seu uso na indústria do papel. Para produzir papel branco, usa-se soda na fabricação da polpa de celulose e cloro no seu branqueamento. A produção de cloro e soda envolve um processo eletrolítico em que um dos eletrodos é constituído por toneladas de mercúrio metálico. Não é de surpreender que as fábricas de papel e as de cloro-soda andassem juntas e que ambas se estabelecessem em áreas com farto suprimento de madeira. Assim, nos anos 1950 e 1960, os países escandinavos e a América do Norte, com suas vastas planícies pouco habitadas e repletas de pinheiros indefesos, tornaram-se os campeões na produção de papel. Resultado? Alguns empregos, saldo na balança comercial por algum tempo e hoje, centenas de milhares de lagos tão contaminados por mercúrio que você pode pescar à vontade, mas deve, de preferência, soltar o peixe após fazer uma selfie com ele. A não ser que queira arriscar perder uns pontos de Q.I., devido aos efeitos neurotóxicos não reversíveis do metilmercúrio.
Oficina de beneficiamento de papel
Oficina de beneficiamento e clareamento de papel em ilustração do século 19. Nenhuma aplicação industrial do mercúrio teve efeitos ambientais tão devastadores quanto seu uso na indústria do papel. (imagem: Biblioteca de la Facultad de Derecho y Ciencias del Trabajo/ Universidad de Sevilla/ Flickr – CC BY 2.0)

Esses efeitos se tornaram conhecidos já na década de 1950, em razão do conhecido acidente de Minamata, no Japão, em que centenas de pessoas faleceram e outras centenas padeceram de graves malformações congênitas devido à contaminação de uma baía pesqueira com metilmercúrio oriundo de uma fábrica de plásticos. A fábrica usava mercúrio como catalisador, e este sofria reações químicas no processo que geravam metilmercúrio, muito mais tóxico que o mercúrio inorgânico. Mais tarde descobriu-se que o mesmo metilmercúrio se forma naturalmente no ambiente aquático por bactérias. Mas ora, direis, tudo isso para produzir papel branco? Por que diabos o papel tem que ser branco? No tempo em que não havia correção visual nem luz elétrica, um papel mais branco de fato ajudava quem escrevia à luz de vela. Mas hoje perdeu a maior parte do sentido. Um papel não branqueado é, portanto, ecologicamente mais correto, pois usa menos produtos tóxicos e passa por menos etapas na sua fabricação. Pelo mesmo motivo, devia também ser mais barato. Ganha uma jujuba orgânica, sem corantes e produzida de forma socioambientalmente correta, quem explicar por que o papel não branqueado é mais caro que o branco. Pensando bem, fabricar papel pode ser uma necessidade, mas fabricar papel branco é só mais um luxo. Caramba, não saímos do lugar, continuamos no reino das futilidades.

Primavera silenciosa continua
Ok, então vamos falar de agricultura. Ninguém vai argumentar que produzir comida é futilidade, certo? Arrá! Pois saiba que o mercúrio teve muitas aplicações na agricultura. A principal foi como fungicida organomercurial, usado no tratamento de sementes, o que as tingia de vermelho. As embalagens informavam claramente que o produto só se destinava ao plantio, não devendo ser consumido. Ai, ai ai! Quem tem fome tem pressa e quem é analfabeto tem mais fome que os outros. Portanto, você pode imaginar o resultado: centenas de mortes no Iraque e na Guatemala, entre outros países, devido ao ‘uso indevido’ das sementes tratadas na fabricação de pães, papinhas e outros alimentos. Mas o efeito não parou por aí. Humanos analfabetos e pássaros têm algo em comum: não leem rótulos em inglês. O uso das sementes tratadas com organomercuriais provocou a mesma primavera silenciosa que o DDT, já que os pássaros, como sempre, consumiam as sementes que podiam, vermelhas ou não, e morriam. Como analfabetos e letrados sabem, pássaros mortos não cantam. Ok, já não usamos mais mercúrio em cosméticos, sementes e brinquedos. Reduzimos também nosso uso de cloro. Que legal! Banimos o DDT. Show! Mas a primavera continua silenciosa, graças aos demais pesticidas que ainda não banimos. Como resultado de tanta extração, uso e descarte de mercúrio, estima-se que a camada biologicamente produtiva do mar contenha hoje quase o triplo de mercúrio que havia alguns séculos atrás. Nada mal para uma espécie que começou usando mercúrio para pintar cavernas com o dedo. O fato é que, vestindo pele de urso ou algodão egípcio de 700 fios, continuamos sendo uma sociedade de risco, que coloca novos compostos em uso a cada dia, sem testar seus efeitos sanitários e ambientais de forma decente, embora tenhamos atualmente fartura de tecnologia para isso. Mas sabe como é... Dá trabalho e custa caro. Então, deixemos como está para ver como é que fica.
Além de gostar de luxo e futilidade, não resistimos a um joguinho de azar!

Jean Remy Davée Guimarães
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro

MARATONA CEARENSE DE QUÍMICA / GABARITO

NO ÚLTIMO DIA 14 , A ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE QUÍMICA APLICOU AS PROVAS DA MARATONA CEARENSE DE QUÍMICA.
ABAIXO ESTÃO OS GABARITOS DAS PROVAS.


Gabaritos 8º Ano 9º Ano
1º Ano
2º Ano
3º Ano
Questão
Alternativa
Questão
Alternativa
Questão
Alternativa
Questão
Alternativa
Questão
Alternativa
1 B 1 C 1 A 1 D 1 C
2 D 2 A 2 D 2 C 2 D
3 B 3 D 3 C 3 D 3 D
4 D 4 C 4 C 4 A 4 A
5 C 5 C 5 D 5 B 5 C
6 C 6 C 6 D 6 C 6 B
7 B 7 C 7 D 7 B 7 A
8 A 8 D 8 C 8 C 8 D
9 D 9 A 9 C 9 B 9 A
10 A 10 B 10 D 10 B 10 A
11 C 11 D 11 B 11 D 11 C
12 C 12 D 12 C 12 D 12 B
13 C 13 B 13 B 13 C 13 B
14 B 14 A 14 B 14 B 14 D
15 A 15 A 15 D 15 C 15 C

SEARA DA CIÊNCIA.....FIQUEM ATENTOS!

ATIVIDADES CURSOS BÁSICOS DA SEARA


Os CURSOS BÁSICOS da SEARA da CIÊNCIA do segundo semestre de 2014 vão começar. Serão ofertadas as mesmas disciplinas do primeiro semestre (MATEMÁTICA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA e ASTRONOMIA) Em breve, deveremos ofertar mais dois, um de Introdução à Eletrônica com o Arduino e outro de Programação Android para celulares e tablets. Quando esses novos cursos estiverem prontos anunciaremos nessa página.
Como sempre, esses Cursos são gratuitos e destinados a alunos de escolas públicas. Alunos de escolas particulares podem se inscrever, mas só serão matriculados se sobrarem vagas.
Fique atento ao calendário abaixo e não perca sua vaga.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

CONTEÚDOS EDUCACIONAIS DIGITAIS / PUC Rio

DESDE 2011, A PUC-RIO DISPONBILIZA UMA PÁGINA QUE ATENDE A PROPOSTA EDUCACIONAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. LEIA.

O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância, lançou o edital nº 1/2007 para a produção de conteúdos educacionais digitais multimídia, Condigital. Os objetivos de nosso projeto são:
  • Apoiar a produção de conteúdos educacionais digitais multimídia para o enriquecimento curricular e o aprimoramento da prática docente;
  • Incentivar produções nas áreas das ciências e tecnologias, voltadas ao Ensino Médio;
  • Contribuir para a melhoria da formação docente, tanto inicial quanto continuada;
  • Tornar disponíveis conteúdos, metodologias, materiais e práticas pedagógicas inovadoras no ensino de Química, Física, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa com ênfase na criatividade, na experimentação e na interdisciplinaridade.
A população-alvo que fará uso destes conteúdos é geograficamente dispersa e é fundamental a valorização da experiência individual e o tratamento dos conteúdos a partir da experiência de vida e cultura dos alunos.
Autoriza-se a réplica, cópia, distribuição, transmissão ou adaptação de qualquer destes objetos educacionais digitais em virtude de uma licença de Atribuição Creative Commons, de forma livre, sempre que cada obra seja citada da forma abaixo:
"CCEAD PUC-Rio & MEC. Projeto CONDIGITAL. 2010. Rio de Janeiro. http://condigital.ccead.puc-rio.br/condigital"
Lembramos que:
  • É necessário fazer a atribuição de cada obra da maneira estabelecida acima;
  • Não se pode usar qualquer obra para fins comerciais;
  • No caso de alteração ou transformação de um objeto educacional digital ou criação de um trabalho baseado em alguma dessas obras, só se pode distribuir o trabalho resultante com a mesma licença ou com uma licença semelhante a esta.

DESSA FORMA, O GRUPO PUBLICOU VÁRIOS ASSUNTOS DE QUÍMICA E DESENVOLVEU ANIMAÇÕES SOBRE OS ASSUNTOS. CONSULTEM, APRENDAM E DIVIRTAM-SE. É MUITO BOM!


http://condigital.cursosccead.net/condigital/index.php?option=com_content&view=article&id=40%3Afuncoesinorganicaseorganicasreacoesquimicas&catid=4%3Asoftware&Itemid=77

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Biodiesel - biocombustivel

 
 
DISPONÍVEL:http://www.meioambientenews.com.br/conteudo.ler.php?q%5B1%7Cconteudo.idcategoria%5D=39&id=111
ACESSO: 26/08/2014


O biodiesel é um combustível renovável ( biocombustível) e biodegradável, obtido comumente a partir da reação química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação ). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento e esterificação.
O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções.
O nome biodiesel muitas vezes é confundido com a mistura diesel+biodiesel, disponível em alguns postos de combustível . A designação correta para a mistura vendida nestes postos deve ser precedida pela letra B (do inglês Blend). Neste caso, a mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.
Processo de fabricação
A reação de transesterificação
O biodiesel é comumente produzido por meio de uma reação química denominada transesterificação. No caso específico para a reação abaixo, os triacilgliceróis de origem animal/vegetal, reagem com o metanol, na presença de um catalisador, produzindo glicerol (subproduto) e o éster metílico de ácido graxo (biodiesel). A reação de transesterificação pode ser catalisada por ácido ou base.
Metanol versus etanol
No Brasil, atualmente, a vantagem na utilização do etanol para a produção do Biodiesel está na grande oferta deste álcool em seu território. Desta forma, os custos diferenciais de fretes, para o abastecimento de etanol abastecimento de metanol, em certas situações, poderão ser determinantes na escolha do alcool utilizado. Sob o ponto de vista ambiental, o uso do etanol (obtido a partir de fontes renováveis) leva vantagem sobre o metanol (geralmente obtido a partir do petróleo), no entanto é importante considerar que o metanol também pode ser obtido a partir da biomassa.
O uso de etanol
Um mito foi criado quanto à utilização de etanol no processo de transesterificação, dizendo que este não pode ser reagente do processo. Essa é uma conclusão incorreta, uma vez que tudo (quantidade de reagente, catalisadores etc.) depende do tipo de tecnologia utilizada.
O emprego de etanol anidro (grau de pureza maior que 99%) é necessário, pois a presença de água na reação de transesterificação leva ao surgimento de emulsões.
Fontes alternativas de óleos e gordurasO biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos graxos, porém nem todas as fontes de ácidos graxos viabilizam o processo a nível industrial. Os resíduos graxos também aparecem como matéria-prima para a produção do biodiesel. Nesse sentido, podem ser citados os óleos de frituras, as borras de refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos ou gorduras vegetais ou animais fora de especificação, ácidos graxos, etc. Separação dos ésteres da glicerina
Após a reação de transesterificação, os ésteres resultantes devem ser separados da glicerina, dos reagentes em excesso e do catalisador da reação. Isto pode ser feito em 2 passos.
Primeiro, separa-se a glicerina via decantação ou centrifugação. Seguidamente eliminam-se os sabões, restos de catalisador e de metanol/etanol por um processo de lavagem com água e borbulhação ou utilização de silicato de magnésio, requerendo este último uma filtragem, ou por destilação, que dispensa o uso de produtos químicos para promover a purificação.
Influência da química dos ácidos graxos nas características do combustível
Os ácidos graxos diferem entre si a partir de três características:
01 o tamanho de sua cadeia hidrocarbônica;
02 o número de insaturações;
03 presença de grupamentos químicos.
Quanto maior a cadeia hidrocarbônica da molécula, maior o número de cetano e a lubricidade do combustível. Porém, maior o ponto de névoa e o ponto de entupimento. Assim, moléculas exageradamente grandes (ésteres alquílicos do ácido erúcico, araquidônico ou eicosanóico) devido ao processo de preaquecimento tornam o combustível de uso difícil em regiões com temperaturas baixas.
Quanto às insaturações, quanto menor o número de insaturações (duplas ligações) nas moléculas, maior o número de cetano do combustível, ocasionando uma melhor "qualidade à combustão". Por outro lado, um aumento no número de cetano ocasiona também um aumento no ponto de névoa e de entupimento (maior sensibilidade aos climas frios). Por outro lado, um elevado número de insaturações torna as moléculas menos estáveis quimicamente. Isso pode provocar inconvenientes devido a oxidações, degradações e polimerizações do combustível (ocasionando um menor número de cetano ou formação de resíduos sólidos), se inadequadamente armazenado ou transportado.
Desta forma, tanto os ésteres alquílicos de ácidos graxos saturados ( láurico, palmítico, esteárico) como os de poli-insaturados ( linoléico, linolênico) possuem alguns incovenientes. De uma forma geral, um biodiesel com predominância de ácidos graxos combinados mono-insaturados ( oléico, ricinoléico) são os que apresentam os melhores resultados.
Mistura biodiesel/diesel
O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do petróleo em qualquer proporção, sem necessidade de qualquer alteração mecânica nos atuais motores a Diesel. Em alguns motores antigos, há a necessidade de alguns ajustes.
A concentração de biodiesel é informada por meio de uma nomenclatura específica, definida por "BX", onde X refere-se à percentagem em volume do biodiesel ao qual é misturado ao diesel do petróleo. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente às misturas de Biodiesel/Diesel contendo 5, 20 e 100% de biodiesel.
Importância estratégica
A produção do biodiesel pode cooperar com o desenvolvimento econômico de diversas regiões do Brasil, uma vez que é possível explorar a melhor alternativa de matéria-prima (fontes de óleos vegetais tais como óleo de mamona, de soja, de dendê, etc.) de cada região. O consumo do biodiesel e de suas misturas BX pode ajudar um país a diminuir sua dependência do petróleo (a chamada " petrodependência"), contribuir para a redução da poluição atmosférica, uma vez que o Biodiesel não contém enxofre em sua composição, além de gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos propícias para outras atividades econômicas, promovendo assim, a inclusão social.
Projeto pilotoCidades como Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil, possuem frota de ônibus para transporte coletivo movida a biodiesel. Esta ação reduziu substancialmente a poluição ambiental, aumentando, portanto, a qualidade do ar e, por conseqüência, a qualidade de vida num universo populacional de três milhões de habitantes.
Acredita-se que até 2010 mais de quinhentas cidades estarão com o biodiesel em suas bombas.

As vantagens do biodieselÉ energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.

É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés da fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento das emissões de CO2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos veículos e absorção dos mesmos pelas plantas.

Contribui para a geração de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país.

Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta sendo gasto na sua prospecção, o que torna cada vez mais onerosa a exploração e refino das riquezas naturais do subsolo do Brasil, havendo então a necessidade de se explorar os recursos da superfície, o que pode ter um fim social melhor para o país, visto que o cultivo e a colheita de plantas oleaginosas, tais como a mamona e o pinhão manso, são plantas naturais do semi-árido e não requerem nenhum investimento e uma vez que até a colheita será feita manualmente pelos próprios nordestinos, evitando o êxodo rural para os grandes centros.

Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para misturas de biodiesel com diesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20% requerem avaliações mais elaboradas do desempenho do motor.
Desvantagens na utilização do BiodieselNão se sabe ao certo como o mercado irá assimilar a grande quantidade de glicerina obtida como subproduto da produção do biodiesel (entre 5 e 10% do produto bruto).

No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais que são importantes bolsões de biodiversidade. Muitas espécies poderão deixar de existir em consequência do avanço das áreas agrícolas, entre as espécies, podemos citar o orangotango ou o rinoceronte de Sumatra. Embora no Brasil, muitas lavouras não serem ainda utilizadas para a produção de biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.

A produção intensiva da matéria-prima de origem vegetal leva a um esgotamento das capacidades do solo, o que pode ocasionar a destruição da fauna e flora natural, aumentando portanto o risco de erradicação de espécies e o possível aparecimento de novos parasitas, como o parasita causador da Malária .

O balanço de CO2 do biodiesel não é neutro se for levado em conta a energia necessária à sua produção, mesmo que as plantas busquem o carbono à atmosfera: é preciso ter em conta a energia necessária para a produção de adubos, para a locomoção dos tratores agrícolas, para a irrigação, para o armazenamento e transporte dos produtos.

Cogita-se a que poderá haver uma subida nos preços dos alimentos, ocasionada pelo aumento da demanda de matéria-prima para a produção de biodiesel. Como exemplo, pode-se citar alguns fatos ocorridos em Portugal, no início de Julho de 2007, quando o milho era vendido a 200 euros por tonelada (152 em Julho de 2006), a cevada a 187 (contra 127), o trigo a 202 (137 em Julho de 2006) e o bagaço de soja a 234 (contra 178).

Programa Biodiesel no Brasil
O Programa Biodiesel é um projeto do governo brasileiro que tem como missão, promover a curto prazo, a fusão dos recursos renováveis (combustível vegetal) com os esgotáveis (petróleo), subentendendo-se que somente as refinarias autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) do Brasil poderão proceder a mistura dos esgotáveis com os renováveis e a conseqüente comercialização através de conveniados.
Faça você mesmo: "biodiesel"
O texto abaixo descreve duas maneiras simplificadas (chamadas de Composição A e Composição B) de se produzir, de forma caseira, ésteres de ácidos graxos. É importante saber que os ésteres produzidos só poderão ser classificados como "Biodiesel" se atenderem a critérios mínimos de qualidade. No Brasil, o Regulamento Técnico nº 4 da ANP define que as características do biodiesel serão determinadas mediante o emprego das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), das normas internacionais American Society for Testing and Materials (ASTM), da International Organization for Standardization (ISO) e do Comité Européen de Normalisation (CEN).
A produção de ésteres para o consumo em motores a combustão pode ser feita livremente por qualquer produtor rural. Por não tratar-se de uma riqueza de subsolo mas sim um derivado do solo, sua livre comercialização está sendo discutida em diversos países.
Segundo as recomendações dos fabricantes de motores, o uso de um combustível impróprio, que não atende aos critérios de qualidade, pode causar danos ao motor.
Acerca da comercialização no Brasil:
"Qualquer óleo para uso em combustivel só poderá ser comercializados pelos produtores de biodiesel, importadores e exportadores de biodiesel, distribuidores de combustíveis líquidos e Refinarias."

Parágrafo único:
'Somente os Distribuidores de combustíveis líquidos e as refinarias autorizadas pela ANP poderão proceder a mistura óleo diesel/biodiesel – B2, contendo 98% em volume de óleo diesel, conforme a especificação da ANP, e 2% em volume de biodiesel, respectivamente, para efetivar sua comercialização'
AtençãoO metanol é tóxico, provoca cegueira por dano ao nervo ótico e queimaduras profundas na pele. Em contacto com a pele, lavar de imediato; em contacto com os olhos, lavar por pelo menos 15 minutos e contactar de imediato o hospital. O metanol ferve a 65 °C. Portanto, nunca aquecer o óleo a mais de 55 °C. É também altamente inflamável. Nunca respirar os vapores do metanol e jamais executar a fervura fora de uma capela de exaustão ou ambiente com a mínima exaustão necessária.
Obs.: Vapores de metanol são liberados mesmo à temperatura ambiente, sendo portando desaconselhado qualquer manuseio sem os devidos cuidados, equipamentos e ambiente adequado.
O hidróxido de sódio (soda cáustica) também é tóxico e pode provocar queimaduras se em contato com a pele. Em caso de acidente, lavar com água corrente em abundância. Apenas lave abundantemente o local atingido e jamais tente neutralizar a soda cáustica com um ácido (como o vinagre). Ao sinal de alergias e irritações, procure um médico.
Use sempre equipamento de protecção, tais como óculos, luvas e vestuário de algodão comprido.
Este experimento possui certo nível de perigo, sobretudo porque algumas técnicas de controle de temperatura não são tão precisas, e ao menor descuido, o ponto de ebulição do metanol é atingido, logo o risco de haver fervura e contaminação do ambiente com metanol são grandes.
Composição A
1000 mL de óleo novo
220 mL de metanol
5 g de soda cáustica (NaOH), também chamado de hidróxido de sódio
Procedimento de preparo para a Composição A
Aquecer o óleo a 55 ºC.

Misturar a soda com o metanol e obter um metóxido.

Misturar o metóxido com o óleo quente e agitar por 20 minutos.

Deixar descansar.

Ao fim de 30 minutos, retirar a glicerina do fundo.

Adicionar 220 mL de água tépida e agitar com muito cuidado.

Remover a água, que deve estar turva.

Repetir várias vezes, aumentando a intensidade do agitar até que a água fique transparente.
Composição B e procedimento de preparo
A reação de transesterificação é realizada em um reator de 5 L, provido de camisa de circulação de água aquecida e agitação mecânica. O sistema permanece a 50 ºC e então 3 L de óleo neutro de soja são adicionados. Quando o sistema atinge 45 ºC, a solução de 1,5 L de metanol anidro e 15 g do catalisador NaOH é adicionada, estabelecendo-se este momento como sendo o tempo zero da reação. O tempo de reação é de 5 min, pois neste tempo pode-se constatar a conversão completa de ésteres pelo escurecimento brusco da mistura, seguida de retorno da coloração inicial. Após o término da reação, 600 g de glicerina P. A. são adicionados para acelerar a formação da fase inferior. Isso resulta na formação de uma fase superior correspondente aos ésteres metílicos e uma fase inferior contendo a glicerina. A fase inferior contém também o excesso de metanol, o hidróxido de sódio remanescente, junto com sabões formados durante a reação e alguns traços de ésteres metílicos e glicerídeos parciais (mono, di ou até mesmo triglicerídeos).
Após a separação das duas fases por decantação, os ésteres obtidos são então purificados por meio da lavagem com uma solução contendo 1,5 L de água destilada a 90 ºC e 0,5% de HCl concentrado. Com isso, o catalisador remanescente da reação é neutralizado, fato confirmado com a análise da água de lavagem com indicador fenolftaleína 1%. A fase aquosa é separada do éster por decantação e os traços de umidade são eliminados pela filtração posterior com sulfato de sódio anidro. A fase inferior separada é submetida a uma destilação a 80 ºC sob vácuo moderado, para recuperação do excesso de metanol, e a glicerina permanece.
Aspectos econômicos do biodiesel
Em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos quais 76% foram consumidos em transportes. O país importou 16,3% dessa demanda, o equivalente a US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a utilização de biodiesel a 5% no país, demandaria, portanto, um total de dois milhões de metros cúbicos .
Fonte:WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre.


Pingou, lavou! Entenda a ação dos detergentes.

ACESSO: 26/08/2014
 
Até quem só chega perto das pia para deixar louças sujas sabe que, para limpá-las, é preciso usar detergente. Mas, com certeza, nem imagina o porquê! Para acabar com essa dúvida, que aflige mesmo o mais experiente lavador de pratos, preste atenção…
Se você já tentou lavar louça engordurada só com água, viu que não dá certo. Mas qual é a função do detergente nessa história? (foto: Flickr / Ias - initially / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/deed.pt)CC BY-NC-ND 2.0(/a)
Se você já tentou lavar louça engordurada só com água, viu que não dá certo. Mas qual é a função do detergente nessa história? (foto: Flickr / Ias – initially / CC BY-NC-ND 2.0 )

Só com água não é possível limpar algo engordurado. Afinal, a água não se mistura à gordura, pois as partículas que formam essas substâncias – as moléculas de água e gordura – tendem a se afastar umas das outras. “O detergente, porém, reduz essa repulsão. Então, a gordura se mistura a água e é possível retirá-la”, explica Neide Miyazaki, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.
As moléculas de detergente têm uma parte que é atraída pela água e outra, pela gordura (veja o desenho). Ao por detergente sobre uma superfície engordurada e jogar água, parte da molécula de detergente se aproxima da gordura e parte, da água, permitindo, assim, arrastar a gordura.
(gráfico: Nato Gomes)
(gráfico: Nato Gomes)

Se é bacana saber como o detergente atua, chato é descobrir que ele pode poluir rios, lagos etc. Para evitar que isso ocorra, no entanto, não é preciso deixar a pia cheia de louça suja. Basta usar detergentes biodegradáveis, que não poluem o ambiente. “Esses produtos não são tóxicos para os microrganismos aquáticos”, conta Neide. “Suas moléculas podem ser quebradas em partes menores e digeridas por eles”.
Agora que você já sabe tudo sobre como funciona o detergente, que tal colocar a mão na massa e ajudar com a louça suja do almoço?
(Esta é uma reedição do artigo “Ciência nas prateleiras”, publicado na CHC 134.)
Mara Figueira,Instituto Ciência Hoje/ RJ

Captura eficiente / Cientistas brasileiros desenvolvem pó capaz de retirar o gás carbônico do ar e reduzir a poluição atmosférica. O produto pode ser empregado em filtros domésticos, em indústrias e na construção civil.

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2014/08/captura-eficiente
ACESSO: 26/08/2014
                  
Por: Lucas Lucariny
Publicado em 19/08/2014 | Atualizado em 19/08/2014
Captura eficiente

Pó desenvolvido por brasileiros captura o gás carbônico do ar. Se usado em larga escala por indústrias, o produto pode contribuir para reduzir a emissão desse gás-estufa na atmosfera. (foto: Tyra Koppenol/ Freeimages)

A emissão desgovernada de gás carbônico (CO2) na atmosfera pelo homem tem sido apontada como uma das principais causas do aquecimento global. Para amenizar o problema, cientistas estudam materiais para retirar esse gás-estufa do ar. É o caso de um grupo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que desenvolveu um pó capaz de capturar o CO2 ao seu redor.
O produto, branco, semelhante a um talco, contém uma substância à qual o dióxido de carbono livre no ar se liga, sendo, assim, retirado da atmosfera. O material pode ser usado para fabricação de filtros de ar, que poderiam ser empregados por indústrias, e até na construção civil, misturado ao cimento e ao concreto. Chaminés de fábricas, por exemplo, poderiam ser revestidas internamente com o pó, que capturaria o CO2 dos gases expelidos.
O material pode ser usado para fabricação de filtros de ar, que poderiam ser empregados por indústrias, e até na construção civil, misturado ao cimento e ao concreto
Materiais capturadores de carbono já são utilizados por indústrias de produção de energia, principalmente por termoelétricas a carvão nos Estados Unidos, onde a medida é obrigatória. Mas a química Heloise Pastore, coordenadora do Grupo de Peneiras Moleculares Micro e Mesoporosas (GPM3) da Unicamp, que criou o novo material, aponta que sua invenção é mais vantajosa. “A maioria dos produtos empregados hoje apresenta forma líquida, que, durante o uso, gera um spray de gases corrosivos, muito prejudicial às plantas industriais”, diz.
Segundo Pastore, testes realizados em laboratório mostraram que cada grama do pó captura 0,28 g de gás carbônico do ar. “A monoetanolamina (MEA), por exemplo, um dos líquidos usados atualmente para esse fim, absorve 0,12 g de CO2 por grama do produto, menos da metade do que o sólido que criamos”, compara.
A pesquisadora acrescenta que o pó desenvolvido por sua equipe – com o apoio a Petrobras – ainda gera calor durante o processo de captura, o que facilita o reaproveitamento do CO2 e a reciclagem do próprio pó. Ela explica que esse calor pode ser usado para liberar o CO2 já capturado por outro lote de pó, permitindo a reutilização do gás em reações químicas e do material sólido em novos ciclos de captura.
É exatamente nesse reaproveitamento do carbono capturado pelo composto que a próxima fase da pesquisa do GPM3 se concentra. O grupo irá começar a estudar no segundo semestre de 2014 formas de aplicação para o carbono retirado do ar.
Pó para remover gás carbônico
 
O carbono capturado pelo pó (na foto) poderá ser reutilizado na fabricação de novos produtos, como o plástico. (foto: Heloise Pastore)
 
“A nossa ideia é reaproveitá-lo de uma forma simples e de modo que ele não volte para a atmosfera por um longo prazo”, afirma Pastore. “Seu uso pode ser viável na produção de plásticos ou em reações químicas em laboratório.”
A química destaca o custo relativamente barato do pó criado pelo seu grupo e a viabilidade da sua produção em larga escala.
Há, no Brasil todo, grupos que buscam maneiras de possibilitar a captura de carbono. Segundo Pastore, esse processo, que não é muito utilizado no país, deveria receber mais atenção das autoridades. “Enquanto nos Estados Unidos o uso de capturadores é obrigatório, aqui no Brasil falta uma tomada de atitude”, pondera. “Deveria haver uma conscientização das empresas que geram CO2, além da criação de leis e multas para impulsionar o uso dos absorvedores do gás.”

Lucas Lucariny
Ciência Hoje On-line