ACESSO:18/03/2016 as 9:31h
Soluções para os rejeitos de mineração como aqueles que provocaram o
acidente em Mariana, da barragem da empresa Samarco, foram apresentadas
por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) antes
mesmo de ocorrer o problema ambiental que atingiu moradores da região e o
rio Doce. Sob a coordenação dos professores Evandro da Gama e Abdias
Gomes, eles conseguiram terminar em 2015, antes do desastre ambiental,
uma casa com 46 metros quadrados (m2) com produtos originados
de rejeitos e estéreis da mineração de ferro. O rejeito é o que sobra
do processamento do minério de ferro e o estéril são rochas que ficam
junto com o itabirito, a rocha que contém o minério. Os dois são
estocados nas barragens. “Tirando telhas, vidros, pisos internos e
portas, tudo pode ser feito com os materiais que sobram da mineração”,
diz Evandro. “Nós desenvolvemos um forno de calcinação chamado Flex, que
calcina a poeira e a transforma em micropartículas que depois serão
transformadas em areia, blocos, vigas, pedra e cimento para a construção
civil”, explica o pesquisador. Evandro coordena o Laboratório de
Geotecnologias e Geomateriais do Centro de Produção Sustentável da UFMG,
em Pedro Leopoldo (MG). Evandro garante que o aproveitamento dos
rejeitos e dos estéreis tornaria desnecessárias as grandes barragens não
só da mineração de minério de ferro como também de bauxita, ouro,
fosfato e calcário. Outra vantagem é que o material rejeitado processado
e utilizado na construção civil deixa as casas menos quentes e com
paredes que absorvem menos água.
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