ACESSO: 18/03/20156 as 09:44h
O óleo extraído dos frutos e sementes da sucupira-branca, uma árvore do
Cerrado brasileiro, e o suco das folhas do sisal, uma planta originária
do México e cultivada no Brasil para extração de fibras, possuem
propriedades capazes de eliminar totalmente as larvas do Aedes aegypti,
o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, de acordo com
dois grupos de pesquisadores brasileiros. O óleo da sucupira (Pterodon emarginatus)
foi utilizado por pesquisadores das universidades federais do Amapá
(Unifap), Goiás (UFGO) e Fluminense (UFF) para desenvolver uma
nanoemulsão que diluída em água funciona como larvicida. O estudo foi
financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amapá (Fapeap) e publicado na revista Plos One de 7 de janeiro.
O produto que eles concluíram não utiliza solventes no preparo e não é
tóxico ao ambiente ou para seres humanos. O mesmo princípio vale para o
larvicida desenvolvido com folhas de sisal (Agave sisalana) por
pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Embrapa
Algodão, de Campina Grande (PB). De acordo com os pesquisadores, o suco
ataca o intestino das larvas e as elimina na totalidade. Eles fizeram o
mesmo teste em outras fases do inseto, como ovo, pupa e adulto, e o
produto não teve efeito. A explicação é que a larva se alimenta da
solução e provavelmente morre de indigestão com o produto. Para ser
disponibilizado ao mercado, o larvicida deverá ser oferecido na forma de
pó para diluição em água porque o suco in natura se degrada
rapidamente. A pesquisa teve as parcerias do Sindicato das Indústrias de
Fibras Vegetais do Estado da Bahia e da Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação (FAO).
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