segunda-feira, 28 de março de 2016

Gás de buzina pode causar morte facilmente

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ACESSO: 28/03/2016 as 10:35h


Popular entre os jovens, inclusive com comunidades de exaltação em sites de relacionamento como o Orkut, a prática de inalar gás de buzina “é perigosíssima e pode causar morte facilmente”, de acordo com Eduardo Mello De Capitani, professor, médico e vice-coordenador do Centro de Controle de Intoxicações – CCI - do Hospital de Clínicas da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas.

Em entrevista ao O MUNICIPIO, Capitani alerta que o propano (gás de buzina) tem ação no músculo cardíaco, tornando o coração muito sensível à ação de catecolaminas - moléculas presentes no corpo que normalmente mantém o coração e a circulação sanguínea funcionando -, mas que podem produzir arritmias graves e frequentemente fatais, como a taquicardia ventricular.

“Essa ação no músculo cardíaco, pode também produzir infarto agudo do miocárdio em pessoas sensíveis ou já com algum problema cardíaco”, diz.

De acordo com o vice-coordenador do CCI, apesar de não conter nenhum alucinógeno, sabe-se que a inalação de propano (gás de buzina) pode produzir efeitos de confusão mental, euforia e alucinações.

Provavelmente por dois mecanismos básicos: um mecanismo seria o da asfixia, ou seja, produção de baixa concentração de oxigênio no sangue e, consequentemente, no cérebro, fazendo com que o funcione mal e produza esses sintomas de tontura, euforia e alucinações.

Outro mecanismo seria a possível ação direta no sistema nervoso central (o cérebro). “Esse último mecanismo é possível, mas sabe-se muito pouco sobre ele com relação à ação do propano”, explica.

PERIGOS

Eduardo Capitani aponta que a inalação aguda do gás de buzina, como a que supostamente aconteceu na festa em Fernandópolis, na qual estava a estudante Mariana Finazzi, pode causar euforia, tontura, mal estar, vômitos, e eventualmente, alucinações.

O médico comenta ainda que o uso crônico desse gás, como droga adição, pode produzir problemas definitivos no cérebro, com perda de raciocínio e de memória, além de falta de apetite e perda de peso, sonolência constante, sangramentos nasais por irritação local, ulcerações na boca e no nariz, e conjuntivites nos olhos.

RECOMENDAÇÕES

Capitani alerta que, ao presenciar uma pessoa passando mal após ter inalado o gás de buzina, é preciso tentar buscar socorro médico o mais urgente possível. “Nunca deve-se achar que o problema é de menor importância. Náuseas e vômitos podem ser sinais já de gravidade”, indica.

O médico comenta que “é muito triste e deprimente ver que pessoas de nível universitário, como a menina que faleceu, com algum grau de conhecimento biológico e de funcionamento do corpo humano, se disponham a utilizar substâncias químicas tóxicas nessas condições de busca de alteração da consciência. São vidas perdidas sem nenhuma razão nobre, deixando pais e parentes numa condição de completo desamparo afetivo e psicológico”.

Com relação específica ao gás de buzina (o propano), o médico crê que os meios de divulgação e a imprensa séria deveriam promover mais matérias alertando para os riscos desse tipo de prática.

RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE DROGAS 2009

COCAÍNA

O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc) divulgou também no documento que “o mercado global de cocaína sofreu abalos sísmicos, graças à cooperação internacional”.
Produtora de metade da cocaína do planeta – um mercado que movimenta US$ 50 bilhões anuais –, a Colômbia teve, em 2008, uma redução de 18% no cultivo e uma queda de 28% na produção da droga, em comparação com 2007.
Apesar de pequenos aumentos observados na Bolívia (6%) e no Peru (4%), a área total de cultivo de coca diminuiu 8% em 2008, graças a uma redução considerável na Colômbia.
A área total de cultivo de coca caiu para 167 hectares, muito inferior aos níveis atingidos na década de 1990.


MACONHA

A maconha continua sendo a droga mais cultivada e consumida em todo o globo.
Estimar a área global de cultivo, segundo o UNODC, “é consideravelmente mais complicado”, já que a droga é produzida em quase todos os países e pode ser cultivada em locais fechados e abertos.
A área estimada para a produção ao ar livre de maconha em 2008 varia de 200 mil a 642 mil hectares.
Estima-se que a produção total de maconha varie entre 13,3 mil toneladas e 66,1 mil toneladas.
Dados de 2006 mostram os mais altos índices de uso de maconha entre os estudantes na América do Sul: no Chile (12,7%), seguido por Uruguai (8,5%), Colômbia (7,1%), Argentina (6,7%) e o Brasil (5,1%).


ECSTASY

Na América Latina, o estudo constata um crescimento preocupante no consumo de ecstasy, principalmente entre jovens das áreas urbanas.
Dados do Brasil mostram um aumento no número de apreensões de comprimidos, com mais de 210 mil apreendidos em 2007.
“O aumento nas apreensões pode estar relacionado à produção doméstica de ecstasy, considerando que o primeiro laboratório clandestino foi descoberto no país em 2008”, registra o relatório.
Em 2008, a Polícia Federal (PF) desmantelou, no Paraná, o primeiro laboratório clandestino de ecstasy do país.
Entretanto, vem da Europa a maior parte dos comprimidos de ecstasy consumidos no Brasil.


DROGAS INJETÁVEIS

Estima-se que entre 11 e 21 milhões de pessoas ao redor do globo usam drogas injetáveis.
As maiores populações de usuários estão na China, nos EUA, na Rússia e no Brasil, que somam 45% do total de consumidores.
A injeção de droga é responsável pelo aumento das infecções por HIV.
Segundo o relatório, o contágio entre usuários de drogas injetáveis já foi constatado em 120 países. Estima-se que entre 0,8 e 6,6 milhões de usuários estejam infectados pelo vírus da Aids em todo o mundo.
Em 2008, 48% dos usuários de drogas injetáveis no Brasil estavam infectados com o vírus HIV. O País é o 3º colocado na relação de países com usuários de drogas injetáveis infectados pela Aids. O 1º é a Estônia (72,1%) e, em segundo, está a Argentina (49,7%).

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