domingo, 23 de outubro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
NOVOS ELEMENTOS QUÍMICOS. NOVOS??????
Bem, desde 2004, os cientistas vêm testando a veracidade de suas possíveis descobertas. Nada mais nada menos que os elementos químicos de número atômico, 113, 115, 117 e 118. Cada um deles recebeu no final do ano passado, uma representação simbólica que por enquanto está sob avaliação da IUPAC. Não havendo nenhuma discordância da veracidade na existência e algumas características desses elementos, suas representações permanecerão inalteradas. Cada símbolo foi aferido de modo a ter relação como o nome do local ou cientista que liderou as pesquisas, fato não incomum quando se refere a denominação dos elementos químicos. A saber temos que, o NIHONIUM (Nh-113), foi assim denominado em homenagem ao país de sua descoberta, Japão. Na língua japonesa, nihonium significa ' terra do sol nascente'.
Ainda em 2004, o MOSCOVIUM (Mc-115), foi batizado assim, em homenagem a capital russa Moscou, cidade vizinha a Dubna, onde está instalado o Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear (JINR), local onde foi realizada parte das pesquisas.
O TENNESSINE (Ts-117), recebeu este nome em homenagem ao estado norte-americano do Tennesse, onde está sediado o Laboratório Nacional Oak Ridge e a Universidade Vanderbilt. O último do grupo, OGANESSON (Og-118), já foi descoberto em 2007, e homenageia Yuri Oganessian, físico nuclear de origem armênia e um dos autores da hipótese conhecida como ilha da estabilidade. Além dele, somente Seaborg foi homenageado em vida, tendo seu nome atribuído a um elemento químico.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE JOGOS NA DISCIPLINA DE FÍSICA
O tempo comunidade se caracteriza por ser o momento onde os alunos colocam em prática a teoria discutida em sala de aula. Assim a cada semestre os professores orientadores, vão às comunidades para vivenciar como os alunos estão aplicando esses conhecimentos. Ontem a tarde, os professores orientadores de Física e Química, foram até o município de Jaicós para observar a aplicaçao de um jogo, desenvolvido pelos alunos. Interessante lembrar que, a montagem da roleta é toda em madeira, com fixação para as fichas numeradas com as perguntas e pontuação no verso. Tudo confeccionado pelos próprios alunos, demonstrando seu interesse e envolvimento nas atividades que propomos em sala de aula. Um bom exemplo a ser demonstrado nas próximas disciplinas de METODOLOGIA DO ENSINO DE FÍSICA e METODOLOGIA DO ENSINO DE QUÍMICA, pois o jogo pode ser adaptado para qualquer disciplina.
O assunto selecionado foi CALORIMETRIA. Após uma breve revisão, os alunos explicaram as regras do jogo, que se fundamenta na brincadeira 'TORTA NA CARA". Na medida que os grupos foram rodando a roleta, pontos eram atribuídos para cada questão. Quando um grupo errava a resposta, o adversário acertava uma tora, mas quando havia acerto, o grupo adquiria uma determinada pontuação. No final das 15 perguntas, o grupo que totalizou maior pontuação, ganhou uma cesta contendo guloseimas.
O fato que chamou bastante atenção foi a interação dos alunos, o nível de respostas e a participação de toda a turma. Segue abaixo, alguns registros fotográficos.
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Depois de trocar uma resposta, a aluna recebeu uma torta na cara. |
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Aluna do projeto, explicando o funcionamento da roleta. |
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Após a conclusão da atividade, o registro fotográficos da turma. |
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
REAÇÕES DE DUPLA TROCA: iodeto de potássio reagindo com nitrato de chumbo
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Explicação geral sobre os tipos de Reações Químicas e suas representações. |
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KI (aq.) + Pb(NO3)2 (aq.) ----- KNO3 (aq.) + PbI2 (aq.) |
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
VIVENDO E APRENDENDO.....PEDRA DE SAL....
Hoje em sala de aula, um aluno citou um antigo hábito das pessoas do nordeste, para prever a ocorrência ou não da chuva. Segundo o aluno, no dia 13 de Dezembro, pega-se três pedras de sal e coloca no sereno. Caso derretam, o inverno será bom, mas caso contrário, há grande tristeza entre aqueles moradores, pois isso é indicativo de seca.Fiquei curiosa para entender o porque do dia 13 de Dezembro e aí fui pesquisar. Encontrei que esse dia é devotado a Santa Luzia, protetora dos olhos. Segundo a crença popular, em superfície plana, colocam-se as iniciais dos seis primeiros meses do ano e sobre elas uma pedra de sal. Deixa-se no sereno e no outro dia, caso a pedra tenha derretido, o mês em que isso aconteceu será de chuva. Mas quando não derrete, o inverso será ruim.
Outro fato descoberto, é que a partir do dia 13 de dezembro é possível observar se vai ou não chover a partir do mês de janeiro. Usa-se o seguinte raciocínio: 13/12 = janeiro;14/12 = fevereiro; 15/12 = março; 16/12 = abril; ..... ; 24/12 = dezembro. Caso chova a partir do dia 1312, o sertanejo acredita que o mês correspondente ao dia da chuva será abençoado com muita água.
USO DE TEMAS GERADORES PARA ABORDAR ASSUNTOS DE QUÍMICA
Na revista eletrônica Química Nova na Escola, alguns autores fazem uso de abordagens diferenciadas para trabalhar determinados conteúdos químicos. Um excelente exemplo é o artigo JEANS NO ENSINO DE QUÍMICA, disponível em:
qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_3/04-QS-42-13.pdf
ACESSADO EM: 12/09/2016 as 13:04h
qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_3/04-QS-42-13.pdf
ACESSADO EM: 12/09/2016 as 13:04h
terça-feira, 31 de maio de 2016
segunda-feira, 30 de maio de 2016
Ciências para o Ensino Fundamental: De onde vem o ar que nós respiramos?
Ciências para o Ensino Fundamental: De onde vem o ar que nós respiramos?: De onde vem o ar que nós respiramos? Os cientistas acreditam que a composição do ar na Terra é resultado de diversos processos que oco...
sábado, 30 de abril de 2016
O RIO QUE ERA DOCE.......
DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/04/19/impactos-visiveis-no-mar/?cat=ciencia
ACESSO: 30/04/2016 as 11:42h
Em janeiro deste ano, ao sobrevoarem o litoral do Espírito Santo e do
sul da Bahia, biólogos, oceanógrafos e técnicos de órgãos ambientais do
governo federal reconheceram os borrões escuros na superfície do mar
formados pelo acúmulo de resíduos metálicos que vazaram do reservatório
da mineradora Samarco em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015. A
mancha de resíduos, também chamada de pluma, aproximava-se do
arquipélago de Abrolhos, uma das principais reservas de vida silvestre
marinha da costa brasileira.
Os borrões não eram apenas os indesejados resquícios da extração de
minério de ferro de Minas Gerais, mas uma de suas consequências, como se
verificou logo depois. Em meio às manchas verde-escuro havia colônias
de algas e outros organismos marinhos microscópicos – o fitoplâncton –
com dezenas de quilômetros de extensão, muito maiores que as observadas
nos anos anteriores, de acordo com as análises de pesquisadores da
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Outra peculiaridade é que os organismos cresciam e se multiplicavam
rapidamente, em decorrência do excesso de ferro dos rejeitos da
mineradora de Mariana que se espalham pelo mar a partir da foz do rio
Doce, onde chegaram no final de novembro. Desde então, levados
continuamente ao mar pelo rio, os resíduos formam uma mancha móvel que
oscila ao longo de 200 quilômetros (km) ao norte e ao sul da foz do rio
Doce, que alterou o equilíbrio marinho, como indicado pela massa de
fitoplâncton, e atingiu pelo menos três unidades de conservação de
organismos marinhos.
“As manchas de fitoplâncton são comuns no verão, mas não desse modo”,
explica Alex Bastos, professor de oceanografia da Ufes, no final de
fevereiro. Análises preliminares indicaram que as colônias de algas são
constituídas por organismos que se formam e morrem em poucos dias, mais
rapidamente que o habitual. A decomposição acelerada dos organismos
consome oxigênio da água do mar, com consequências imprevisíveis sobre
as comunidades de organismos marinhos.
Além disso, a diversidade de espécies havia sido reduzida quase à
metade. Camilo Dias Júnior, com sua equipe de oceanografia da Ufes,
encontrou no máximo 40 espécies de fitoplâncton por amostra analisada;
antes da chegada dos resíduos os pesquisadores reconheciam de 50 a 70
espécies. A hipótese dos pesquisadores e técnicos é de que já poderia
ter ocorrido uma seleção de variedades mais adaptadas ao excesso de
ferro trazido com a descarga dos resíduos no mar.
Nos sobrevoos do litoral do Espírito Santo e da Bahia, Claudio Dupas,
coordenador do Núcleo de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da
Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) em São Paulo, observou muitos barcos de
pesca próximos às manchas de fitoplâncton na foz do rio Doce. Atraídos
pela abundância de alimento, o grande número de peixes chamou a atenção
dos pescadores.
Com base nas análises preliminares da qualidade de água e na
observação do cenário, a equipe do Ibama elaborou um relatório técnico
alertando sobre alterações na qualidade da água, prejudicada com a
descarga de resíduos no mar. Com base no documento e no princípio da
precaução – para evitar que a população seja prejudicada pelo consumo de
peixes contaminados –, no dia 22 de fevereiro um juiz federal de
Vitória proibiu por tempo indeterminado a pesca na região da foz do rio
Doce. “Assim que saiu a decisão do juiz, o superintendente do Ibama em
Vitória, Guanadir Gonçalves, pediu-me para fazer um mapa com a
delimitação da área de proibição, que foi para a internet e para os
celulares dos fiscais em campo no mesmo dia”, diz Dupas.
Desde janeiro os movimentos da mancha de resíduos podem ser
acompanhados por meio de mapas gerados pelo Ibama a partir de imagens de
satélites no site governancapelodoce.com.br, mantido pela Samarco. Já o site siscom.ibama.gov.br/mariana
contém imagens de satélite de alta resolução de antes e depois do
incidente, da barragem à foz. Os mapas indicam que os resíduos já
chegaram a 50 km ao sul de Vitória, capital do Espírito Santo, e
atingiram três unidades de conservação do ambiente marinho, o Refúgio de
Vida Silvestre de Santa Cruz, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa
das Algas e uma das principais áreas de desova da tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta),
uma faixa de 37 km de praias conhecida como Reserva Biológica Comboios.
“Ainda não é possível avaliar o impacto sobre o ambiente, a vida dos
organismos marinhos e dos moradores da região”, diz Dupas.
Desde que vazou da barragem de Fundão, em 5 de novembro, até chegar
ao mar, a enorme massa de resíduos da extração de minério de ferro
causou uma transformação profunda. Destruiu casas e matas às margens do
rio Doce, provocando a morte de 18 pessoas e de toneladas de peixes e
outros organismos aquáticos. A bióloga Flávia Bottino participou das
expedições do Grupo Independente para Análise do Impacto Ambiental
(Giaia) ao longo do rio Doce em novembro e observou uma intensa turbidez
da água, que dificultava a penetração da luz e a sobrevivência dos
organismos. Os biólogos encontraram camarões de água doce que
sobreviveram ao desastre, mas os organismos bentônicos, que viviam no
fundo do rio, tinham sido soterrados.
Limites incertos
A alta concentração de partículas sólidas que absorvem calor pode ter causado o aumento da temperatura da água para cerca de 30º Celsius. “A água do rio estava quente”, ela notou. As análises das amostras de água coletadas em dezembro ao longo de um trecho de cerca de 800 km do rio, realizadas nas unidades das universidades de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, Federal de São Carlos (UFSCar) em São Carlos e Sorocaba, Estadual Paulista (Unesp) em São Vicente, e na de Brasília (UnB), indicaram concentrações elevadas de manganês, ferro, arsênio e chumbo. As chuvas podem agravar a situação ao lavar as margens dos rios, cobertas de resíduos, e transportá-los ao mar.
A alta concentração de partículas sólidas que absorvem calor pode ter causado o aumento da temperatura da água para cerca de 30º Celsius. “A água do rio estava quente”, ela notou. As análises das amostras de água coletadas em dezembro ao longo de um trecho de cerca de 800 km do rio, realizadas nas unidades das universidades de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, Federal de São Carlos (UFSCar) em São Carlos e Sorocaba, Estadual Paulista (Unesp) em São Vicente, e na de Brasília (UnB), indicaram concentrações elevadas de manganês, ferro, arsênio e chumbo. As chuvas podem agravar a situação ao lavar as margens dos rios, cobertas de resíduos, e transportá-los ao mar.
Por meio de coletas realizadas com o navio Vital de Oliveira Moura,
da Marinha, a equipe da Ufes verificou que 25 km a leste da foz do Rio
Doce os resíduos formam uma camada de 1 a 2 centímetros sobre a lama do
fundo do mar, a 25 metros de profundidade. “Está havendo um acúmulo
rápido do rejeito no assoalho marinho”, diz Bastos, da Ufes, com base em
coletas realizadas desde novembro, logo após o rompimento da barragem (ver Pesquisa FAPESP no 239). “Nem nas maiores cheias o acúmulo de sedimentos no rio no fundo do mar foi tão alto.”
No
início de fevereiro, em uma reunião dos pesquisadores da Ufes com
representantes do Ibama, Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) e
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Bastos
comentou que a concentração de ferro no fundo do mar havia aumentado 20
vezes, em comparação com os níveis de antes do acidente, a de alumínio
10 vezes e a de cromo e manganês, cinco. Outro professor da Ufes, Renato
Rodrigues Neto, observou que a vazão do rio passou de 300 metros
cúbicos por segundo (m³/s), antes do rompimento da barragem, para cerca
de 4.000 m³/s, aumentando a quantidade de lama com resíduos metálicos
despejada no mar.
As imagens de satélite indicam que os resíduos metálicos podem ter
chegado até o arquipélago de Abrolhos no início de janeiro, embora,
ressalta Dupas, ainda não seja possível diferenciar os sedimentos vindos
do rio Doce, a cerca de 200 km de distância, dos do rio Caravelas, que
deságua na região. Segundo ele, os resultados das análises em andamento
devem ser anunciados em abril.
Vários estudos em outras áreas marinhas têm indicado que os resíduos
industriais podem ir muito além dos lugares onde foram produzidos,
misturar-se com os sedimentos do fundo do mar, aflorando se revolvidos
por redes de pesca, ou ser absorvidos por organismos marinhos. Uma
equipe do Instituto Oceanográfico (IO) da USP identificou metais pesados
(chumbo, cobre e zinco) e compostos orgânicos derivados de petróleo
produzidos na zona industrial de Santos e do polo industrial de Cubatão,
a 15 km do mar, misturados com a lama do assoalho marinho a uma
profundidade de 100 metros e a uma distância de 200 km da costa. Não se
pensava que a poluição gerada em terra pudesse chegar tão longe.
Condições ambientais
As conclusões ajudam a pensar o que poderia se passar no litoral do Espírito Santo e dos estados vizinhos, à medida que a lama da mineradora se espalha. “Os eventos, a rigor, não têm conexão à primeira vista”, disse Michel Mahiques, professor de oceanografia do IO-USP que coordenou os estudos em Santos. O vazamento da Samarco em Mariana foi um fenômeno agudo, com uma descarga intensa de resíduos, enquanto Santos e outros, como a baía da Guanabara, são casos crônicos, de décadas de liberação contínua de poluentes. “O fato comum”, ele diz, “é que existem porções do fundo marinho nas quais as condições ambientais permitem a deposição de materiais gerados pela atividade humana, ainda que a grandes distâncias”.
As conclusões ajudam a pensar o que poderia se passar no litoral do Espírito Santo e dos estados vizinhos, à medida que a lama da mineradora se espalha. “Os eventos, a rigor, não têm conexão à primeira vista”, disse Michel Mahiques, professor de oceanografia do IO-USP que coordenou os estudos em Santos. O vazamento da Samarco em Mariana foi um fenômeno agudo, com uma descarga intensa de resíduos, enquanto Santos e outros, como a baía da Guanabara, são casos crônicos, de décadas de liberação contínua de poluentes. “O fato comum”, ele diz, “é que existem porções do fundo marinho nas quais as condições ambientais permitem a deposição de materiais gerados pela atividade humana, ainda que a grandes distâncias”.
Em um estudo anterior no litoral de Santos, seu grupo identificou
isótopos de césio 137 originários de explosões atômicas ou de usinas
nucleares, nas quais esse tipo de material é gerado. “O césio foi
transportado pela atmosfera e aderiu a partículas muito pequenas do
fundo do mar”, conta. “Podemos chamar esses casos de teleconexões, em
que um evento em um determinado ponto do planeta pode afetar regiões
muito distantes.” Segundo ele, os casos clássicos são os acidentes das
usinas nucleares de Chernobyl em 1986 e de Fukushima em 2011.
“Precisamos lançar outro olhar para o potencial de acumulação de
material no meio marinho”, comenta Mahiques. Seus estudos indicaram que
os poluentes se acumulam principalmente nos cinturões de lama, faixas em
geral com 3 a 4 km de largura e dezenas de quilômetros de extensão, na
chamada plataforma continental, sobre estruturas antigas de relevo. “Há
um efeito a distância. Os sedimentos permanecem em pontos bem distantes
da origem. Duzentos quilômetros foi o limite a que chegamos, mas ainda
não sabemos se poderiam ir mais longe.” Mahiques argumenta que dois
conceitos básicos sobre o funcionamento da plataforma continental
deveriam ser revistos. O primeiro é que a quantidade de materiais do
continente que chega ao mar seria pequena. O segundo é que os ambientes
costeiros retêm a sujeira. “A quantidade não é pequena, nem os estuários
são um filtro perfeito dos resíduos gerados no continente.”
Os pesquisadores analisaram 21 amostras de sedimentos coletadas em
2005 e outras, mais recentes, reunidas por meio do navio oceanográfico
Alpha Crucis. Os resultados indicaram que os níveis de chumbo, zinco e
cobre a 100 metros de profundidade a mais de 100 km da costa eram
próximos aos encontrados na baía de Santos, embora mais baixos que os
limites mais altos do estuário santista, um ambiente próximo à terra que
mistura água de rios e do mar. No estuário, a concentração de chumbo no
sedimento marinho variava de 9 miligramas por quilograma (mg/kg) em
áreas não contaminadas a 59 mg/kg em amostras do fundo do porto,
indicando um aumento de cinco a 10 vezes em comparação com os valores
anteriores ao processo de industrialização. Os autores desse trabalho
afirmaram que os poluentes industriais misturados com a lama no fundo do
mar poderiam facilmente voltar à circulação, como resultado de
movimentos intensos da água ou de atividade humana como a dragagem para a
ampliação de portos ou a pesca com redes pesadas que revolvem o fundo
do mar.
Estudos anteriores de pesquisadores do IO-USP já haviam mostrado que a
descarga contínua de esgotos domésticos e de poluentes industriais na
baía de Santos era provavelmente uma das causas da reduzida diversidade
de organismos marinhos na região, em comparação com áreas menos
poluídas.
Em paralelo, uma equipe da Unesp em São Vicente encontrou níveis
acima dos permitidos em lei de quatro metais pesados – cádmio, cobre,
chumbo e mercúrio – em amostras de água, sedimento e em caranguejos-uçá
dos manguezais dos municípios de Cubatão, Bertioga, Iguape, São Vicente e
Cananeia. Nas regiões com maior concentração desses metais, os
caranguejos apresentavam uma proporção maior de células com alterações
genéticas associadas à ocorrência de malformações (ver Pesquisa FAPESP no 225).
Estudo de uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande publicado em
novembro de 2015 associou a contaminação por metal como possível causa
da fibropapilomatose, uma doença específica de tartarugas marinhas,
caracterizada pela formação de tumores benignos sobre a pele, em
tartarugas-verde (Chelonia mydas) de Ubatuba, SP, já que os
animais examinados apresentavam um nível acima do normal de cobre, ferro
e chumbo, em comparação com animais saudáveis.
“Quando pensarmos em legislação e políticas públicas, para fazer uma
projeção do impacto de eventuais acidentes ambientais, temos de olhar
mais longe e rever o conceito de área de influência, já que o efeito
pode ser muito maior do que o imaginado”, disse Mahiques. Bastos, da
Ufes, observou que os danos ambientais podem ser intensos em
consequência de pequenas alterações na concentração de metais na água do
mar, mesmo que os limites ainda estejam abaixo dos máximos
estabelecidos pela legislação ambiental.
Artigos científicos
FIGUEIRA, R.C.L. et al. Distribution of 137Cs, 238Pu and 239 + 240Pu in sediments of the southeastern Brazilian shelf – SW Atlantic margin. Science of the Total Environment. v. 357, p. 146-59. 2006.
MAHIQUES, M.M. et al. Mud depocentres on the continental shelf: a neglected sink for anthropogenic contaminants from the coastal zone. Environmental. Earth Sciences. v. 75, n. 1, p. 44-55. 2016.
SILVA, C.C. da et al. Metal contamination as a possible etiology of fibropapillomatosis in juvenile female green sea turtles Chelonia mydas from the southern Atlantic Ocean. Aquatic Toxicology. v. 170, p. 42-51. 2016
FIGUEIRA, R.C.L. et al. Distribution of 137Cs, 238Pu and 239 + 240Pu in sediments of the southeastern Brazilian shelf – SW Atlantic margin. Science of the Total Environment. v. 357, p. 146-59. 2006.
MAHIQUES, M.M. et al. Mud depocentres on the continental shelf: a neglected sink for anthropogenic contaminants from the coastal zone. Environmental. Earth Sciences. v. 75, n. 1, p. 44-55. 2016.
SILVA, C.C. da et al. Metal contamination as a possible etiology of fibropapillomatosis in juvenile female green sea turtles Chelonia mydas from the southern Atlantic Ocean. Aquatic Toxicology. v. 170, p. 42-51. 2016
sexta-feira, 22 de abril de 2016
Efeitos do LSD no cérebro: substância desencadeia alterações nos padrões de conectividade de regiões do cérebro associadas à visão e à consciência
DISPON´VEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/04/15/pesquisadores-avaliam-os-efeitos-do-lsd-no-cerebro-humano/
ACESSO: 22/04/2016 as 18:22h
Um grupo internacional de pesquisadores, entre eles o neurocientista
brasileiro Eduardo Schenberg, à época no Departamento de Psiquiatria da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), analisou em detalhes os
efeitos do LSD no cérebro humano por meio de diferentes técnicas de
neuroimagem. LSD é a sigla de Lysergsäurediethylamid, palavra
alemã para a dietilamida do ácido lisérgico, substância conhecida pelo
seu efeito alucinógeno. Em um estudo publicado na segunda-feira, 11, na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS),
os pesquisadores verificaram que o ácido desencadeou alterações nos
padrões de atividade e conectividade de redes de neurônios no cérebro de
voluntários.
Os achados podem ampliar as perspectivas de estudo envolvendo o uso
de LSD e outras substâncias químicas no tratamento de distúrbios
psiquiátricos. Isso porque essas drogas parecem interromper padrões de
conectividade entre redes cerebrais em diferentes áreas do cérebro. É a
primeira vez que esse tipo de estudo é feito. Até então, quando o LSD
era mais estudado, antes de sua proibição em meados dos anos de 1960,
nenhuma das técnicas usadas de neuroimagem existiam.
No estudo,
os pesquisadores administraram o LSD em 20 indivíduos, todos
considerados saudáveis do ponto de vista físico e mental. Os
experimentos foram feitos em dois dias. Em um deles, cada voluntário
recebeu uma injeção de 75 microgramas do LSD. Em outro dia, placebo.
Para entender os efeitos do alucinógeno no cérebro dos indivíduos, os
pesquisadores valeram-se de três técnicas de neuroimagem que mediram o
fluxo de sangue, as conexões funcionais dentro e entre as redes
cerebrais e as ondas cerebrais no cérebro dos indivíduos sob efeito do
LSD e do placebo. “Das 20 pessoas que participaram do estudo, cinco não
foram aproveitadas, uma vez que é muito difícil ficar quieto sob efeito
dessa droga”, explica Schenberg. “Descartamos essas pessoas porque os
equipamentos não conseguiram escanear seus cérebros adequadamente.”
Os participantes relataram terem experimentado alucinações visuais e
estados de consciência alterados pelo LSD. Os pesquisadores associaram
essas alucinações visuais a alterações em uma área específica na parte
de trás do cérebro, responsável pelo processamento de estímulos visuais —
chamado córtex visual —, incluindo o aumento do fluxo sanguíneo e a
conectividade expandida com outras regiões do órgão. Em condições
consideradas normais, os estímulos visuais são processados pelo córtex
visual. No entanto, sob efeito do LSD, neurônios de áreas associadas ao
processamento de estímulos visuais tornaram-se ainda mais ativos, embora
os olhos dos voluntários estivessem fechados. “A atividade no córtex
visual durante a experiência com o LSD está relacionada à atividade de
muito mais regiões cerebrais do que a atividade registrada com o uso do
placebo”, diz.
Ao mesmo tempo, os cientistas associaram a diminuição dos índices de
conectividade entre os neurônios de duas regiões do cérebro — os
córtices para-hipocampal e retrosplenial — a alterações nos estados de
consciência, expressas pelos voluntários como uma sensação de
desintegração de si mesmo (ou dissolução do ego). “O LSD diminuiu a
intensidade das oscilações elétricas de praticamente todo o córtex
cerebral, o que está associado a uma menor sincronia entre neurônios,
indicando que o córtex se encontra, de maneira geral, em um estado de
funcionamento muito diferente do usual”, explica Schenberg. O cérebro
humano funciona tendo como base redes independentes responsáveis por
funções específicas, como a visão, os movimentos, a audição e a atenção.
Sob o efeito do alucinógeno, no entanto, as regiões responsáveis por
essas funções tornaram-se mais conectadas, dando forma a um cérebro mais
integrado ou unificado.
Os achados, ele diz, podem ser úteis no estudo envolvendo o uso de
LSD no tratamento de distúrbios psiquiátricos, como transtorno obsessivo
compulsivo, dependência química, estresse pós-traumático e depressão.
Drogas como essa parecem interromper padrões de conectividade entre
redes cerebrais localizadas em diferentes áreas do cérebro. Em outras
palavras, o possível efeito terapêutico do LSD estaria relacionado a
maior fluidez da atividade cerebral que acompanha a experiência
subjetiva da perda da noção de si. Além de Schenberg, participaram da
pesquisa cientistas do Reino Unido, Canadá, da Alemanha e Nova Zelândia.
Artigo científico
CARHART-HARRIS, R. L. & NUTT, D. J. et al. Neural correlates of the LSD experience revealed by multimodal neuroimaging. Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). v. 113, n. 15, p. 1-6. abr. 2016
CARHART-HARRIS, R. L. & NUTT, D. J. et al. Neural correlates of the LSD experience revealed by multimodal neuroimaging. Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). v. 113, n. 15, p. 1-6. abr. 2016
SUBSTÂNCIAS QUE DEVEM SER EVITADAS EM PRODUTOS COSMÉTICOS E DE HIGIENE
DISPONÍVEL:http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63-meio-ambiente/2180-substancias-cosmeticos-produtos-higiene-quimicos-nocivos-evitar-triclosan-formaldeido-parabenos-triclocarban-alcatrao-carvao-hulha-cocamida-dea-bha-bht-chumbo-fragrancia-tolueno-oxibenzona-acido-borico-liberadores-dioxina-lauril-sulfato-de-sodio-fluor.html
ACESSO: 22/04/2016 as 11:57h
Existe uma variedade de substâncias nocivas à saúde, que
estão presentes em cosméticos, produtos de higiene e de limpeza pessoal
ou de ambientes. Essas substâncias normalmente apresentam nomes muito
complicados e que dificultam a memorização, o que torna a tarefa do
consumidor ainda mais difícil na hora de conferir os rótulos.
Por isso, o Portal eCycle
organizou uma lista das substâncias que devem ser evitadas ou
utilizadas com cautela devido aos seus efeitos nocivos à saúde humana e
ao ambiente como um todo.
• Triclosan:
essa substância está presente em inúmeros produtos, como sabonetes,
pastas de dente, desodorantes e sabonetes bactericidas, sendo utilizada
como antibacteriano. O uso indiscriminado (sem a devida necessidade) de
produtos com triclosan aumenta a ocorrência da resistência bacteriana,
que desregula o sistema de defesa do corpo humano, facilitando o contato
com bactérias prejudiciais à saúde. Além de provocar outros efeitos
nocivos à saúde, como a redução das funções dos músculos, podendo
atingir o coração, além de poluir corpos hídricos, o que afeta a
qualidade da água (saiba mais sobre o triclosan).
• Triclocarban: essa substância tem as mesmas funções do triclosan. Pode ser encontrada
principalmente em sabonetes em barra, assim como também em
antitranspirantes, desodorantes, sabonetes líquidos, cremes para limpeza
facial e para tratamento de acne. O problema que envolve o triclocarban
está relacionado ao processo de bioacumulação em organismos aquáticos.
Esse processo faz com que o triclocarban esteja presente em diferentes
níveis da cadeia alimentar até chegar ao ser humano. Portanto, a
ingestão de triclocarban por humanos é muito provável (devido ao ciclo
da cadeia alimentar). Em decorrência da sua ingestão, estudos
mostram que o triclocarban é capaz de desregular a produção de
hormônios sexuais e aumentar as chances de aparecimento de câncer de
mama e de próstata.
• Formaldeído: é um composto orgânico volátil (VOC) considerado carcinogênico pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC)
e produzido a partir de outra substância muito nociva à saúde. O
problema que envolve o formaldeído (formaldehyde - nome que aparece nas
embalagens) relaciona-se com a sua alta concentração na atmosfera por
emissões antropogênicas e presença em cosméticos, como os esmaltes e
produtos para alisamento capilar. Os efeitos na saúde vão desde
irritação na garganta, olhos e nariz até câncer de nasofaringe e
leucemia (saiba mais aqui).
• Liberadores de formaldeído:
são substâncias que, em seu processo de fabricação, são contaminadas
com formaldeído. O bronopol, diazolidinyl urea, imidazolidinyl urea,
quaternium-15 e a DMDM hidantoína (saiba mais aqui) liberam constantemente pequenas quantidades de formaldeído,
que é muito volátil e facilmente se desprende de produtos, como os
sabonetes. Além de liberarem formaldeído, essas substâncias têm função
antibacteriana, assim como o triclosan. Desse modo, também podem
promover a resistência bacteriana.
• Alcatrão de carvão ou alcatrão de hullha: é encontrado principalmente em tinturas permanentes para cabelo, com o nome de coal tar. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA)
dos Estados Unidos, o alcatrão de hulha está associado ao surgimento de
câncer em testes com animais. Este composto é derivado do processamento
do carvão, e nas tinturas auxilia no processo de fixação da cor. O alcatrão de hullha é considerado pela IARC como carcinogênico para os seres humanos (grupo 1). Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs em inglês) podem ser encontrados no alcatrão de hullha - os PAHs estão associados a problemas no coração.
• Cocamida DEA: é encontrada em produtos de limpeza, como detergentes, e nos cosméticos, como os xampus. De acordo com a IARC, é possivelmente carcinogênica para os seres humanos. Pode ser absorvida pela pele e acumular-se (saiba mais aqui sobre a cocamida DEA).
• BHA e BHT: o BHA (buthylated hydroxyanisole como se apresenta nas embalagens) e o BHT (butylated hydroxytoluene) são encontrados principalmente em batons, sombras para os olhos, desodorantes e antitranspirantes.
Os compostos
são previstos pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos
como razoavelmente carcinogênicos para os seres humanos, baseados em
experimentos com animais. Da mesma maneira, a IARC coloca o BHA no grupo 2B como uma substância que possui evidências suficientes quanto a sua carcinogenidade em animais, e que estes resultados podem ser considerados para seres humanos, porém ainda não é possível afirmar devido à falta de experimentos com humanos.
• Chumbo:
é um metal pesado nocivo aos seres humanos e ao meio ambiente em altas
doses. Está presente no ambiente por conta de atividades antropogênicas,
especialmente por emissão de fundições e fábricas de baterias. Pode ser
encontrado
na atmosfera na forma particulada - essas partículas podem ser
transportadas por longas distâncias e se acumulam por deposição seca ou
úmida em outros locais.
O chumbo (Pb) ou lead (em inglês) está relacionado com ocorrência de câncer,
depressão, agitação, agressão, perda de concentração, déficit de QI,
hiperatividade, desregulação do ciclo menstrual, nascimento prematuro,
Alzheimer, Parkinson, redução das capacidades cognitivas, entre outros distúrbios e doenças.
As vias de exposição ao chumbo são oral, inalatória e pelo contato com a pele. Vários produtos utilizam o chumbo em sua composição,
como tintas, cigarros, placas de baterias elétricas e acumuladores,
vitrificados, esmaltes, vidros e componentes para borracha.
Outras fontes de exposição ao Pb são os cosméticos e produtos de beleza, como tintura para cabelos e batons. No Brasil, esse metal é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e só pode estar presente na tintura capilar com limite de 0,6%. Clique aqui e saiba mais sobre o chumbo.
• Fragrâncias:
são substancias encontradas em perfumes, cosméticos e produtos de
limpeza que dão o perfume ao produto. Porém muitas delas não aparecem no
rótulo e o pior é que muitas podem ser nocivas à saúde. Os ftalatos
encontrados juntamente com as fragrâncias causam danos ao sistema
endócrino. Essas substâncias são chamadas de disruptores endócrinos.
Outro estudo mostrou que alguns perfumes podem causar reações alérgicas e dores de cabeças em algumas pessoas (saiba mais aqui).
• Parabenos: também conhecido como parabens (em inglês), são produtos químicos muito utilizados em cosméticos pela sua ação antimicrobiana e antifúngica (saiba mais aqui).
Segundo o FDA, entre os produtos que podem conter parabenos, estão
maquiagens, desodorantes, hidratantes, loções, esmaltes, óleos e loções
infantis, produtos para o cabelo, perfumes, tinta para tatuagens e até
mesmo cremes de barbear. Também é possível encontrá-los em certos tipos
de alimentos e remédios.
O parabeno interfere no sistema endócrino de humanos e
animais - ele possui uma atividade estrogênica - por conta disso ele é
considerado um disruptor endócrino. Atualmente, essas substâncias
vêm ganhando relevância, pois mesmo em doses pequenas podem causar
malefícios à saúde e ao meio ambiente. Vale a pena conferir o rótulo do
produto para se certificar da ausência de parabeno na sua fórmula.
• Tolueno: também conhecido como metilbenzeno (toluene ou methybenzene, em inglês), é uma substância
volátil de odor característico, inflamável e altamente danoso à saúde
se ingerido ou inalado. O sistema respiratório é a principal via de
exposição a essa substância, sendo rapidamente conduzida aos pulmões e à
corrente sanguínea.
Dependendo da intensidade da exposição pode ocorrer
irritação dos olhos e garganta. Efeitos de intoxicação como cefaleia,
confusão e tonturas podem ocorrer se a exposição for longa. Sabe-se
ainda que o tolueno é um depressor do sistema nervoso central (SNC), semelhante ao processo que ocorre com a ingestão de álcool.
E, apesar disso, podemos estar em contato com essa substância sem notar.
O tolueno pode estar presente em colas, gasolinas, solventes, agentes de limpeza e cosméticos. Outros estudos mostram que o ambiente doméstico é uma das formas mais relevantes de exposição ao tolueno. O esmalte de unha pode conter essa substância.
Vale a pena dar uma conferida nos produtos antes de comprar
e verificar se não trazem o tolueno na sua composição. Lembre-se que
ele pode estar representado como metilbenzeno ou ainda com seu nome em
inglês, mencionado anteriormente.
• Oxibenzona: é um composto orgânico que pode ser encontrado em protetores solares e outros cosméticos que possuem proteção contra raios ultravioletas. O oxybenzone ou benzophenone-3,
como é identificado nas embalagens, absorve raios ultravioletas do tipo
A (UV-A) e do tipo B (UV-B), que compõem cerca de 95% da radiação UV.
Esse tipo de radiação é responsável pelo envelhecimento precoce da pele,
assim como pelo bronzeamento rápido, porque penetra nas camadas
profundas da pele. Desse modo, o oxibenzona para proteger do UVA também
penetra nas camadas profundas da pele e causa muitos efeitos nocivos à
saúde como: reações alérgicas desencadeadas pela exposição ao sol, mutação celular e desregulação de processos hormonais. Pela grande quantidade de oxibenzona que é absorvida por meio da pele, o uso de protetores solares com essa substância deve ser evitado por crianças.
• Ácido Bórico: conhecido também como boric acid (em inglês), é um ácido fraco comumente utilizado como antisséptico, inseticida e como retardante de chamas. Ele possui fracas ações bacteriostática e fungistática. Em algumas pessoas, o contado com com o ácido bórico pode causar reações alérgicas, irritação nos olhos e sistema respiratório.
Em baixas doses o ácido bórico não oferece risco à saúde. O
boro é um elemento encontrado naturalmente na nossa alimentação e
necessário para um bom funcionamento do nosso organismo, contudo em
doses altas podem causar problemas.
De acordo com estudos, altas doses de boro podem levar a
quadros de neurotoxidade, além de afetar o sistema reprodutor em animais
machos.
O ácido bórico não é considerado carcinogênico para os humanos. Em altas concentrações no meio ambiente pode ser prejudicial para as plantas e outros seres vivos, por isso é importante minimizar o seu despejo nos corpos hídricos.
Ele pode ser encontrado
em antissépticos e adstringentes, esmaltes de unhas, cremes para a
pele, algumas tintas, pesticidas, produtos para matar baratas e formigas
e alguns produtos de uso oftalmológico.
Se você possui algum tipo de alergia a essa substância, fique atento
ao rótulo da embalagem para se certificar que não foi empregado o acido
bórico na sua composição.
• Liberadores de dioxano: muitos cosméticos, como xampus, medicamentos e produtos de limpeza, podem conter substâncias que carregam o 1,4-dioxano, são elas: polietilenos glicois (polyethylene glycols - PEGs), polietilenos (polyethylene), polioxietileno (polyoxyethylene) e ceteareth, sendo que os nomes em inglês são os que aparecem na descrição das embalagens.
O 1,4-dioxano ou 1,4-diaxane (em inglês) é um composto orgânico volátil (VOC) e pode estar presente
em grandes quantidades na água já tratada, causando efeitos como: danos
ao fígado e rins, câncer de fígado e câncer na cavidade nasal caso
ocorra inalação. O composto é considerado pela IARC como possivelmente carcinogênico
para seres humanos. As chamadas dioxinas, referem-se a uma classe de
substâncias nas quais também estão relacionadas ao 1,4-dioxano. (saiba
mais sobre dioxinas aqui).
• Lauril sulfato de sódio: é considerado um tensoativo
responsável por retirar oleosidade, produzir espuma, permitir a
penetração da água na pele ou nos cabelos. Ele pode ser encontrado em
produtos de limpeza e em diversos cosméticos, como xampus, removedores de maquiagem, sais de banho e pastas de dentes. O lauril sulfato de sódio e o lauril éter sulfato de sódio também conhecidos nas embalagens como sodium lauryl sulfate e sodium lauryl ether sulfate, respectivamente, são nocivos à saúde por desencadearem reações alérgicas. Rumores sobre a possibilidade destes compostos serem carcinogênicos ainda não podem ser confirmados, devido à falta de comprovações científicas.
• Palmitato de retinol: ou retinyl palmitate
(em inglês) é um derivado do retinol. No organismo humano, o retinol é
uma forma da Vitamina A. Esse micronutriente é necessário para um bom
funcionamento dos olhos, é essencial para o crescimento e para o
desenvolvimento de crianças, também participa na defesa do organismo,
ajudando a manter úmidas as mucosas, como o nariz, garganta e boca.
A sua deficiência,
além de causar cegueira noturna, isto é, a dificuldade de enxergar bem
na penumbra, pode causar alterações na pele, aumento da gravidade de
infecções e problemas no crescimento em crianças.
Um estudo indicou
que o palmitato de retinol (derivado da vitamina A) contida nos
protetores solares pode aumentar a taxa de crescimento do câncer pele. O
efeito carcinogênico se deve ao fato do palmitato de retinol formar
radicais livres na presença da radiação solar, devido aos raios UVA e
UVB - esses radicais acabam comprometendo a estrutura do DNA, podendo
levar ao câncer.
Atualmente, a Food and Drug Administration- FDA, órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de alimentos e cosméticos, argumenta que mais estudos são necessários sobre este tema.
Se tiver qualquer dúvida sobre a segurança de usar algum tipo de
protetor solar, consulte um dermatologista e evite marcas que contenham
em sua composição o palmitato de retinol e os derivados do retinol
(saiba mais aqui).
• Ftalatos: são um grupo de compostos químicos
utilizados como plastificantes (tornar plásticos mais maleáveis) e
solventes. Os ftalatos estão presentes em cosméticos e em vários tipos
de plásticos: no PVC, no box em forma de cortina em banheiros, materiais plásticos médicos, brinquedos de crianças, capas de chuva, adesivos, esmaltes, perfumes, sabonetes, xampus
e spray de cabelo. O contato com os ftalatos pode ser por meio da
utilização de plásticos em procedimentos médicos, crianças podem colocar
brinquedos de plástico na boca, cosméticos que entram em contato com a
pele e também pelas vias respiratórias, comidas ou bebidas que tiveram
contato com plásticos que possuem ftalatos e, além disso, o contato
também pode ocorrer por meio da água que passa nos encanamentos, pois os
ftalatos utilizados nos tubos de PVC não estão ligados quimicamente ao material e saem na água que passa pelos tubos.
Os efeitos na saúde
causados pelos ftalatos envolvem desregulação hormonal e possíveis
impactos no sistema reprodutivo. Outros efeitos, como irritação da pele
foram observados em testes para grandes quantidades de ftalatos. Testes
em animais associaram a presença de ftalatos no organismo ao surgimento
de tumores, assim como a proliferação desregulada de organelas chamadas
perixossomos, levando então ao surgimento de câncer. A IARC classifica os ftalatos como possivelmente carcinogênicos para os humanos (grupo 2B). Os ftalatos podem ser encontrados nas embalagens com os nomes: DBP, DEP, fragrance, phthalate, DMP, DINP e DEHP. Para saber mais sobre ftalatos, clique aqui.
• Flúor: ou fluorine (em inglês) é um elemento químico que é encontrado na natureza na forma de fluoreto.
Ele está presente na água tratada, em águas naturais e todos os
alimentos que contêm fluoreto, variando as concentrações dependendo do
alimento, como por exemplo os vegetais - eles contêm mais fluoreto por
absorverem da água e do solo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB), além dos vegetais, os peixes contêm altas concentrações de floureto. As pastas de dente, gomas de mascar, medicamentos e pastas de dentes
também possuem fluoreto. A absorção do fluoreto pelo organismo, quando
ingerido por meio da água, é praticamente total, porém quando ingerido
por alimentos, a sua absorção é parcial.
Quando o flúor é ingerido, grande parte dele é absorvida
pelos ossos e outra parte pelos dentes, é nesse aspecto que mora o
perigo da ingestão em excesso do flúor. O sucesso do flúor no passado em
controlar cáries na população vem se tornando motivo de preocupação por
parte de alguns pesquisadores. O longo período de tempo que as águas de
abastecimento público foram e ainda estão sendo fluoretadas pode trazer
alguns problemas de saúde na população, principalmente em crianças,
onde o excesso de flúor pode causar fluorose dentária.
PERFUME.......SINÔMINO DE CHEIRO BOM!?
DISPONÍVEL:http://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/2043-perfume-igrendientes-fragrancia-componentes-cosmeticos-como-e-feito-composicao-oleo-essencial-toxicos-alternativas-o-que-fazer.html
ACESSO: 22/04/2016 as 11:55h
O perfume é
um produto que originalmente contém aromas naturais, ou seja, aqueles
provindos dos óleos essenciais retirados de diferentes partes de
espécies vegetais. Mas o que seria então um verdadeiro perfume natural?
Para compor um perfume natural, basicamente precisamos dos seguintes ingredientes: álcool, água destilada e óleo essencial.
Nesses perfumes existem as chamadas notas, ou seja, a combinação de
três ou mais tipos de óleos essenciais que possuem pontos de
volatilidade diferentes.
Significado e origem
A palavra perfume vem do latim: per significa "a origem de", e fume significa
"fumaça". Sabemos que o uso de perfume pelo ser humano é antigo, e que
inicialmente está relacionado a rituais religiosos, nos quais madeiras e
plantas eram queimadas, produzindo fumaça com odores agradáveis. Mas
você sabe como sentimos as fragrâncias dos perfumes? Segundo estudo,
quando entramos em contato com odores, as células olfativas presentes
na região do nariz detectam as moléculas que possuem odor no ar ou na
água - isso leva a formação de impulsos elétricos que, por sua vez, são
direcionados ao cérebro, que irá detectar a sensação do odor.
Saturação olfativa
Para quem
utiliza sempre o mesmo perfume com o mesmo odor, pode ocorrer a chamada
saturação olfativa, que é uma adaptação natural dos receptores
olfativos. De acordo com pesquisa, após
um segundo de exposição a um determinado odor, os receptores se adaptam
em 50%, sendo que, nos períodos subsequentes, a adaptação diminui e,
após um minuto, o odor fica quase imperceptível. Em seguida, os
receptores ficam atentos a outros diferentes odores que surgirem. É
importante alternar o uso das fragrâncias para evitar a saturação
olfativa e não incomodar ninguém com seu cheiro perfumado demais.
Fragrâncias sintéticas
Muitos perfumes disponíveis no mercado possuem, em sua composição química, fragrâncias sintéticas que
geralmente são derivadas do petróleo. Isso ocorre porque várias
espécies de plantas ou até de animais, de onde se extraíam as
fragrâncias naturais, estão extintos ou em riscos de extinção, tornando a
produção de perfumes muito cara. Um exemplo de espécie ameaçada é o
veado almiscareiro, da onde se retira o óleo de almíscar (musk em inglês). Atualmente, o comércio de óleo de almíscar é limitado em 300 kg por ano no mundo.
Riscos à saúde
Várias marcas
inserem na mistura sintética, que tenta reproduzir o cheiro dos óleos
essenciais, substâncias tóxicas e prejudiciais à saúde, nas quais,
segundo o Environmental Working Group (EWG), muitas
vezes não constam descritas nos rótulos, ou seja, os fabricantes destes
perfumes inserem substâncias nocivas à saúde no produto e generalizam
os nomes colocando no rótulo simplesmente o ingrediente fragrância ou fragrance,
que na verdade está escondendo os verdadeiros nomes dos componentes
tóxicos adicionados. Esses químicos sintéticos podem desencadear
alergias, alterações hormonais que são causadas por componentes que
afetam hormônios, como o estrogênio e a testosterona. Ao afetar o
estrogênio, é possível que surjam efeitos como câncer de mama e
puberdade precoce. O olfato está relacionado ao sistema endócrino,
que é o responsável por controlar os processos hormonais, ou seja,
esses componentes presentes nos perfumes podem provocar a diminuição dos
sentidos olfativos e fazer com que usemos cada vez mais perfume sem
perceber que estamos exagerando. Segundo informações da Comissão Européia,
também é possível encontrar nos perfumes os Compostos Orgânicos
Voláteis (COVs ou VOCs) que estão relacionados a vários efeitos nocivos à
saúde (saiba mais aqui).
O que podemos fazer?
Procure não
utilizar tantos produtos com fragrâncias. Se você gosta muito do seu
perfume, utilize outros produtos cosméticos sem fragrância. Reclame para
empresas de cosméticos com o objetivo de fazê-las descrever todas as
substâncias presentes nos rótulos. Opte por perfumes sem adição de
fragrância. Mas tenha precaução, pois muitas marcas vendem produtos como
“fragrância zero”, “fragrância natural” ou “sem fragrância” e, na
verdade, inserem componentes de fragrância em seus produtos. É sempre
bom pesquisar antes para saber se a marca é confiável e ter segurança de
fazer uma compra segura e sustentável.
PODEROSO LIMÃO!!!!
DISPONÍVEL: http://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/1327-o-poderoso-limao.html
ACESSO: 22/04/2016 as 11:49h.
ACESSO: 22/04/2016 as 11:49h.
Para
quem quer ter uma vida saudável, as frutas são de fundamental
importância porque são ricas em nutrientes e vitaminas. Cada uma tem o
seu diferencial, mas existe uma que é especial. Além de ser uma fonte de
vitamina C, ela é um poderoso agente de limpeza. A foto acima já
denuncia: estamos falando do limão, uma fruta cítrica de cor verde,
muito comum em nosso dia a dia.
Por ser
extremamente versátil, o limão pode ser o substituto ideal para os
produtos de limpeza considerados tóxicos. Com apenas uma dúzia deles,
você é capaz de realizar diversas tarefas em sua casa. Veja abaixo
dezoito maneiras de utilizar o limão como substância limpante:
1. Limpar vidros e espelhos
Separe
cascas de limão ou laranja e misture-as com água quente. Com essa
mistura e um paninho, você pode limpar os vidros. Para fazer a limpeza
de espelhos, é recomendável usar um filtro de café;
2. Refresque seu umidificador
Se por acaso o seu umidificador
começar a soltar um cheiro mofado, experimente adicionar poucas
colheres de chá de suco de limão no compartimento da água. Assim, você
irá refrescar o aroma que o aparelho solta, e sua casa passará a ter um
bom nível de umidade;
3. Purificador de ar
Ferva
uma combinação de canela, bicarbonato de sódio e raspas de limão em um
pote. Assim, você elimina odores do jantar da noite passada que ainda
não saíram. Para se livrar do mau cheiro da geladeira, coloque meio
limão em um pires e mude uma vez por semana. Veja mais sobre como fazer um desodorizador de ar;
4. Lustrar cobre
Quer
dar um brilho nos objetos de cobre da sua casa? Então separe limão e um
pouco de sal. Primeiro coloque o limão no micro-ondas por dez segundos
e, em seguida, corte-o ao meio. Após esse processo, mergulhe a metade
cortada do limão no sal e esfregue com vigor contra o objeto de cobre.
Mas lembre-se: o melhor é limpar peças realmente feitas de bronze, pois
as que são folhadas podem ser danificadas;
5. Enfrente a mancha de sabão
Aquela mancha de sabão
que se acumula em torneiras, chuveiros, banheiras e, principalmente,
nas paredes do banheiro, e que é difícil de sair, pode agora ser
eliminada. Basta espremer limão diretamente na espuma, deixar descansar
por alguns minutos e depois limpar a sujeira com facilidade;
6. Afaste as formigas
Esprema
limão nas rachaduras e fendas em que as formigas transitam. O forte
cheiro cítrico vai afastá-las de uma vez. Ou faça uma solução com uma
mão cheia de cascas de limão e um copo de água e borrife nos locais. Veja mais dicas de como se livrar das formigas em sua casa sem o uso de pesticidas;
7. Elimine o mau cheiro causado pelo acúmulo de lixo
Você só
precisa de um limão e de poucas colheres de chá de bicarbonato de
sódio. Esprema o suco do limão, misture com o bicarbonato e aplique nos
locais mal cheirosos com um pano;
8. Polimento da madeira
Misture uma parte de suco de limão com duas partes de azeite de oliva. Passe a mistura no local que você quer polir. Veja como fazer isso usando vinagre branco também;
9. Apagar manchas
Esfregue
o suco de limão no local e deixe descansar durante a noite. Em seguida,
lave normalmente. O limão também retira manchas causadas por goteiras
no interior de automóveis;
10. Peças cromadas
O suco
da fruta pode fazer brilhar torneiras cromadas ou até mesmo o cromo que
existe em carros de modelos mais antigos - basta adicionar sal;
11. Limpar a pia
Você
deve misturar suco de limão com sal até que se forme uma pasta
consistente. Em seguida, basta aplicar a mistura na parte de metal da
pia, esfregar bem com uma bucha vegetal e enxaguar. Em bancadas
laminadas, faça uma solução diluída do suco do limão e coloque em um
frasco de spray;
12. Limpar os rejuntes dos azulejos ou pisos
Misture o conteúdo de duas colheres de chá de creme de tártaro e de suco de limão para formar uma pasta fina. Depois de formada, é só aplicar a pasta no rejunte e esfregar com uma pequena escova de dente usada. Em seguida, enxague;
13. Fazer um alvejante natural
Esprema
limões (de ¼ a ½ xícara de suco de limão) e aplique o conteúdo em um
balde com quatro litros de água quente. Em seguida, adicione roupas
brancas e deixe-as de molho por até duas horas. Após esse período,
coloque as roupas em um ciclo básico de lavagem da máquina de lavar.
Terminada a lavagem, pendure-as no varal. Essa é uma boa alternativa de
alvejante natural para fraldas de pano, antigos linhos e outras roupas
delicadas, mas se não tiver certeza, teste antes em uma área pequena
primeiro;
14. Limpar o microondas
Confira o melhor truque para você limpar e tirar o mau cheiro do seu forno de micro-ondas, utilizando apenas tigela, água e limão;
15. Higienizar tábuas de corte
Corte
um limão ao meio e coloque sal em uma das metades. Após isso, esfregue o
limão com sal na tábua de corte para matar os germes. Lave como de
costume, com água, e permita que o ar seque sua tábua. Veja outra
maneira de limpar sua tábua de corte usando água oxigenada e vinagre;
16. Plásticos de cozinha
Mergulhe
os recipientes de armazenamento de alimentos em suco de limão diluído
para remover manchas e odores. Pode-se adicionar bicarbonato de sódio e
esfregar, enxaguar e depois secar;
17. Limpeza geral
Misture
meia xícara de vinagre branco, suco de um limão e duas xícaras de água.
Em seguida, coloque a mistura em um borrifador e limpe sua residência.
Para higienizar o vaso sanitário, basta colocar meia xícara de suco de
limão na bacia e depois mexer com uma escova sanitária;
18. Saciar sua sede
Por
fim, realizar as tarefas do dia-a-dia se torna algo desgastante para o
corpo. Se bater aquela sede, faça uma mistura de suco de limão, tequila e
mel, mas não exagere na dose;
Veja o vídeo abaixo que mostra uma das eficiências do limão:
quinta-feira, 31 de março de 2016
Armas químicas e biológicas
DISPONÍVEL:
ACESSO: 31/03/2016 as 19:16h
ACESSO: 31/03/2016 as 19:16h
Qualquer guerra é um espetáculo sangrento e abominável. Mas até para
matar há limites: as armas não devem causar ferimentos supérfluos,
cruéis, desumanos ou degradantes. Isso em teoria. Pois o homem inventa,
produz, armazena e está pronto para usar um arsenal tão perverso que até
a tênue ética da mortandade fica manchada. São as armas químicas,
chamadas "bomba atômica dos pobres", pois podem ser preparadas em
qualquer país que disponha de uma indústria de fertilizantes químicos ou
pesticidas medianamente desenvolvida.
Meses atrás, por exemplo,
descobriu-se na Líbia uma fábrica de armas químicas disfarçada de
indústria farmacêutica. E uma mostra real desse pesadelo ficou
registrada em março do ano passado no ataque iraquiano com gás mostarda à
aldeia de Halabja, um lugarejo em seu território que havia sido
invadido pelo Irã, habitado pelos curdos. Cinco mil civis foram mortos.
Sete mil ficaram feridos. As imagens das vítimas paralisadas em agonia
horrorizaram o mundo. Por sua vez, a União Soviética foi acusada de usar
gases incapacitantes contra os rebeldes no Afeganistão.
A idéia
de aniquilar o inimigo por envenenamento é bem antiga. Já na Índia de
2000 a.C. era comum empregar nas guerras cortinas de fumaça,
dispositivos incendiários e vapores tóxicos. O historiador grego
Tucídides conta que na Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) os espartanos
colocavam madeira impregnada com enxofre e piche ao redor dos muros das
cidades inimigas, criando vapores sufocantes. No fim do século XIX, na
Guerra dos Bôeres, na África do Sul, as tropas inglesas inventaram um
artifício para lançar ácido pícrico, um explosivo. O engenho não
funcionou, mas começaram aí as tentativas de ganhar combates com armas
tóxicas. No entanto, com o desenvolvimento da ciência, começou também a
fabricação de substâncias poderosamente venenosas para fins militares.
A
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) marcou a entrada da química nos
campos de batalha. Em 1915, o cientista alemão Fritz Haber teve uma
idéia para obrigar as tropas inimigas a sair da proteção das trincheiras
e aceitar o combate a céu aberto: espalhou gás cloro num front perto da
cidade belga de Ypres. Foi uma devastação - 5 mil desprevenidos
soldados franceses foram mortos e outros 10 mil ficaram feridos. O cloro
pertence ao grupo dos gases sufocantes, que irritam e ressecam as vias
respiratórias. Para aliviar a irritação, o organismo segrega líquido nos
pulmões, provocando um edema. A vítima morre literalmente afogada.
Como
se não bastasse o cloro, a desenvolvida indústria química alemã
-especialmente a tristemente famosa IG Farben - redescobriu o gás
mostarda, inventado meio século antes na Inglaterra. Além de atacar o
revestimento das vias respiratórias provocando feridas e inchaço, esse
gás com cheiro de mostarda (daí o nome) provoca bolhas e queimaduras na
pele e cegueira temporária. Inalado em grande quantidade, mata. Os
franceses retrucaram como cianeto de hidrogênio e o ácido prússico,
chamados gases do sangue. Quando inaladas, as moléculas desses gases se
unem à hemoglobina do sangue, impedindo-a de se combinar com o oxigênio
para transportá-lo às células do corpo, causando a morte.
Ao
todo, as mortes provocadas por gases venenosos na Primeira Guerra
Mundial somaram perto de 100 mil; os feridos, em torno de 1,3 milhão. A
fama de vilão porém recaiu exclusivamente sobre Fritz Haber, o mentor do
ataque alemão a Ypres. Pouco lhe valeu ser contemplado com o Prêmio
Nobel de Química em 1918 - sob protesto dos cientistas - por ter
conseguido a síntese da amônia, inventando assim os fertilizantes
químicos. Quando Hitler chegou ao poder na Alemanha em 1933, Haber, por
ser judeu, emigrou para a Inglaterra. Ao encontrá-lo em Londres, logo em
seguida, o físico inglês Ernest Rutherford , também Prêmio Nobel,
recusou-se a apertar-lhe a mão. O criador da guerra química morreu no
ano seguinte, de ataque cardíaco. Em 1925, a Liga das Nações, precursora
da ONU, havia proibido no Protocolo de Genebra o uso militar de gases
asfixiantes, tóxicos e outros, assim como o de agentes bacteriológicos.
A
Liga omitiu-se, porém, quanto a fabricação e estocagem desses venenos.
Mal tinha secado a tinta do protocolo, a Espanha reprimiu a gás mostarda
uma revolta em Marrocos, então sua possessão. E em 1931 o Japão usou
fartamente armas químicas na invasão da Manchúria, onde também
realizaria horrendas experiências de guerra bacteriológica. Em 1936, as
tropas italianas jogaram gás mostarda na Etiópia, matando homens,
animais e envenenando rios.
Naquele mesmo ano, na IG Farben
alemã, um químico chamado Gerhard Schrader estava incumbido da pacífica
tarefa de desenvolver inseticidas. Trabalhando com organofosforados -
compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio misturados ao fósforo -,
Schrader sintetizou um produto tão mortífero que era impossível usá-lo
como inseticida. Estava criado o tabun, o primeiro dos gases
neurotóxicos (que agem sobre os nervos), até hoje a mais terrível
espécie de arma química já inventada. Dois anos mais tarde, Schrader
inventou o sarin; e já nos estertores da Segunda Guerra Mundial, em
1944, criou o soman, oito vezes mais letal que o primeiro e duas vezes
mais que o segundo.
Os gases dos nervos matam em minutos. Atuam
inibindo uma enzima chamada acetilcolinesterase, necessária ao controle
dos movimentos musculares. Essa enzima bloqueia os impulsos nervosos que
ativam os músculos. Quando o gás neurotóxico é absorvido, por inalação e
contato com a pele, a produção da enzima cessa imediatamente. Todos os
músculos então se contraem sem parar e acabam estrangulando os pulmões e
o coração. É mais ou menos assim, por asfixia, que morrem os insetos
atacados com inseticidas.
Os gases mortíferos dos nazistas não
chegaram aos campos de batalha, mas foram empregados em larga escala no
assassínio de populações inteiras: a IG Farben desenvolveu o zyklon-B, o
gás usado pelos nazistas para matar milhões de judeus nas câmaras dos
campos de extermínio. Terminada a guerra, os aliados se apoderaram das
técnicas e dos estoques da IG Farben. Em pouco tempo, carregamentos
secretos de gases dos nervos chegaram aos Estados Unidos e à União
Soviética. Ainda havia o que aperfeiçoar nessa área.No começo da década
de 50, a empresa química inglesa ICI criou a chamada família V, com os
gases VE e VX, muitas vezes mais tóxicos que os dos alemães se é que é
possível imaginar isso.
A praga continuou a cruzar novas
fronteiras. Durante os sete anos da Guerra Civil no Iêmen do Norte, de
1962 a 1969, as tropas egípcias que participavam do conflito usaram
armas químicas vindas da União Soviética. O maior escândalo, porém,
aconteceu do lado americano. Na Guerra do Vietnã, os Estados Unidos
jogaram, além do conhecido incendiário napalm, toneladas de gás
lacrimogêneo, que irrita os olhos e as vias respiratórias, deixando as
vítimas fora de combate por algum tempo. O gás lacrimogêneo é usado em
muitos países para dispersar manifestações de rua.
Pior que isso
foi o emprego dos desfolhantes, conhecidos como agentes laranja, azul e
branco. Os desfolhantes haviam sido inventados no fim da Segunda Guerra,
no principal laboratório de pesquisa do Exército dos Estados Unidos, em
Fort Detrick. Tais herbicidas servem para destruir ervas daninhas nas
plantações. O agente laranja, o mais usado no Vietnã, mistura de dois
herbicidas, tinha o objetivo de destruir plantações e florestas,
principalmente matas fechadas à beira dos rios, de onde os guerrilheiros
vietcongues fustigavam tropas americanas.
Dessa vez, porém, os
cientistas honraram a ética da profissão e pressionaram o Congresso
americano a proibir a fabricação de armas químicas. De fato, a produção
dessas armas chegou a ser suspensa em 1969. A população despertou para o
problema um ano antes, quando durante testes com gases neurotóxicos na
base militar de Dugway, no Utah, um vazamento do produto matou 6 mil
carneiros das redondezas.O perigo de viver perto dos armazéns de veneno
já não podia ser subestimado. A notícia do acidente só chegou ao
conhecimento da opinião pública por causa da morte dos carneiros, que
não pôde ser ocultada. Mas é virtualmente impossível, nos Estados Unidos
ou em qualquer outro país, identificar os cientistas a serviço do mal.
Em
nome da segurança nacional, eles permanecem sempre anônimos, da mesma
forma que os laboratórios envolvidos nas experiências. Mas, como os
gases, informações vazam. Na Universidade da Pensilvânia, em 1965, a
desconfiança de um estudante levou à descoberta de dois contratos
secretos com o Pentágono para pesquisa em guerra química e biológica.
Empresas como a Dow Chemical e a Monsanto foram acusadas de fabricar
desfolhantes. Na Alemanha, pelo menos treze empresas fornecem pesticidas
aparentemente inocentes a países do Terceiro Mundo. A rigor, raras
armas químicas conhecidas foram criadas em laboratórios exclusivamente
militares - cientistas acadêmicos ou empregados em indústrias sempre
estiveram por trás dessas pesquisas.
Não é preciso construir
instalações especiais para fabricar armas químicas. Para a vida ou para a
morte, a indústria química funciona do mesmo modo, com dois processos:
conversões químicas e operações unitárias. Conversões são reações entre
produtos químicos nos reatores, recipientes de aço inoxidável revestidos
às vezes de materiais cerâmicos ou plásticos. Operações unitárias são
as conversões físicas, como destilação, evaporação ou filtração. A
grande diferença entre uma indústria química qualquer e uma produtora de
gases venenosos está no cuidado de quem lida com o material.
Naturalmente, quanto mais tóxicos os produtos, maior a necessidade de
segurança. Já lançar armas químicas é uma operação semelhante a um
ataque normal de artilharia - com a diferença de que as bombas não
carregam apenas explosivos, mas também gases. Como os venenos químicos
são perigosos também para quem os joga, os atacantes devem estar
protegidos contra eles. Pensando nisso, os americanos desenvolveram as
chamadas armas binárias. Estas têm dois compartimentos, cada um com uma
substância por si só pouco tóxica. A mistura ocorre na hora da explosão,
formando gás mortal.
Mesmo que os combatentes estejam protegidos
com máscaras e roupas emborrachadas, a luta prolongada no front
envenenado pode ser cruel. As roupas, extremamente desconfortáveis,
tendem a provocar desidratação. Estudos soviéticos mostraram que, depois
de usar a roupa protetora por dezoito horas seguidas, um soldado fica
totalmente fora de combate. Os soldados britânicos, de seu lado, levam
presos ao uniforme pequenos papéis que mudam de cor na presença de gases
tóxicos. Ao perceber que foi atacado com gás dos nervos, o soldado se
aplica imediatamente uma injeção de atropina, um antídoto que traz
consigo. A atropina, substância derivada de uma planta chamada beladona,
faz no organismo o papel da acetilcolinesterase inibida pelo gás.
Porém, se o alarme for falso, a atropina fará com que a pessoa sinta os
mesmos efeitos que o gás lhe provocaria.
O serviço de
inteligência americano, CIA, calcula que vinte países têm armas químicas
e outros dez estão na fila para começar a produzi-las. Os arsenais
conhecidos estão nos Estados Unidos (30 mil toneladas), na União
Soviética (400 mil toneladas), na França e no Iraque. Os países que
provavelmente têm mas não confessam são Egito, Síria, Líbia, Israel,
Irã, Etiópia, Birmânia, Tailândia, Coréia do Norte, Coréia do Sul,
Vietnã, Formosa, China, África do Sul e Cuba. Nas mãos das
superpotências nucleares, pouca diferença fazem os estoques químicos.
O
equilíbrio pode romper-se, porém, com a propagação de armas semelhantes
pelo mundo afora - o mesmo temor, por sinal, inspirou os esforços
contra a proliferação nuclear. A indignação causada pelo ataque
iraquiano a Halabja serviu ao menos para disparar uma nova investida
pelo desarmamento químico. No começo do ano, em Paris, representantes de
149 países condenaram o uso de armas químicas como passo inicial para
futuro acordo de completo banimento. Quem viver verá.
Um bombardeio de doenças.
Existe
algo ainda mais cruel que os gases venenosos. São as armas biológicas -
bactérias para matar o inimigo de doença. As mais cotadas propagam
males como dengue, botulismo, antraz e peste. O dengue, uma febre
tropical causada por vírus, é comum no Brasil e provoca principalmente
dor e rigidez nas juntas do corpo. Já o
botulismo é um envenenamento por uma toxina segregada por uma bactéria.
Um dos mais poderosos venenos conhecidos, a toxina danifica o sistema
nervoso, causando a morte pela paralisia dos músculos respiratórios.
Bacilo
nocivo aos animais, o antraz pode ser fatal ao homem se for ingerido ou
inalado. Dentro do organismo, o bacilo ataca o coração e outros órgãos
vitais. As bombas de peste seriam das formas bubônica e pneumônica. A
primeira não é fatal, mas a pneumônica mata por edema pulmonar.
Aperfeiçoados pela engenharia genética, mesmo os vírus e bactérias não
mortais podem se tornar resistentes a qualquer antibiótico ou outra
defesa conhecida, vitimando populações inteiras. Na Segunda Guerra
Mundial, o Japão atacou onze cidades chinesas com bombas
bacteriológicas. Além disso, japoneses e alemães usaram prisioneiros
como cobaias em experiências com agentes infecciosos.
A Convenção
das Armas Biológicas e Toxinas, de 1972, proíbe o seu desenvolvimento,
produção e estocagem. A despeito disso, calcula-se que uma dezena de
países fabricam tais armas. Ao contrário das suas parentes químicas,
essas nunca foram usadas em larga escala nos campos de batalha. Para o
especialista inglês Julian Perry Robinson, da Universidade de Sussex,
uma explicação pode estar no fato de que o uso de um organismo vivo para
atacar outro dá margem a todo tipo de situações imprevisíveis "e os
militares não gostam de armas que não possam controlar".
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