quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PENTAQUARK

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/08/13/pentaquark-enfim-descoberto/?cat=tecnociencia
ACESSO: 10/12/2015 as 11:00

Uma classe incomum de partícula estudada por físicos há pelo menos 50 anos foi inesperadamente identificada por pesquisadores da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos, que integram um dos grupos do Grande Colisor de Hádrons (LHC), em Genebra, na Suíça. Prótons e nêutrons – que, junto com os elétrons, formam átomos – são compostos de partículas menores chamadas quarks. Cada próton e nêutron é composto por três quarks. Anunciada em julho pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), que abriga o LHC, a partícula recém-descoberta, chamada pentaquark, também forma prótons e nêutrons. A diferença é que ela é constituída por cinco quarks, ou seja,  quatro quarks e um antiquark, com carga elétrica oposta à dos quarks — uma combinação desconhecida até agora. Os quarks são partículas que se movimentam quase à velocidade da luz. Cientistas procuraram por essa partícula por pelo menos 50 anos, mas não a encontraram, o que os fez pensar que ela pudesse de fato não existir. Curiosamente, os pesquisadores a encontraram em meio a trabalhos com objetivos completamente diferentes. O estudo dos pentaquarks, que agora não são mais apenas uma teoria, poderá ampliar o conhecimento sobre as possibilidades de interação entre as partículas elementares da matéria.

ÓLEO, outra fonte de obesidade

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/08/13/outra-fonte-da-obesidade/?cat=tecnociencia
ACESSO: 10/12/2015 as 10h:21min

O óleo de soja já não era muito bem visto pelos médicos. Agora talvez seja ainda menos. Uma dieta rica em óleo de soja poderia causar mais obesidade e diabetes que uma dieta rica em frutose, um tipo de açúcar comum em refrigerantes e alimentos processados, de acordo com um estudo realizado na Universidade da Califórnia em Riverside, Estados Unidos  (PLoS ONE, 22 de julho).  Os pesquisadores chegaram a essa conclusão alimentando quatro grupos de camundongos com diferentes tipos de dietas, cada uma delas contendo 40% de gordura, similar à que os norte-americanos consomem. O primeiro grupo de animais consumiu apenas óleo de coco, que consiste essencialmente de gorduras saturadas.  O segundo foi alimentado com óleo de soja, que contém principalmente óleos poli-insaturados – e é bastante consumido também no Brasil.  Às outras duas dietas, cada uma com um tipo de óleo, se acrescentou frutose, na proporção consumida pelos americanos. As quatro dietas continham o mesmo total de calorias. Os animais que consumiram óleo de soja apresentaram um aumento de peso de 25% e de 9%, quando comparados com os que  se alimentaram de óleo de coco e com os submetidos à dieta enriquecida com frutose, respectivamente. Além disso, o grupo do óleo de soja exibiu gordura localizada e sinais de danos no fígado, diabetes e resistência à insulina.  Os pesquisadores viram também que a dieta com frutose resultou em danos metabólicos menos severos que os observados nos outros grupos. Em um teste complementar, uma  dieta rica em óleo de milho resultou em um ganho de peso maior que o da dieta à base de óleo de coco, mas não  tão alto quanto  o proporcionado pelo óleo de soja.

MALÁRIA x TEMPO: QUEM VAI GANHAR ESSA CORRIDA?

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/11/17/corrida-contra-a-malaria/
ACESSO: 10/12/2015 as 10h:17min

A erradicação mundial da malária parecia estar próxima de ocorrer em 1979 quando a equipe da farmacologista chinesa Youyou Tu publicou seu estudo demonstrando a ação potente da artemisinina, princípio ativo obtido da erva Artemisia annua, contra a espécie mais letal do parasita causador da doença, o protozoário Plasmodium falciparum. A identificação e a síntese em laboratório do composto salvaram milhões de vidas por reduzir drasticamente a mortalidade por malária e renderam a Tu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia deste ano (ver reportagem). Desde os anos 2000, no entanto, a artemisinina e seus derivados vêm perdendo parte de seu poder antimalárico em cinco países do Sudeste Asiático.
“Nessas regiões, a artemisinina, que antes eliminava o parasita do sangue do paciente no segundo dia de tratamento, só consegue agora depois do terceiro dia”, diz o médico Marcus Vinícius Lacerda, pesquisador da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), do governo do Amazonas, em Manaus. “Já existe uma pequena população de P. falciparum resistente à artemisinina, problema que deve começar a crescer e se espalhar à medida que o tratamento eliminar os parasitas ainda sensíveis ao efeito desse composto”, conta Lacerda, que também é pesquisador do Instituto Leônidas e Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz em Manaus.
Lacerda acompanha um efeito parecido na Amazônia brasileira, mas envolvendo o Plasmodium vivax, espécie responsável por 85% dos casos de malária no Brasil. Em um trabalho a ser publicado na revista Lancet Global Health, Lacerda e seus colegas da FMT-HVD realizaram um ensaio clínico de fase 3 para avaliar a segurança e a eficácia do combate ao P. vivax com um medicamento fabricado pela empresa farmacêutica Sanofi. O novo remédio combina dois compostos: o artesunato, obtido a partir da artemisinina, e a amodiaquina. No trabalho, a eficácia dessa combinação foi comparada com a do fármaco cloroquina, usado no mundo todo para tratar a malária causada por P. vivax.
Os pesquisadores acompanharam por 42 dias dois grupos de pacientes da cidade de Manaus – cada grupo recebeu um tratamento diferente. Nesse período, foi avaliada a capacidade das drogas de reduzir – e até mesmo eliminar completamente – o número de parasitas no interior dos glóbulos vermelhos do sangue. O estudo demonstrou que a combinação de artesunato e amodiaquina funciona melhor que a cloroquina. Mais importante: revelou também que a cloroquina falhou em 10% dos casos.
Esse resultado, apresentado na XIV Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, realizada no início de outubro em São Paulo, reforça os achados de estudos anteriores conduzidos por Lacerda. Ele já havia observado que de 5% a 10% dos casos de malária causada por P. vivax em Manaus não respondem bem ao tratamento com a cloroquina, um medicamento relativamente barato em comparação com os derivados de artemisinina.
“Esse é um dado alarmante”, considera o médico Marcelo Urbano Ferreira, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Ferreira investiga o risco de surgir resistência aos medicamentos antimaláricos na Amazônia, especialmente no Acre. Até o momento, sua equipe não encontrou evidência de resistência de Plasmodium vivax à cloroquina no Alto Juruá, hoje a região brasileira com maior incidência de malária. “A Organização Mundial da Saúde sugere que uma terapia deve ser trocada quando falha em mais de 10% dos casos”, diz.
Ferreira nota, entretanto, que esse nível elevado de resistência do P. vivax deve ocorrer apenas em Manaus. Junto com Lígia Gonçalves, pesquisadora visitante no ICB-USP, e Pedro Cravo, da Universidade Federal de Goiás, Ferreira fez uma revisão na literatura científica em busca de casos de resistência de P. vivax à cloroquina na América Latina. Dos anos 1990 para cá, há relatos de resistência no Brasil, no Peru e de turistas infectados na Guiana. Neste ano também surgiram relatos de resistência do P. vivax na Amazônia boliviana, próximo à fronteira com Rondônia. “Ainda é um fenômeno raro no país, mas a vigilância é fundamental”, diz Ferreira, que publicou a revisão no ano passado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Desenvolvida por pesquisadores alemães nos anos 1930 para substituir o quinino, que ainda funciona, mas provoca efeitos colaterais graves, a cloroquina foi o principal antimalárico usado nas campanhas mundiais de erradicação da doença após a Segunda Guerra Mundial. Já nos anos 1950 começaram a surgir os primeiros relatos de P. falciparum resistentes à cloroquina na América do Sul e no Sudeste Asiático. Em pouco menos de 40 anos, a resistência se disseminou pelo mundo. “Atualmente, as únicas regiões do mundo nas quais ainda existe P. falciparum sensível à cloroquina são a América Central, o Haiti e a República Dominicana”, conta Ferreira.
De meados dos anos 2000 para cá, as autoridades internacionais da saúde recomendam que os compostos derivados de artemisinina sejam sempre administrados em conjunto com uma droga com mecanismo de ação diferente. O objetivo é evitar a disseminação de variedades de P. falciparum resistentes à artemisinina. No Brasil, por exemplo, a malária causada por P. falciparum é tratada com uma combinação de um derivado de artemisinina, o artemeter, com lumefantrina. “Ainda que o parasita desenvolva resistência a uma das drogas, ele não vai sobreviver se não desenvolver resistência à segunda também”, explica Ferreira. Ape-sar dessa estratégia, já há relatos de resistência a terapias combinadas no Sudeste Asiático. “Temos de estar sempre vigilantes e buscar novas formulações de drogas, com outros mecanismos de ação bioquímica.”
Alguns pesquisadores tentam caminhos alternativos para alcançar o mesmo objetivo. Pedro Melillo Magalhães, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenou um estudo que testou o emprego de um chá antimalárico, feito a partir de folhas de uma variedade enriquecida da Artemisia annua, com uma concentração 100 vezes maior de artemisinina do que a da erva selvagem, em 17 pacientes não-graves do Pará infectados pelo P. falciparum. O chá eliminou a presença do parasita em todos os pacientes em até três dias após seu uso. No entanto, o protozoário reapareceu nos doentes antes de se completar um mês de terapia. Para preservar a saúde dos participantes do trabalho, feito em parceria com pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, do Pará, e da Universidade de Oxford, na Inglaterra, os pacientes receberam o tratamento convencional contra a malária (artemeter e lumefantrina). “O emprego do chá sozinho obteve os mesmos resultados que o uso da artemisinina isolada”, afirma Magalhães, que trabalha na divisão de agrotecnologia do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp. “Mas com uma dose equivalente a um terço da recomendada para a artemisinina.”
Para evitar que os parasitas reapareçam nos pacientes, Magalhães defende o uso combinado do chá com um medicamento antimalárico, em esquema parecido com o que se emprega atualmente a artemisinina. O próximo passo dos estudos do pesquisador da Unicamp será testar essa terapia combinada de chá mais uma medicação em pacientes do Pará com malária causada pelo P. vivax.
© LÉO RAMOS
Sangue infectado com Plasmodium falciparum: ao invadir o glóbulo vermelho, o parasita cria uma bolsa ao seu redor e controla os níveis de cálcio
Sangue infectado com Plasmodium falciparum: ao invadir o glóbulo vermelho, o parasita cria uma bolsa ao seu redor e controla os níveis de cálcio
Vias alternativas
O bioquímico Rafael Guido, do Laboratório de Química Medicinal e Computacional da USP em São Carlos, ressalta a necessidade de se encontrarem novos alvos no metabolismo do plasmódio para medicamentos contra a malária. “Quase todos os que existem convergem para os mesmos alvos”, explica. O grupo dele está estudando a enolase, proteína usada pelo parasita para produzir energia.
Estudos recentes têm mostrado que o gene que produz a enolase não está ativo apenas dentro da célula, onde funciona a fábrica de energia, mas também em outros lugares, como na membrana celular – na qual tem uma função na sinalização celular. O grupo de Guido acaba de descobrir uma região que pode revelar uma nova função da enolase e começou a testar a atividade de uma série de substâncias contra essa proteína.
São compostos fornecidos pela organização não-governamental Medicines for Malaria Venture (MMV), que fez uma curadoria em bases de dados da indústria farmacêutica e selecionou os promissores. “Já se sabe que eles têm atividade contra a malária, mas não se sabe o mecanismo”, diz Guido. Nos testes, alguns dos compostos foram bem-sucedidos em bloquear a enolase. “Cinco compostos conseguiram 100% de inibição, 10 inibiram 80% da expressão da enolase e 38 obtiveram 50% de inibição”, adianta. Agora falta trabalhar com essas substâncias para deixá-las mais potentes sem afetar a enolase humana.
Um dos problemas para encontrar novos antimaláricos é que ainda não se conhece a função de metade dos cerca de 5 mil genes das duas espécies do parasita. “É muito difícil estudar uma via bioquímica quando não se sabe quais genes codificam as proteínas envolvidas nela”, diz a química Célia Garcia, do Instituto de Biociências da USP. Desde o final dos anos 1990, o laboratório de Célia vem desvendando como funcionam algumas dessas vias bioquímicas essenciais à sobrevivência dos parasitas causadores da malária. São conjuntos de reações químicas que permitem ao protozoário perceber o ambiente a sua volta, em especial quando invade os glóbulos vermelhos e se multiplica em seu interior.
Célia e sua equipe demonstraram, por exemplo, que o parasita é capaz de controlar a concentração de cálcio ao seu redor, algo fundamental para que consiga se multiplicar, e também sincronizar sua fase reprodutiva aproveitando a melatonina, composto que regula o ciclo de vigília e sono do corpo humano. Em parceria com o grupo do bioquímico Andrew Thomas, da Universidade de Rutgers, Estados Unidos, a pesquisadora vem testando uma série de compostos com o potencial de bloquear a capacidade do parasita de perceber a melatonina. Ela e outros químicos brasileiros também buscam identificar compostos que atuem em outras vias bioquímicas do parasita.
O bioquímico alemão Carsten Wrenger, do ICB-USP, segue uma abordagem diferente. Quando trabalhava em Hamburgo, Wrenger e seus colegas identificaram na metade conhecida do genoma das duas espécies de Plasmodium duas vias bioquímicas essenciais para o metabolismo do parasita e ausentes nas células do ser humano. Assim como os seres humanos, o Plasmodium precisa das vitaminas B1 e B6 para sobreviver. Sem elas, mais de 100 enzimas essenciais não funcionam. Mas, enquanto as pessoas só as obtêm por meio da dieta, o protozoário fabrica suas próprias vitaminas.
Em 2013, Wrenger e colegas sintetizaram em laboratório um composto a partir do qual o Plasmodium produz uma versão defeituosa da vitamina B1. “Esse composto é inerte para o organismo humano e o parasita o modifica criando uma versão da vitamina que não funciona”, explica Wrenger. “Sem a vitamina, o metabolismo do parasita para.” Ele continua a buscar e desenhar compostos que impeçam o protozoário de produzir as vitaminas B1 e B6. “Identificar esse tipo de composto é complicado”, diz. “A vantagem é que ele poderia atuar em mais de 100 alvos ao mesmo tempo.”
No Instituto de Química da Unicamp, o químico Luiz Carlos Dias e sua equipe trabalham desde 2013 com a MMV no aprimoramento de uma nova classe de compostos promissores contra a malária. São moléculas que inibem a atividade da enzima PI(4)K, identificadas em 2013 por pesquisadores da empresa farmacêutica Novartis. Em testes com animais de laboratório, esses compostos foram capazes de eliminar as variedades de P. falciparum e P. vivax mais resistentes aos medicamentos hoje disponíveis para tratar a malária. Segundo Dias, o que mais desperta o interesse nessa molécula é que ela consegue matar o parasita nos diferentes estágios de seu ciclo de vida no organismo dos mamíferos. “Atualmente nenhum medicamento faz isso, apenas compostos que ainda estão em ensaios clínicos”, afirma.
A partir da estrutura do inibidor da PI(4)K, Dias e seus colaboradores sintetizaram cerca de 60 compostos e encaminharam para serem testados em instituições de pesquisa de diferentes países. Apesar de promissores, um experimento realizado na biofarmacêutica AbbVie, nos Estados Unidos, e na Universidade de Dundee, na Escócia, mostrou que esses compostos interagem com uma das 140 proteínas quinases humanas testadas. Os pesquisadores não sabem qual a consequência dessa interação, mas, para não correr riscos, precisarão alterar a estrutura dessa classe de compostos. “Temos de entender como eles interagem com a quinase do parasita e com a humana para aumentar a primeira interação e impedir a segunda”, explica Dias. Ele pretende criar um consórcio com equipes de outras universidades paulistas para realizar parte dos testes com células e animais de laboratório no país.

Projetos
1. Genômica funcional em Plasmodium (nº 2011/51295-5); Modalidade Projeto Temático; Pesquisadora responsável Célia Regina da Silva Garcia (IB-USP); Investimento R$ 2.068.066,18.
2. Metabolismo de vitamina B no parasita da malária humana Plasmodium falciparum e a sua validação como alvo para quimioterapia (nº 2010/20647-0); Modalidade Bolsa no País – Programa Jovem Pesquisador; Pesquisador responsável Carsten Wrenger (ICB-USP); Investimento R$ 179.861,70.
3. Pesquisa clínica de extratos vegetais no tratamento da malária a partir de matéria-prima padronizada: Artemisia annua (var. CPQBA) (nº 2009/53639-3); Modalidade Projeto Temático-Pronex; Pesquisador responsável Pedro Melillo de Magalhães (CPQBA-Unicamp); Investimento R$ 16.874,70.
4. Descoberta e planejamento de inibidores de enolase de Plasmodium facilparum como novos agentes antimaláricos (nº 2014/26313-8); Modalidade Bolsas no Brasil – Pós-doutorado; Pesquisador responsável Rafael Victorio Carvalho Guido (IFSC-USP); Bolsista Lorena Ramos Freitas de Sousa; Investimento R$ 169.558,00.
 
 
Artigos científicos
GONÇALVES, L. A. et al. Emerging Plasmodium vivax resistance to chloroquine in South America: an overview. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. v. 109 (5). ago. 2014.
ALVES, E. et al. Encapsulation of metalloporphyrins improves their capacity to block the viability of the human malaria parasite Plasmodium falciparum. Nanomedicine. v. 11 (2). fev. 2015.
CHAN, X. W. A. et al. Chemical and genetic validation of thiamine utilization as an antimalarial drug target.Nature Communications. 28 mai. 2013.

Um Cientista, uma história | Episódio 1: Santos Dumont

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Trio que descobriu mecanismos de reparo do DNA leva Nobel de Química

Tomas Lindahl, Paul Modrich e Aziz Sancar, ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2015 (Foto: J. Tallis/AFP - HHMI/Divulgação - UNC/Reuters)Tomas Lindahl, Paul Modrich e Aziz Sancar (esq. para a dir.) ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2015 (Foto: J. Tallis/AFP - HHMI/Divulgação - UNC/Reuters)
 
DISPONÍVEL:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/10/trio-que-descobriu-mecanismos-de-reparo-do-dna-leva-nobel-de-quimica.html 
ACESSO: 26/11/2015 as 12:20h
 
 
O Prêmio Nobel de Química de 2015 foi para três pesquisadores que descobriram mecanismos biomoleculares naturais que reparam erros no DNA, a molécula que contém as informações para o desenvolvimento e funcionamento dos seres vivos.
Paul Modrich, 68, americano, Aziz Sancar, 69, turco e Tomas Lindahl, 77, sueco, dividem os 8 milhões de coroas suecas (US$ 963 mil) do prêmio em três partes iguais.
Modrich trabalha na Universidade Duke, de Durham (EUA), Sancar, na Universidade da Carolina do Norte (EUA), e Lindahl, no Instituto Francis Crick, de Hertfordshire (Reino Unido).
O DNA é uma molécula relativamente instável e sua composição pode ser danificada por raios ultravioleta, por substâncias tóxicas e por próprio processo de duplicação, que envolve uma química sofisticada.
Os cientistas que receberam o Nobel de química neste ano descobriram mecanismos que existem em praticamente todos os seres vivos e servem como "caixas de ferramentas" naturais para consertar esses defeitos que surgem espontaneamente.
Controle de erros
A estrutura do DNA foi descoberta em 1953, e até a década de 1970, cientistas ainda acreditavam que ele fosse uma molécula estável. Trabalhos de Lindahl, porém, mostraram que o DNA era tão frágil que tornaria impossível a existência da vida sem um meio de proteção. O próprio sueco passou a investigar o problema e descobriu um mecanismo chamado de "reparação por excisão de base", que fica em alerta para erros na cópia das bases nitrogenadas que compõem as "letras" do código do DNA
  Esse processo, porém, não dava conta de explicar toda a estratégia da molécula para se manter estável. Sancar, então, passou a estudar danos que os raios ultravioleta causam aos cromossomos. Ele descobriu o "reparo por excisão de nucleotídeo", que detecta danos extraídos em pedaços maiores da molécula. Nucleotídeos incluem segmentos do "eixo" no qual as "letras" são afixadas. Pessoas que nascem com defeitos congênitos nesse sistema de reparo são extremamente susceptíveis a câncer de pele.
Modrich, por sua vez, descobriu um sistema batizado de "reparo de pareamentos errados" (mismatch repair), que detecta erros de cópia quando o DNA é replicado para a divisão celular. Problemas nesse mecanismo também estão ligados a alguns tipos de câncer.
Os mecanismos descobertos pelos pesquisadores estão todos ligados a enzimas, proteínas que promovem reações bioquímicas, produzidas pelo organismos. Elas são capazes de detectar erros no DNA, remover partes da molécula, e recolocar as peças faltantes.
Aplicações médicas
Lindahl, que concedeu nesta manhã uma entrevista coletiva por telefone, se disse surpreso com o anúncio do prêmio. "Eu sabia que, ocasionamente, em outros anos meu nome já havia sido considerado para o prêmio, mas até aí, centenas de outras pessoas também foram" afirmou. "Me sinto muito sortudo e orgulhoso."
Na entrevista, o cientista ressaltou a importância do estudo dos mecanismos de reparos de DNA para o desenvolvimento de medicamentos.
"Droga contra o câncer frequentemente agem danificando o DNA da célula tumoral para tentar matá-la, e a célula tumoral reage tentando reparar seu DNA", explicou. "É uma faca de dois gumes: somos gratos por ter reparo de DNA, mas não nos agrada que as células tumorais o tenham também. Temos de compreender esses mecanismos para que possamos fornecer boas terapias seletivamente."
Segundo o cientista, medicamentos que tentam atacar parasitas como vírus e bactérias também tem esse aspecto em foco. "Os mecanismos de reparo de DNA são distribuidos universalmente: todas as células vivas possuem esquemas que são mais ou menos eficientes", explicou. "Tentamos identificar alvos frágeis em patógenos que atuam reparando DNA para que possamos tentar danificá-los."
Combate ao câncer
Sancar, em entrevista para a agência de notícias Reuters, também se disse surpreso com o Nobel. "Eu fiz trabalhos signficativos para merecer o prêmio, mas não o estava esperando neste ano", afirmou. "Eu nem sabia que havia sido indicado."
O pesquisador disse acreditar que a importância dos mecanismos de reparo de DNA para pesquisas de prevenção e tratamento do câncer foram o fator primordial na decisão do Nobel em premiar sua linha de pesquisa.

BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES......seus problemas acabaram!

Abaixo segue o link para você realizar o balanceamento de equações químicas.
DIVIRTAM-SE!!!!
Balance Chemical Equation - Online Balancer
http://pt.webqc.org/balance.php

Vulcão expelindo lava azul





ISSO OCORRE DEVIDO AO ELEMENTO ENXOFRE.

Documentário As Formas do Invisível: Elemento: Alumínio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ensino de Química: SABONETES SÓLIDO

Ensino de Química: SABONETES SÓLIDO: Bolsista: Eliana                                        Olá amigos do blog! Vocês devem estar falando: de novo sabonete. De novo sabonete,...

sábado, 17 de outubro de 2015

Jeans: a relação entre aspectos científicos, tecnológicos e sociais para o Ensino de Química

DISPONÍVEL: http://dx.doi.org/10.5935/0104-8899.20150036
ACESSO: 17/10/2015 as 20:54h
 
 
O jeans faz parte da vida de pessoas de diversas faixas
etárias, culturas, religiões e gêneros, e sua presença
no vestuário cotidiano não ocorreu por imposição
de uma marca ou um estilista, mas, entre outros fatores,
pelo gosto das pessoas em usá-lo. Desse modo, passou do
uso inicialmente exclusivo dos trabalhadores das minas às
passarelas de desfiles mundiais de moda.
Em nível mundial, o Brasil é referência na produção de
jeans e movimenta um setor de R$ 8 bilhões por ano, sendo o
segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de denim,
tecido de algodão tingido com corante índigo. Embora
a produção nacional de roupas tenha avançado 2,5% em
vendas brutas no ano de 2012, o segmento do jeans cresceu
7,9% em faturamento (ABIT, 2010).
O jeans, para ser produzido, envolve inúmeras etapas,
que têm relações diretas ou indiretas com o desenvolvimento
da ciência e da tecnologia como no cultivo do algodão, na
produção do corante índigo, na
manufatura do tecido, no tratamento
de resíduos das indústrias
têxteis, entre outros.
A produção e a comercialização
do jeans em larga escala
trouxeram benefícios e malefícios
à vida humana, tanto em caráter
social quanto ambiental, os quais têm relação direta com o desenvolvimento científico e tecnológico.
Alguns desses aspectos serão abordados neste
trabalho, que tem como intuito principal apresentar a criação
e popularização desse tecido, os processos químicos e
alguns impactos ambientais decorrentes de sua produção. A
partir disso, apontamos este como um tema possível de ser
desenvolvido no ensino de química.
 
O jeans: das minas de ouro às grifes
A descoberta de grandes jazidas de ouro gerou a chamada
Corrida do Ouro em 1848, especificamente em São
Francisco, estado da Califórnia, na qual ocorreu um aumento
populacional exorbitante devido à chegada de muitos vendedores
à cidade. Levi Strauss, natural da Bavária, residia em
Nova Iorque há alguns anos e deslocou-se até São Francisco
para vender peças de um tecido resistente a ser usado como
cobertura para tendas e vagões,
mas esse item não era uma das
principais necessidades dos mineiros,
que tinham como demanda
roupas resistentes (Catoira, 2006).
Levi Strauss acabou transformando
seu estoque em calças e,
em 1853, passou a fabricá-las a
partir do denim. O termo denim é uma abreviação de tecido de Nimes, um tecido francês vindo
da cidade de Nimes, formado de algodão tingido com corante
índigo. Feitos desse tecido, os uniformes dos marinheiros do
porto de Gênova na Itália eram conhecidos por genes pelos
franceses, apelido que chegou até os Estados Unidos da
América, onde os americanos passaram
a chamar de jeans (Balfour-
Paul, 2004; Lv; Huiguang, 2007;
Schwarcz, 1999).
O que se conhece atualmente
por calça jeans, peça do vestuário
que revolucionou a maneira de
vestir dos jovens, tornando-se
parte integrante da cultura popular
norte-americana, foi desenvolvida
por Levi Strauss. A primeira calça
com esse tecido, modelo Levi’s
501, foi criada em 1870 e, em 1873, Strauss e o alfaiate Jacob
Davis patenteavam a essa vestimenta com rebites de cobre
(Ghivelder, 2003; Catoira, 2006). Com isso, consolidou-se a
empresa de Strauss, a Levi’s®, que se mantém com as vendas
elevadas atualmente, permanecendo a calça jeans como única
peça do vestuário na história que tende à unanimidade entre
os consumidores em nível mundial.
Por meio dos filmes de faroeste, a popularidade da
peça teve início na década de 1930 com os cowboys norte-
-americanos. O cinema na década de 1950 impulsionou a
visibilidade do jeans, especificamente com atores como
James Dean e Marlon Brando, que representaram a imagem
de liberdade e rebeldia para toda uma geração. Elvis Presley
e Marylin Monroe também foram artistas que disseminaram
a calça, ligando a peça tanto ao rock and roll quanto à beleza
e sedução feminina (Monteiro, 2010). Durante a 2ª Guerra
Mundial, os soldados receberam o modelo Levi’s 501 como
artigos de necessidade e, após a guerra, deixaram muitas
dessas peças na Europa que, a partir de então, tornaram-se
itens de intensa procura (Lv; Huiguang, 2007).
O vestuário como forma de comunicação pode tornar-se
um sinalizador de determinado acontecimento (Catoira,
2006), e o jeans, ao se constituir inicialmente como contrário
à moda nas décadas de 1950 e 1960, fez parte de
importantes momentos sociais e culturais. No festival de
Woodstock, em 1969, além de milhares de jovens participantes
do evento, o músico Jimi
Hendrix, por exemplo, também
estava usando calças desse tecido
(Lv; Huiguang, 2007).
Nos anos 1960, muitos jovens
usavam as calças jeans como meio
de expressão de seu descontentamento
com a sociedade (Lv;
Huiguang, 2007). O movimento
de rebeldia da juventude a partir
da década de 1950 questionava
a estrutura econômica, política e
social da época. O que se denominou movimento da contracultura
contemplava essas e outras questões sociais como
o consumismo e, nesse âmbito, muitos adereços e comportamentos
foram incorporados pela juventude, entre eles, o
uso das calças jeans, que foi um símbolo representativo de
diversos movimentos.
A partir dessa época, o jeans passou aos poucos a fazer
parte do vestuário usual, aumentando sua popularidade, fator
que o levou às passarelas pela primeira vez na década de 1970
na apresentação da coleção de Calvin Klein (Catoira, 2009).
No Brasil, uma das primeiras marcas de jeans conhecidas
foram as calças Rancheiro produzidas no final da década de
1940. Já nos anos 1950, apareceram as calças Brim Coringa
e Jeans Far-west, todas de um jeans com aspecto duro e
resistente. Outras marcas populares no país foram Topeka,
Rodeio, Lee e Wrangler. Diversos artistas impulsionaram o
uso de jeans, como os integrantes do movimento Tropicália
– Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, entre outros
(Catoira, 2006) – e os ídolos da Jovem Guarda – Roberto
Carlos, Wanderlea, Erasmo Carlos, Eduardo Araújo e outros
–, com o surgimento, nessa época, das calças Calhambeque,
confeccionadas em cintura baixa (Catoira, 2009).
As calças jeans começam então a apresentar modificações,
em comparação ao modelo original de Strauss, tanto
no corte quanto na lavagem. O uso de pedra pomes para
criar um efeito desgastado surgiu nas décadas de 1960 e
1970, e uma das primeiras marcas a adotar esse recurso foi
a Diesel (Lv; Huiguang, 2007). Essas lavagens diferenciadas
de produção industrial para o jeans começaram a aparecer
nas ruas somente na década de 1980.
Atualmente as peças em jeans de algumas marcas fazem
parte de um projeto de design e embora muitas delas após se
consolidar no mercado tenham trazido um aspecto de luxo às
peças, em outro extremo, diversas fábricas tentam baratear
ao máximo sua produção na tentativa de comercializá-las
por preços acessíveis. Como aponta Catoira (2009), o jeans
com mais de um século e meio de existência, por ser uma
peça comum e discreta, adapta-se a muitos tipos físicos e
estilos de vestir.
Como se vê, o significado do jeans foi modificado ao
longo dos anos, pois surgiu de uma necessidade de trabalho
para uma ocupação específica como a dos mineradores,
e posteriormente foi um elemento de contestação social
especialmente pelos jovens na década de 1960. A partir de
1980, sua exploração comercial acentuou-se e passou a ser
um elemento do vestuário de muitas pessoas, os aspectos que
lhe deram origem e visibilidade nas décadas anteriores foram
perdidos ou minimizados, especialmente com a expansão
de um mercado de alta rentabilidade em torno dessa peça
de caráter universal que pode ser vista em diversos tipos de
ocasiões e perfis pessoais.
 
O índigo e o processo de tingimento
O índigo, também conhecido como anil, é o corante que
confere ao jeans seu azul característico. O termo é derivado
do grego indikon e do latim indicum e significa uma substância
da Índia, região da qual se originou. O índigo era obtido a
partir de plantas do gênero Indigofera e, em diversos países,
inclusive no Brasil, a espécie Indigofera tinctoria era de
ocorrência nativa (Lima; Ferreira, 2001). Algumas cidades
como Cabo Frio e Vassouras, ambas no estado do Rio de
Janeiro, no final do século XVIII, eram polos produtores
de anil, que era exportado para a Europa (Vita et al., 2007).
Esse corante começou a ser usado no Egito antes do ano
2000 a.C. e, nesse período, a técnica usada para sua redução
era a fermentação, que levava ao composto leuco, solúvel
em água. As folhas de Indigofera tinctoria eram usadas para
extração, e a fermentação ocorria em solução básica formando
indoxol, que é amarelo, e que, ao ser oxidado devido ao
contato com o ar, volta a índigo, que apresenta coloração azul
escuro. A estrutura do índigo foi primeiramente sugerida por
Adolf Von Baeyer em 1869, e o caminho sintético do índigo
foi viabilizado por ele após mais de uma década de pesquisa
(Vuorema, 2008; Melo et al., 2006). A primeira síntese comercialmente
bem-sucedida de índigo baseou-se no processo
publicado por Von Heumann em 1890, e a BASF iniciou a
produção em 1897 (Vuorema, 2008).
O processo de síntese do índigo usado pela indústria
ocorre a partir da oxidação de anilina (Le Couteur; Burreson,
2006; Shreve; Brink, 1997). O índigo é um composto com fórmula química
C16H10N2O2 e apresenta como característica a presença de
grupos cetônicos (C = O). É insolúvel em água, mas na forma
reduzida (C – OH), torna-se solúvel (Paschoal; Tremiliosi-
Filho, 2005). O algodão, principal componente do jeans, é constituído
por aproximadamente 90% de celulose, um polissacarídeo
de fórmula (C6H10O5)n. A celulose é composta de β-glicose, que forma longas cadeias, resultando em um
polímero que, ao ser observado em um microscópio, pode
ser visto com finas fibras.
As cadeias de celulose que formam o algodão podem conter
mais de dez mil unidades ou monômeros de β-glicose, e as
fibras de algodão são formadas por cadeias estruturadas em
paralelo ou cruzadas e unidas por ligações de hidrogênio intermoleculares,
podendo apresentar regiões cristalinas e regiões amorfas.
Somente as regiões amorfas absorvem os corantes, espaços
ilustrados em azul. A resistência mecânica da
Diferentemente de muitos corantes, o índigo se fixa na
fibra celulósica de forma mecânica e não química (Quintero;
Cardona, 2010). Detalhadamente o processo de tingimento
ocorre por meio de uma redução do índigo à forma leucoíndigo,
com ditionito de sódio em meio alcalino, para sua
solubilização em água. O índigo
tem coloração azul, mas na forma
leuco, apresenta-se em solução de
coloração amarela. Essa forma
possui alta afinidade pela fibra
celulósica e, com a exposição ao
ar, ocorre a reoxidação do índigo,
regenerando sua cor azul característica. O tingimento
acontece, portanto, primeiramente
por absorção nas zonas amorfas e
posteriormente por ligações hidrogênio
com a celulose (Paschoal;
Tremiliosi-Filho, 2005; Quintero;
Cardona, 2010).
O índigo apresenta a cor azul,
e isso se deve à propriedade dos
corantes em absorver luz visível
seletivamente (Faria; Retondo, 2008), que pode ser explicada
pela presença de grupos cromóforos tais como nitro, nitroso,
azo e carbonila. A cor é intensificada e/ou modificada por
grupos auxocromos tais como etila, nitro, amino, sulfônico,
hidroxila, metóxi, etóxi, cloro e bromo (Kimura et al., 1999).
 
A produção de jeans e os impactos ambientais
A produção de algodão representa aproximadamente
50% da produção mundial de fibras por ano. Na cultura do
algodoeiro, são aplicados 25% dos agrotóxicos consumidos
no mundo, devido à suscetibilidade desta a um grande
número de pragas (Embrapa, 2004). A calça jeans, após
sua confecção, passa por processos de acabamento como
desgaste, lavagens, aplicação de substâncias químicas como
sílica ou adição de permanganato de potássio (Figueiredo;
Cavalcante, 2010; Catoira, 2006; 2009).
Além da toxicidade envolvida no cultivo de sua matéria-
prima, na produção industrial de jeans, a etapa do
tingimento consome 90% da água de todo processo e gera
grande volume de efluentes contaminados devido ao uso de
diversas substâncias (Rossi, 2008). Dentre estas, destacam-se
a presença de corantes sintéticos e altos teores de metais
como cádmio, cromo, cobre, chumbo, mercúrio e zinco,
assim como sais, surfactantes, sulfetos, solventes, além da
coloração e de elevados índices de
acidez (Sottoriva, 2002).
O volume de resíduos contém
elevada carga orgânica e coloração
acentuada, fatores que dificultam
a passagem da radiação solar nos
cursos d’água, prejudicando a
fotossíntese, alterando o sistema
aquático e levando toxicidade
aguda e crônica a esses ecossistemas
(Paschoal; Tremiliosi-Filho,
2005; Dallago et al., 2005; Zanoni;
Alves, 2001; Vasques et al., 2011).
A remoção da cor dos efluentes
têxteis é uma das maiores dificuldades
das indústrias devido à
elevada estabilidade biológica dos
corantes, que dificulta sua degradação
pelos métodos mais convencionais e menos onerosos,
visto que sua produção visa à resistência ao suor, sabão,
água, luz ou agentes oxidantes (Guaratini; Zanoni, 2000).
Como os corantes são resistentes a muitos agentes oxidantes,
não podem ser tratados por processos geralmente
utilizados no caso de efluentes como a decomposição aeróbia
e anaeróbia (Kimura et al., 1999), portanto, processos como a
adsorção que visam à eliminação dos resíduos e concentram
os compostos tóxicos na fase sólida são recorrentes. A adsorção
é uma opção com altas taxas de remoção, conseguindo a
recuperação do próprio corante e a reutilização do adsorvente
(Dallago et al., 2005; Kimura et al., 1999).
Além dos processos físicos de adsorção com diversos
materiais como carvão ativado de coco, bambu, casca de
eucalipto ou quitosana, alternativas diversas são pesquisadas
como: uso de bactérias; fungos para degradação de diversos
corantes; utilização de reações diretas ou indiretas com o
ozônio, que rompe ligações e forma moléculas menores,
removendo a cor do efluente; degradação de compostos
orgânicos por meio de fotocatálise heterogênea; processos
oxidativos avançados do tipo Fenton; e utilização de tecnologias
de membranas como nanofiltração e ultrafiltração,
que possibilitam o reuso da água,
são alguns exemplos (Kunz et
al., 2002; Salvador et al., 2012).
Embora todas apresentem bons
resultados, nenhuma técnica isoladamente
é capaz de purificar resíduos
de natureza tão complexa,
tanto em função da diversidade
estrutural dos corantes têxteis
quanto pela dificuldade de abarcar a reutilização da água, a
remoção da cor, a diminuição do resíduo sólido e a menor
toxicidade desse efluente.
A questão dos resíduos e do tratamento de efluentes torna--se crítica ao considerarmos que um diagnóstico ambiental,
feito em 2005 pela Agência Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos de Pernambuco nas lavanderias do município
de Toritama, apontou que das 56 lavanderias industriais
visitadas, 67% não apresentavam alvará e 100% delas não
tinham licenciamento ambiental. Nesse âmbito, eram processadas
ao mês de 3 mil a 95 mil peças de jeans, de acordo
com o porte da lavanderia, e a produção de efluente industrial
gerado estava na faixa de três a quatro mil metros cúbicos
por mês (CPRH, 2005). Depois de São Paulo, Pernambuco
é o estado com a maior produção de jeans do Brasil, seguido
por Ceará, Goiás e Paraná (ABIT, 2010).
A partir dessas considerações, é possível observar que a
produção do jeans, em geral, envolve um alto impacto ambiental,
o que se deve à interação entre o elevado consumo
que exigirá uma grande produção, e esta leva à geração de
resíduos que são difíceis de tratar e, muitas vezes, chegam
a corpos hídricos de maneira inadequada.

O jeans no ensino de química
Especialmente entre os jovens, o uso de calças e outras
peças jeans é quase unânime, e sua relação direta com a moda
e o consumo tornam o tema relevante para ser abordado
no meio educacional. Além disso, à sua produção, estão
vinculados impactos ambientais, relações de trabalho nas
indústrias de jeans, onde muitas vezes há exploração de
mão de obra, aspectos diretamente relacionados ao consumismo
contemporâneo. O desenvolvimento tecnológico
vinculado à produção de jeans e ao tratamento e redução de
resíduos aliado à pesquisa científica são fatores relevantes
para discussão, pois têm relação direta com o consumo e as
criações da moda.
No ensino de química, há poucas propostas que apontam
o jeans como meio para abordagem de conceito, como tema,
ou mesmo como possibilidade de discussão de aspectos
diversos citados acima. O trabalho de Amantea et al. (2010)
propõe a utilização da história do jeans entrelaçada aos
aspectos químicos, a partir da qual realizaram palestras em
diversas escolas no estado de São Paulo, possibilitando a discussão
desses aspectos com alunos de ensino médio. Pereira
(2008) criou um módulo de ensino para a química orgânica,
que apresenta dois experimentos relacionados ao jeans. Um
deles, denominado Desbotando a
calça jeans, possibilita abordar a
oxidação de compostos orgânicos,
e o outro, Colorindo com o índigo,
traz como proposta de trabalho
conceitos de solubilidade, interações
intermoleculares, reações
orgânicas e conjugação de ligações
duplas. Nesse material, as reações
orgânicas estão diretamente relacionadas ao desbotamento da
calça jeans, aspecto desejável em muitas peças e desenvolvido
em sua produção. O módulo produzido foi apresentado
pelo autor a oito professores da educação básica para que
estes avaliassem a viabilidade e a relevância deste como
também apontassem falhas e sugestões. Um dos professores
indica a importância da descoberta da rota sintética do índigo
e sua relação com a geração de desemprego, enquanto outro
salienta a influência que o domínio da ciência e tecnologia
tem sobre um país (Pereira, 2008).
O jeans pode ser abordado no ensino médio a partir
de estratégias de ensino variadas, e há diversos conceitos
químicos que podem ser desenvolvidos e vinculados à sua
produção e consumo. O conceito de solução está relacionado
à solubilidade de corantes têxteis em água e seus impactos
como o desbotamento das roupas e a poluição de rios e lagos.
Estudar o conceito de concentração também pode envolver
os mesmos aspectos citados acima, possibilitando cálculos
de concentração com o volume de água contaminado na
produção de uma calça jeans por exemplo.
As funções orgânicas podem ser abordadas a partir da
estrutura molecular do índigo e da celulose, assim como de
outros corantes e fibras têxteis, associado à nomenclatura de
compostos orgânicos. As reações orgânicas estão presentes
especialmente no desbotamento de calças jeans pelo uso
de agentes oxidantes como cloro, ozônio e permanganato,
e os polímeros tem relação direta no modo de formação da
fibra de algodão.
O desenvolvimento tecnológico vinculado
à produção de jeans e ao tratamento e
redução de resíduos aliado à pesquisa
científica são fatores relevantes para
discussão, pois têm relação direta com o
consumo e as criações da moda.
Além dos aspectos supracitados, é possível usar questionamentos
que podem servir tanto para identificar os conhecimentos
dos estudantes sobre o tema quanto para gerar outras
questões. Alguns exemplos são: De que maneira é possível
explicar como ocorre o desbotamento das peças jeans após
sucessivas lavagens?; Por que, muitas vezes, nas etiquetas
das roupas e até das calças jeans, consta a orientação secar
a sombra?; Como pode se explicar o desbotamento provocado
em peças jeans por água sanitária?; Um tecido branco
é inserido em uma solução de corante e, ao ser removido,
apresenta a coloração da solução. Por quê? Esses são alguns
questionamentos por meio dos quais se tem fatos cotidianos
que podem ser explicados com o conhecimento químico,
assim como trazer problemáticas sociais e cotidianas para
os ambientes educacionais.
Para abordagem no ensino médio, propomos desenvolver
esse tema vinculado aos conceitos de oxidação-redução. Um
dos efeitos produzidos na indústria para dar um desgaste
específico no jeans é a lavagem com permanganato de potássio
e ditionito de sódio (conhecido comercialmente como
hidrossulfito de sódio).
O tema pode ser desenvolvido a partir da discussão dos
impactos sociais, econômicos e ambientais que o jeans
produz na sociedade, tendo como enfoque a perspectiva
Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), que apresenta como
objetivo desenvolver a alfabetização científica e tecnológica
dos cidadãos, auxiliando o aluno a construir conhecimentos,
habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis
sobre questões de ciência e tecnologia na sociedade
(Mortimer; Santos, 2002). Essa abordagem apresenta-se
como meio de abordar aspectos como a produção e consumo
de jeans, pois muitos espaços educacionais não discutem
questões que envolvam aspectos científicos e tecnológicos
e têm relações diretas com as vivências dos estudantes.
O enfoque do conhecimento químico pode ocorrer acerca
da etapa de desbotamento produzido na indústria, que ocorre
por meio de reações de oxidação-redução. O uso de diversos
compostos químicos nesse processo tem relação direta com
os impactos ambientais como, por exemplo, a poluição de
rios, devido à complexidade do tratamento desses efluentes,
assim como da falta de preocupação de muitas indústrias com
esses aspectos. O rio Capibaribe, em Toritama (PE), é um
exemplo de corpo hídrico poluído majoritariamente pelas
lavanderias têxteis da indústria jeans. Questionamentos podem
ser colocados aos estudantes como: Você usa vestuário
jeans com aspecto de usado, envelhecido ou desbotado? Você
conhece de que maneira esses efeitos são produzidos? Há
alguma relação entre a química e o desbotamento de jeans?
Para realizar o experimento, em retalhos de jeans, para
conferir desgaste semelhante ao produzido na indústria,
visando ao estudo das reações de oxirredução, o permanganato
pode ser reagido com ácido oxálico ou peróxido de
hidrogênio. Nessa reação, ocorrerá a redução do manganês,
que passará do estado de oxidação +7 para +2 devido à
força do permanganato como agente oxidante, provocando
a oxidação do índigo.
O retalho jeans é umedecido com a solução de permanganato
de potássio (com auxílio de uma esponja), deixando
reagir por aproximadamente cinco minutos e, então, este é
inserido em água oxigenada comercial 10V ou solução de
ácido oxálico.
Os mesmos resultados de desbotamento podem ser obtidos
tanto com a reação 1) a partir da dissolução de um comprimido
de 0,1g de permanganato de potássio em 50mL de
água e reação com água oxigenada comercial 10V, conforme
trabalho de Pereira (2008); ou 2) solução de permanganato
de potássio aproximadamente 0,02 mol/L e solução de ácido
oxálico aproximadamente 0,04 mol/L. 
Tanto a reação com peróxido de hidrogênio quanto com
ácido oxálico podem ser desenvolvidas na escola, mas sem
isenção dos cuidados usuais de uma atividade experimental.
Ambos produzem os mesmos efeitos de desbotamento devido
à redução do permanganato, apesar de a concentração ao
usar o comprimido de permanganato de potássio ser menor
(aproximadamente 0,01mol/L). Para um desgaste mais intenso,
é indicado repetir o procedimento.
O permanganato de potássio provoca oxidação de moléculas
do índigo, produzindo uma estrutura que contém
um grupo ácido carboxílico e um grupo amida, permitindo
a solubilização em água. Os íons permanganato são reduzidos
inicialmente a óxido de manganês que tem coloração
castanha. Ao reagir o tecido jeans com o ácido
oxálico ou peróxido de hidrogênio, acontece a redução do
óxido de manganês a íons manganês II que são solúveis em
água e incolores. Além desses íons, há formação de água e
gás oxigênio no caso do peróxido e água e dióxido de carbono
no caso do ácido oxálico.
A reação de oxidação-redução entre o permanganato e o
peróxido de hidrogênio pode ser estudada com a variação do
número de oxidação do manganês ao longo do experimento,
mas também a partir de seus potenciais de oxidação e redução.
O consumo de jeans tem crescido ao longo dos últimos
anos, e a relação entre consumo e produção deve ser contemplada,
por exemplo, por meio de reportagens que tragam
problemáticas ambientais ou sociais envolvendo o jeans. Há
muitos casos de poluição, principalmente de corpos hídricos,
assim como exploração trabalhista e uso de mão de obra
escrava em fábricas de vestuário jeans. Desse modo, propicia-
se a reflexão acerca do consumo e das consequências
sociais e ambientais que este envolve.
A integração entre conhecimento químico e situações
sociais, que se inter-relacionam a aspectos políticos, éticos,
científicos e tecnológicos, permite que esse conhecimento
possa ser ampliado e vinculado a questões cotidianas, envolvendo
os estudantes em situações nas quais a ciência e
a tecnologia têm efeito direto nas condições sociais e ambientais
das comunidades.
Considerações finais
O jeans pode ser um tema relevante para abordagem
de conceitos químicos, pois além de propiciar o desenvolvimento
de aspectos referentes ao consumo e à produção,
possibilita aos estudantes estabelecer relações entre itens de
seu vestuário, conceitos como ligações químicas, oxidação,
redução e equilíbrio químico, associados a eventos comuns
como desbotamento e tingimento de roupas.
Consideramos que os diversos pontos que podem ser
desenvolvidos a partir do tema jeans permitem a discussão de
inúmeras questões sociais, as quais deverão ser selecionadas
pelo professor a partir das necessidades de seu contexto e/ou
dos interesses dos estudantes. Além destas, aspectos como as
contribuições e os retrocessos que a ciência traz em âmbito
social, tecnológico e econômico são pontos relevantes para
a discussão no espaço escolar.
Acreditamos que o tema jeans, ao possibilitar diversos
encaminhamentos frente ao ensino de conceitos químicos,
configura-se como uma importante opção para ampliar a
visão da própria ciência química e discutir os impactos da
ciência e da tecnologia na sociedade.
 
Sinara München (sinaramunchen@yahoo.com.br), licenciada em Química, mestre e
doutoranda em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), é doutoranda em Educação em Ciências: Química
da Vida e Saúde pela UFSM. Santa Maria, RS – BR. 
Martha Bohrer Adaime (adaimeccne@yahoo.com.br), graduada em Química Industrial pela UFSM, doutora
em Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), é professor
Titular da UFSM. Santa Maria, RS – BR. 
Leinig A. Perazolli (leinigp@iq.unesp.br), graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá,
mestrado em Engenharia Química pela UNICAMP, doutorado em Química pela
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é professor livre docente IQAr –
UNESP. Araraquara, SP – BR. 
Bruno Estevam Amantéa (bruno.amantea@yahoo.com.br), graduado em Química pela UNESP. Araraquara, SP – BR. Maria Aparecida Zaghete (zaghete@iq.unesp.br), mestrado e doutorado em Ciência e Engenheira de
Materiais na UFSCar, é professora livre docente do Departamento de Bioquímica
e Tecnologia de Química da UNESP. Araraquara, SP – BR.
 
 
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ZANONI, M.V.B.; ALVES, P. O descarte dos corantes têxteis.
Ciência Hoje, n. 174, v. 29, 2001.
Abstract: Jeans: the relationship between scientific, technological aspects and social for Chemistry Teaching. This article shows the history and changes of
jeans, according to the fashion trends and culture, throughout the 20th century. The tincture processes are approached in the chemical knowledge perspective,
as well as its relations with technology, environmental and social impacts. Some topics that can be developed in the teaching of chemistry in high school from
the jeans topic are pointed out and, specifically, it is proposed the jeans approach for the study of the oxidation-reduction concept.
Keywords: jeans; indigo ink; tincture processe.