:
Edneide Maria Ferreira da Silva
FILGUEIRAS, C. A. L., A Química na educação da Princesa Isabel.
Química Nova, Vol.27, No. 2, 349-355, 2004.
Possui graduação em
Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1967), doutorado
em Química pela Universidade de Maryland (1972) e pós-doutorado pela
Universidade de Cambridge (1980-1981), além de estágios curtos em várias
universidades do Brasil e do exterior. Foi por muitos anos professor da
Universidade Federal de Minas Gerais (1968-1997) e depois professor titular da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (de 1997 a 2010). No início de 2010
tornou-se pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais. Ensina e
pesquisa na área de Química Inorgânica, com ênfase em Compostos de Coordenação
e Organometálicos, atuando principalmente nos seguintes temas: organoestânicos,
complexos de estanho, compostos de metais de transição, ligantes ambidentados e
polibásicos e complexos bi- e trimetálicos homo- e heterometálicos. Orienta
estudantes nessas áreas em todos os níveis, incluindo-se aí alunos de iniciação
científica, mestrado e doutorado, além de estagiários de pós-doutorado. Também
trabalha em atividades de ensino e divulgação da Química e participa ativamente
de atividades de extensão. Outra vertente de seu trabalho de ensino e pesquisa
que muito se ampliou nos últimos anos é no campo da História da Ciência, em que
também tem pesquisado, publicado, lecionado e orientado estudantes em todos os
níveis.
O ensino da Química como
ciência estabelecida, regularmente ensinada e praticada no Brasil, inicia-se em
verdade, com a vinda do príncipe regente D. João VI para o Brasil, acompanhado
é claro, de grande parte da família real portuguesa, além de numerosa comitiva
(cerca de 10.000 pessoas), em 1808. Tal mudança deu-se em função da invasão de
Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A Academia Real Militar, fundada
no Rio de Janeiro em 1810, seria a primeira instituição no Brasil onde o ensino
de Química foi regularmente ministrado, tendo em vista que a Química fazia
parte do currículo a ser seguido na formação dos futuros militares. Enfatizando
o caráter utilitarista da Química, o que significa dizer que se procurariam transmitir
e utilizar conhecimentos prévios, sem a realização de qualquer atividade que
remetesse a pesquisa em Química. Assim, podemos dizer que o Ensino de Química
chegou em nosso país com muito atraso, pois enquanto na Europa havia um
fervilhão de ideias e atividades científicas o Brasil limita-se a introduzir a
Química ainda fazendo uso de métodos retrógrados, livresco em detrimento as
aulas práticas. Somente com a chegada de D. Pedro II é que as ciências, de modo
geral, começaram a ser disseminadas. Talvez pelo grande interesse do Imperador
em continuar tendo acesso aos avanços científicos ou porque ele tinha interesse
em proporcionar as suas duas filhas uma formação bastante ampla, principalmente
a Isabel, filha mais velha e herdeira oficial d trono. Ao longo da História, é
possível observar que tanto Isabel como Leopoldina foram submetidas a um severo
regime de estudos, chegando a ter inicio as 7h da manhã e terminando as 21h
30min, com pouquíssimos intervalos para recreação, durante 6 dias semanais.
Isso era justificado por D. Pedro II que mesmo sendo suas duas filhas mulheres,
estas deveriam estar bem preparadas para que se necessário, tivessem condições
de vir a dirigir o governo constitucional de um Império como o Brasil. Mesmo
sendo um admirador da Química – tendo investido na compra de um laboratório
para estudo pessoal e das filhas – pode-se afirmar que no tocante a prática, a
ciência Química, em solo brasileiro foi praticamente nula. Daí, poder se
constatar que o simples fato de ter-se um amante das ciências no poder não se
constitui fator decisivo para garantir-se o apoio estatal à prática da ciência.
Certamente o artigo sugerido
é bastante rico em informações históricas, o que certamente proporciona ao
aluno maior interesse por sua leitura. Além de situar os aspectos históricos,
mostra também a importância da História da Química e como essa Ciência contribuiu
e até hoje contribui no desenvolvimento social, econômico e até mesmo político
do mundo.
SILVA, D. D. NEVES, L. S.,
FARIAS, R. F. História da Química no
Brasil. 3ª edição, 2010. Ed. Átomo.
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